Com destaque para a pesquisa e a gestão na cafeicultura, estudante e redator do Notícias Agrícolas vence prêmio ABAG/RP
O café perdeu espaço no estado de São Paulo, mas o Brasil segue como maior produtor e exportador da commodity. No entanto, a situação da ciência e da tecnologia se agravou. Nos últimos cinco anos, apenas quatro novas cultivares de café foram registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O IAC, que possui 70 cultivares desde sua criação, conta atualmente com um déficit de recursos humanos e financeiros e com um dos maiores bancos de germoplasma em atividade correndo risco.
Este assunto foi destaque da matéria "Pesquisas com café do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em risco", feita pelo estudante da jornalismo Jhonatas Simião, da PUC-Campinas, que foi premiada nesta quinta-feira (1) com o primeiro lugar na Categoria Jovem Talento - Modalidade Vídeo na 9ª edição do prêmio de jornalismo da ABAG/RP.
Jhonatas, que também é redator do Notícias Agrícolas, produziu boa parte de sua matéria a partir da câmera de seu IPhone - com exceção das passagens, feitas com auxílio da universidade e das imagens aéreas, cedidas por fazendas. Para abordar o assunto, ele trabalhou duro: foram mais de três meses de pesquisas e cruzamentos de dados para chegar à conclusão que coloca em risco o desenvolvimento da cafeicultura brasileira.
O esforço, no entanto, não é de hoje: desde o segundo ano de faculdade, ele tenta participar da premiação, após ter seu primeiro contato com o agronegócio durante um estágio no próprio IAC. "As experiências que eu tive, primeiro como estagiário do IAC e agora como redator do Notícias Agrícolas, me ajudaram muito para fazer essas matérias com uma qualidade interessante e também para ser quem eu sou hoje e a conseguir esse prêmio", conta Jhonatas.
Mulheres à frente das fazendas
A premiação de Jhonatas não ficou por aí: ele também venceu a terceira colocação da Categoria Jovem Talento - Modalidade Escrita com a matéria "As baronesas da cafeicultura da Alta Mogiana". Nesta matéria, ele abordou o crescimento do número de mulheres que encabeçam as fazendas de café. Após pesquisa, ele pode identificar que na região da Alta Mogiana, grande produtora de cafés especiais, a representatividade estava cada vez maior.
No trabalho com uma commoditiy onde os homens são muito presentes à frente das fazendas, essas mulheres puderam identificar um crescimento grande em suas produções após assumirem a gestão de suas fazendas - cada uma à sua maneira. "Elas atribuem isso à forma de lidar com as pessoas e a um gerenciamento muito mais planejado. Com isso, estão conseguindo avanços em suas fazendas", destaca.
Leia aqui a matéria As "baronesas" da cafeicultura da Alta Mogiana, de Jhonatas Simião
Jhonatas já trabalha há mais de dois anos com o mercado do café. Mais voltado para os números e para as cotações no dia-a-dia, ele acha que tudo, de certa forma, está ligado. "Com essas matérias, o mercado também começa a ver essas questões. É pago um valor final ao café, mas essas matérias são o processo para que o café tenha valor. Se o estado de São Paulo não valorizar a pesquisa, lá para a frente vamos ter resultados que vão ser ruins. Se as fazendas tiverem estratégias de gerenciamento que consigam equalizar melhor os custos e um maior lucro, no final elas vão conseguir se manter na atividade", conclui o estudante.
Prêmio ABAG/RP de Jornalismo
O evento de encerramento da 9ª edição do prêmio de jornalismo da ABAG/RP, onde foram divulgados os vencedores do ano reuniu nesta quinta-feira, 1 de dezembro, em Ribeirão Preto, jornalistas profissionais, estudantes de jornalismo e convidados. 148 trabalhos estavam inscritos nas duas categorias: Jovem Talento e Profissional.
Os estudantes de jornalismo concorreram em duas modalidades: Vídeo e Escrita. Porém, para validar o envio de matérias, por regulamento, eles participaram, ao longo do ano, dos Ciclos de Palestras e Visitas promovidos pela ABAG/RP. Foram mais de 100 horas de atividades. Nos trabalhos dos futuros jornalistas havia muito do que viram e descobriram na verdadeira imersão que fizeram em agronegócio. Os primeiros colocados receberam vales-compra no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), e os segundos e terceiros, câmeras fotográficas semiprofissionais.
Confira os vencedores:
Modalidade Vídeo:
1º Lugar - Jhonatas Henrique Simião
PUC Campinas
Matéria: Pesquisas com café do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em risco.
2º Lugar - Caroline Messias Rocha Santos Giantomaso
UNIMEP Piracicaba
Matéria: Controle de pragas no campo.
Modalidade Escrita:
1º Lugar - Paulo Palma Beraldo
Faculdade: FAAC Unesp Bauru
Matéria: Adido Agrícola: o trabalho de romper fronteiras entre nações e abrir as portas para o agronegócio mundo afora.
2º Lugar - Gabriela Maia Batista
Unaerp Ribeirão Preto
Matéria: Agronegócio: o ramo que você não conhece, mas deveria.
3º Lugar - Jhonatas Henrique Simião
PUC Campinas
Matéria: As baronesas da cafeicultura da Alta Mogiana.
Em 2016 a grande mudança no Prêmio ABAG/RP de Jornalismo “José Hamilton Ribeiro” aconteceu na categoria Profissional. O Prêmio deixou de ser regional e passou a ser estadual. Dessa forma, mais jornalistas puderam participar enviando matérias sobre todo o agronegócio paulista. Eles concorreram, em cada uma das três modalidades, a prêmios de R$10.000,00, (dez mil reais). Além do prêmio em espécie, os vencedores pontuaram para o Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros.
Confira os vencedores:
Plataforma TV: Marcelo Ferri de Carvalho Dias
EPTV Ribeirão Preto
Matéria: Um buraco no caminho do agricultor
Plataforma Escrita Especial: Beth Melo
REVISTA DINHEIRO RURAL
Matéria: A doce conquista do amendoim
Plataforma Escrita Diária: Lilian Barroso Ferreira
Portal UOL
Matéria: A revolução dos bichos
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