Café: Bolsa de Nova York opera dos dois lados da tabela nesta 5ª feira, mas fatores baixistas continuam pesando
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tem mais um dia de oscilações dos dois lados da tabela nas cotações. Pela manhã, os preços externos da variedade subiam cerca de 150 pontos em ajustes técnicos. No entanto, o tom negativo voltou às cotações diante do otimismo cada vez maior porte dos operadores com a próxima safra do Brasil, que tem apresentado boas condições climáticas. O câmbio e a atuação dos fundos de investimento também influenciam na queda dos preços.
Por volta das 12h30, horário de Brasília, o vencimento março/17 anotava 141,45 cents/lb com baixa de 25 pontos, o maio/17 registrava 143,65 cents/lb com 40 pontos de recuo. Já o contrato julho/17 estava sendo negociado a 146,05 cents/lb com desvalorização de 15 pontos e o setembro/17, mais distante, valia 148,10 cents/lb também com 15 pontos negativos.
Com os temores cada vez menores dos operadores e o câmbio pressionando os preços do café, "as cotações não vem encontrando grande suporte de compra, o que fez com que novamente o movimento revertesse voltando a trabalhar em baixa", explicou em relatório ontem (7) o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. O movimento registrado nesta quinta é parecido com o registrado na véspera, quando os preços também testaram recuperação mas voltaram a cair.
Nas últimas sessões, as cotações externas do café arábica têm recuado bastante e os vencimentos próximos já perderam o patamar de US$ 1,45 por libra-peso. Na semana passada, por exemplo, a queda acumulada foi de mais de 7% com os operadores repercutindo a redução nos temores com desabastecimento pelo mercado diante da melhora climática no cinturão produtivo do Brasil e o câmbio. Institutos meteorológicos ressaltaram que nos últimos dias as chuvas foram acima da média para o período em diversas localidades. Já nos próximos dias, as pancadas serão isoladas pelas áreas produtoras.
A saída dos fundos de investimento do mercado e o câmbio também contribuem para o movimento de baixa visto nas cotações externas do café arábica. Nesta quinta, no entanto, às 12h29, a moeda norte-americana caía 0,2%, vendida a R$ 3,3973. O dólar impacta diretamente nas exportações da commodity e suas oscilações tendem a impactar diretamente os preços do grão.
De acordo com informação reportada pelo site internacional Agrimoney, a queda no mercado do café – hoje completa a quarta sessão seguida – pode ser reduzida nos próximos dias uma vez que há uma demanda "surpreendentemente elevada" no mercado, embora não seja o bastante para abastecer os valores novamente em alta.
"Os negócios serão de 132 a 152 centavos de dólar a libra peso nos próximos meses", disse Carlos Mera, analista sênior de commodities do Rabobank, observando que a queda "impressionante" dos preços do café arábica reduziu seu prêmio para o robusta em Londres a cerca de 50 centavos a libra peso. "É o que os fundamentos sugerem", diz.
Em novembro, as exportações de café brasileiro somaram 3,07 milhões de sacas de 60kg, segundo reportou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) nesta terça. Em comparação com o mesmo período de 2015, houve uma queda de 12,2%, devido à redução dos embarques de café conilon e a impactos sentidos com a greve alfandegária no Porto de Santos, que comprometeu o processamento de certificados de exportação. A receita cambial foi de US$ 547,3 milhões no período.
No mercado físico, seguem isolados os negócios. Os cafeicultores dão indícios cada vez maiores de que as transações serão deixadas para o próximo ano. Por volta das 09h46, o tipo 6 duro estava sendo negociado a R$ 530,00 a saca de 60 kg em Espírito Santo do Pinhal (SP) – estável, na cidade de Guaxupé (MG) o café estava cotado a R$ 506,00 a saca – estável. Já em Poços de Caldas (MG) estava sendo negociado a R$ 542,00 a saca – estável.
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