Inmet expande em 2016 rede meteorológica de observação de superfície
Um ano de expansão da rede meteorológica, de maior reconhecimento da capacidade da instituição e de ampliação de parcerias para manter o cidadão informado sobre eventuais desastres naturais. Assim foi 2016 para o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que tem entre as principais atribuições fornecer informações de apoio à atividade agrícola.
O Inmet ganhou 32 novas estações meteorológicas automáticas: nove no Norte, quatro no Nordeste, oito no Sudeste, nove no Sul e duas nas cidades uruguaias de Salto e Paso de los Toros. Com isso, o número de equipamentos passou de 490 para 522. A meta do órgão é instalar mais 80, em 2017. As estações no Uruguai resultaram de acordo de cooperação técnica entre os governos brasileiro e uruguaio, cujas ações são coordenadas pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
De acordo com a diretoria do Inmet, a escolha de locais das estações tem como foco principal as áreas produtoras do agronegócio, para proporcionar aos agropecuaristas e aos tomadores de decisão melhor planejamento da atividade, reduzindo riscos provocados por eventos meteorológicos severos.
Atuação nos Jogos Rio 2016
Neste ano, o Inmet teve sua eficiência reconhecida internacionalmente com a sua escolha pelo Grupo de Dados e Serviços Meteorológicos para coordenar as atividades meteorológicas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro.
Ficou sob responsabilidade do Inmet, por exemplo, receber os dados meteorológicos e oceanográficos de instituições parceiras e divulgá-los em uma única plataforma, denominada Olympia, desenvolvida pelo órgão especialmente para os Jogos. A ferramenta, usada na elaboração e no envio de previsões de tempo e avisos meteorológico, permitiu acesso a dados de modelos numéricos, a boias meteo-oceanográficas e a links externos.
“Tudo isso foi feito para auxiliar os meteorologistas em suas tarefas”, destaca a meteorologista Marcia Seabra, do Inmet. Ela havia participado, como observadora, das ações do Serviço Meteorológico Britânico, Met Office, na Olimpíada de Londres, a convite da Autoridade Pública Olímpica.
Instituições participantes do Serviço Meteorológico Esportivo assinaram memorando de entendimento comprometendo-se a manter a integração dos dados em um só lugar, ainda não definido. “Foi um legado da Olímpiada 2016 para a cidade do Rio de Janeiro”, enfatiza Marcia Seabra.
O Inmet desenvolveu também a plataforma Previsor, utilizada por escritórios de meteorologia com o propósito de agregar e emitir todos os boletins de previsão do tempo para o comitê organizador das Olimpíadas e para a página do público. Segundo Marcia Seabra, durante os Jogos Olímpicos, foram emitidos 174 avisos meteorológicos, número alto por causa da necessidade de emissão de avisos para locais específicos de competições.
“Avisos específicos produziam impacto significativo, como poder de cancelar ou adiar uma competição. Um vento de 10 metros por segundo, por exemplo, poderia ser considerado inadequado para o remo. A vela também tem um limiar de vento muito especifico – o vento calmo. Se não tem vento, não tem vela. Uma competição de tênis sofreu atraso por causa de chuva fracam, que deixou a quadra molhada”, lembra Seabra.
Além disso, o Inmet desenvolveu uma plataforma de internet e mobilizou técnicos em Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Belém para fazerem previsões de tempo e avisos meteorológicos durante o roteiro de revezamento da tocha olímpica. Essas atividades visaram a atender ao Comitê Olímpico Internac ional e à Rio 2016. O roteiro incluiu 333 cidades, além de locais turísticos e pontos de operações especiais.
Parceria com o Google
Neste ano, o Inmet também teve outra nova missão: inserir no Google avisos de tempo severo no Brasil, em função de parceria da empresa norte-americana e os ministérios da Agricultura e da Integração Nacional. Com a parceria, foi lançada uma ferramenta que disponibiliza informações sobre desastres naturais, em tempo real, 24 horas por dia, em várias plataformas, como Google Now, Google Maps e Busca. "Agora, os avisos criados pelo Inmet chegam na palma da mão. É uma informação muito rápida e que atinge muitas pessoas," diz Victor Leite, analista de sistemas do Inmet.
"A parceria entre o Google e órgãos públicos, possibilita expandir o processo de criação e de compartilhamento de avisos e de alertas para outros países," complementa Carlos Becker, também analista de sistemas do Inmet.
Juliana Dib Rezende, gerente de parcerias do Google, ressalta que o serviço de Alertas Públicos ajuda os brasileiros a se prepararem melhor para situações de desastres naturais ao trazer informações valiosas do Inmet e do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) para ferramentas online.
O serviço Google de Avisos Públicos já está disponível em 12 países (Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Índia, Indonésia, Japão, México, Nova Zelândia, Filipinas, Taiwan e Estados Unidos).
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