Setor agropecuário é o único a apresentar crescimento no número de empregos
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, em setembro de 2016, o total de vínculos com carteira assinada em todos os setores econômicos e unidades da Federação relativo ao exercício anterior, 2015. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) dão conta que, em 2015, o emprego formal brasileiro totalizou 48,1 milhões de postos de trabalho. Após anos de sucessivos aumentos no número de carteiras assinadas, o quadro se inverteu com retração de 3% em relação ao anterior – reflexo da crise econômica/política do Brasil, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
No Brasil, houve queda no número de empregos formais em quase todos os setores econômicos, exceto o setor agropecuário, que exibiu crescimento de 0,9% em novos postos de trabalho. O Estado de São Paulo, responsável por 13,7 milhões de empregos formais (28,5% do total nacional), exibiu comportamento semelhante com queda geral de 2,9%, excluindo também o setor agropecuário que apresentou crescimento de 2,5%, afirmam Carlos Eduardo Fredo, Rosana Pithan e Celso Vegro, pesquisadores da Secretaria que atuam no IEA.
O setor agropecuário, devido à informalidade no trabalho assalariado rural e alta ocupação de mão de obra familiar, perde importância em participação do total de empregos com carteira assinada, explicam os pesquisadores. No Brasil, este setor representa apenas 3,1% dos empregos formais com 1,5 milhão de postos de trabalho.
Com relação ao Estado de São Paulo, com 329 mil empregos agropecuários, esta participação é de 2,4%, mas responde por 21,8% do total de empregos agropecuários do País. Ao se considerar outros agentes econômicos das cadeias produtivas que envolvem usinas/destilarias, fabricação de sucos e produtos alimentícios, esse número chega a ser três vezes maior no Estado de São Paulo.
As principais atividades econômicas do setor agropecuário paulista são cultivo de cana-de-açúcar (21,3%), cultivo de laranja (14,3%), criação de bovinos (13,8%), atividades de apoio à agricultura (10,4%), criação de aves (7,2%) e cultivo de café (4,2%), que juntas totalizam 71% dos empregos formais no setor.
A agropecuária é disseminada em todo o Estado com significativa importância para a ocupação de mão de obra em todas as Regiões Administrativas. Em 2015, as principais regiões em número de empregos com carteira assinada foram Sorocaba (18,9%), Campinas (18,3%) e São José do Rio Preto (9,2%).
De janeiro até outubro de 2016, o Estado de São Paulo apresentou crescimento no número de empregos com carteira assinada. Até o momento, o balanço entre admitidos e desligados apresenta aumento de 11.746 vagas. A sazonalidade do emprego intrínseca ao setor agropecuário, cuja concentração de oferta de empregos ocorre entre os meses de abril e junho, demandou trabalhadores principalmente para o setor nas atividades de cana e laranja.
A partir de julho, quando diminuem as contratações e se intensificam as demissões, o estoque diminui, mas dificilmente, até o último Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro, chegue a zerar ou negativar esse número, refletindo assim, apesar da crise, o bom desempenho e importância deste setor econômico para a geração de empregos paulistas.
Apesar destas bases de informações do Ministério do Trabalho e Emprego apenas contabilizarem o total de empregos formais e a movimentação entre admissões e desligamentos, pois estas são suas finalidades, elas orientam e sinalizam a tendência da ocupação de mão de obra no setor rural. Setor este com importância significativa para o desenvolvimento econômico e produtivo.
O agronegócio liderou as vendas externas do País com exportações crescentes de janeiro a outubro deste ano, o mesmo ocorrendo no Estado de São Paulo (+13,4%). Isso favoreceu o equilíbrio da balança comercial paulista (leia mais aqui). Apesar de nos três primeiros trimestres de 2016 o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio ter tido queda em relação ao ano anterior, o setor ainda responde pelo maior PIB do País.
Ainda que preliminares, esses dados são indicativos do bom resultado na geração de empregos formais para esse setor, tanto em nível nacional quanto para o Estado de São Paulo no ano de 2015, afirma o secretário Arnaldo Jardim.
Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas, clique aqui.
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