Monsanto amplia portifólio de serviços com investimento na agricultura digital
O desafio de aumentar a produtividade da agricultura brasileira sem a necessidade de ampliação das áreas de plantio ganha viabilidade a partir de um novo conceito de produção e gerenciamento conhecido como agricultura digital. Essa é a aposta da Monsanto, que traz para o Brasil a plataforma batizada de Climate FieldView, já oferecida comercialmente nos EUA e utilizada por cerca de 100 mil agricultores.
O sistema consiste na instalação de sensores junto às máquinas agrícolas, que se conectam a tablets e computadores, coletam dados de desempenho das atividades no campo e que posteriormente são cruzados e analisados.
Com relatórios e mapas de desempenho da propriedade é possível definir onde estão os problemas e como eles podem ser resolvidos. Entre os exemplos citados, resultados medidos a partir da velocidade da máquina na hora do plantio. O mapa gerado pelo sistema mostra que a velocidade acima do ideal comprometeu a formação uniforme do talhão e consequentemente a produtividade final da área.
O presidente da Monsanto no Brasil, Rodrigo Santos, disse que a utilização da plataforma pode resultar em um aumento significativo de produtividade nas propriedades rurais.
No Brasil o sistema está sendo testado por 100 agricultores convidados pela empresa na Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A expectativa é que dentro de 12 a 18 meses a nova ferramenta já esteja pronta para ser utilizada em escala comercial.
Apesar dessa nova frente de investimento da Monsanto, Santos garante que o setor de biotecnologia, que sempre foi referência da empresa, segue seu cronograma.
Para esta safra de verão a empresa já disponibilizou aos produtores o Milho BT pró 3, que combina a proteção da raiz do milho contra Diabrotica speciosa (larva-alfinete) e proteção contra as lagartas da parte aérea, além de dar maior flexibilidade no manejo de plantas daninhas.
Além disso, a Monsanto prepara para 2020/2021 o lançamento de uma nova geração de sementes de soja transgênica que vai agregar a tolerância ao herbicida dicamba (atualmente a tolerância é apenas ao glifosato) e ampliar o espectro de ação contra as lagartas.
Sobre a compra da Monsanto pela Bayer, anunciada em setembro desse ano por 66 bilhões de dólares, o executivo não entrou em detalhes , mas confirmou que está mantido o prazo para aprovação do negócio por órgãos reguladores ao redor do mundo, inclusive no Brasil, até dezembro de 2017.
Segundo Santos, não existe sobreposição de atividades entre as duas empresas, já que a Monsanto segue focada em sementes, biotecnologia e mais recentemente na plataforma digital, enquanto a Bayer tem como principal atividade a produção de defensivos e por isso não haveria motivo para rejeição do negócio.
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