"Está claro que há um risco importante para a produção de grãos na Argentina", diz chefe de Estimativas Agrícolas da BCBA
Com a água inundando milhares de hectares em Santa Fe, Córdoba e Buenos Aires, na Argentina, "é difícil estimar o nível de ano que sofreram os cultivos de verão e quantificar as perdas econômicas e produtivas em uma safra muito afetada pelos problemas climáticos", aponta o jornal argentina Clarín.
Esteban Copatí, chefe de Estimativas Agrícolas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), explica que ainda é complexo fazer um balanço correto das perdas porque muitos produtores ainda não terminaram de plantar e a água não baixou no centro e sul de Santa Fe e Córdoba e nem ao norte da província de Buenos Aires.
"Na província de Buenos Aires, por exemplo, o contraste é uma forte: o sul sofre com seca e o norte possui milhares de hectares inundados. O que está claro é que há um risco importante para a produção de grãos nesta safra, mas temos de esperar para avaliar isso de uma forma adequada", disse Copatí.
A este fator, deve somar-se um clima que segue um padrão muito errático, em uma safra para a qual se projetava uma tendência de "La Niña fraco", o que, em geral, estimula chuvas inferiores à média na região afetada.
"Se deixar de chover agora, as perdas vão ser minimizadas e vão afetar os lotes que estão nas zonas mais baixas. Além disso, os planos de plantio no noroeste e no nordeste poderão ser cumpridos. Mas se seguir chovendo, os problemas vão se agravar", adicionou o especialista.
Uma análise preliminar feita por Martín López e Gonzalo Hermida, dois analistas do mesmo departamento, coincidem na opinião de que se espera uma menor produção de grãos nas zonas afetadas pelas inundações, secas e tempestades com granizo.
Em relação à soja, o principal cultivo do país, até agora não puderam ser plantados 300.000 hectares que eram projetados para a safra, o que gerou uma estimativa de diminuição de área de 19,6 milhões de hectares para 19,3 milhões de hectares, de acordo com a BCBA.
Na zona núcleo, as chuvas constantes causaram danos ao cultivo da oleaginosa. Um informe da Guia Estratégica do Agro (GEA) da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) adverte que 10% dos lotes estão em condição entre "regular ou ruim" por conta dos alagamentos.
Tradução: Izadora Pimenta
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