Milho fecha pregão desta 3ª feira com ganhos de mais de 7 pts na CBOT focado na safra na América do Sul
A sessão desta terça-feira (17) foi positiva aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal encerraram o dia com ganhos entre 6,75 e 7,50 pontos. O vencimento março/17 finalizou o dia a US$ 3,65 por bushel, já o maio/17 era cotado a US$ 3,72 por bushel e o julho/17 a US$ 3,80 por bushel.
"Tivemos um movimento de alta influenciado pelo cenário macroeconômico. Os investidores retornaram do feriado nos Estados Unidos, em comemoração à Martin Luther King Jr., e os preços do petróleo e do ouro também subiram. O dólar em queda também ajudou e trouxe um clima mais otimista ao mercado", destaca a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Ainda assim, a analista ainda explica que, a oferta ainda pesa sobre os preços e limita as movimentações positivas. No quadro fundamental, o mercado segue sem novidades. "O relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado na semana anterior, ficou em linha com as estimativas. E os estoques de milho continuam elevados nos Estados Unidos", reforça Ana Luiza.
No caso da oferta, os participantes do mercado permanecem atentos à produção de milho na Argentina. "A precipitação registrada no final de semana foi ligeiramente acima das expectativas. Com isso, as preocupações com a umidade no centro de Santa Fé e no norte de Buenos Aires se mantiveram", divulgou o portal.
Porém, a analista da INTL FCStone ressalta que, o impacto dessas informações para os preços do milho em Chicago não são tão expressivos, como no caso da soja, por exemplo. "Mas é uma preocupação, já que a continuidade das chuvas pode ocasionar perdas à produção do país", destaca.
Inclusive, o clima na América do Sul deverá continuar sendo um dos focos do mercado internacional. Por outro lado, as especulações sobre a nova safra nos Estados Unidos também deve começar a movimentar as cotações, ainda conforme ressalta a analista de mercado. "Há uma perspectiva de que haja uma redução na área cultivada com o milho nesta temporada, no entanto, não temos as projeções oficiais", completa.
Ainda hoje, o USDA reportou seu novo boletim de embarques semanais. Na semana encerrada no dia 12 de janeiro, os embarques de milho somaram 888,009 mil toneladas. O volume ficou dentro do esperado pelos investidores, entre 790 mil a 990 mil toneladas do grão.
No acumulado da temporada, os embarques do cereal totalizam 18.827,313 milhões de toneladas. No mesmo período do ciclo anterior, o volume era de 10.636,533 milhões de toneladas de milho.
O departamento ainda divulgou a venda de 102,944 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da temporada 2016/17.
Mercado brasileiro
No mercado interno, os preços do milho recuaram nesta terça-feira (17). Em Ponta Grossa (PR), o valor da saca do cereal ficou em R$ 32,00, com perda de 5,88%. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 3,85%, com a saca a R$ 25,00. Em Não-me-toque (RS), a desvalorização foi de 3,45%, com a saca a R$ 28,00. Ainda no estado paranaense, as praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, apresentaram queda de 1,85%, com a saca a R$ 26,50.
No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro ficou estável em R$ 30,50. Nas demais praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o dia foi de manutenção dos preços.
"No mercado brasileiro, temos um cenário mais confortável entre oferta e demanda, o que tem pressionado as cotações. Diante das exportações mais baixas nesta temporada, os estoques de passagem deverão ser maiores. Por outro lado, ainda temos o início da colheita do milho da safra de verão e boas perspectivas para a segunda safra", afirma a analista de mercado da INTL FCStone.
Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a safra de verão em 28,40 milhões de toneladas. A segunda safra foi projetada em 56 milhões de toneladas.
Enquanto isso, na BM&F, os preços da commodity finalizaram a terça-feira em alta. As principais posições do cereal subiram entre 0,32% e 1,87%. O contrato março/17 era cotado a R$ 34,94 a saca e o maio/17 a R$ 34,00 a saca. O setembro/17 finalizou o dia a R$ 31,50 a saca.
As cotações acompanharam o mercado internacional e subiram apesar da queda registrada no dólar. A moeda norte-americana encerrou o pregão a R$ 3,2124 na venda, com perda de 0,81%. Conforme dados reportados pela agência Reuters, o câmbio foi pressionado pela interferência do Banco Central no mercado.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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