Apenas 6% das sementes de soja produzidas no Brasil participam de programas de rastreabilidade
A rastreabilidade de sementes é algo bastante novo no Brasil. Apenas 5% a 6% do que é produzido no país conta com o processo. Mas cada vez mais, o agricultor está exigente e quer acesso à informação. É por isso que o engenheiro agrônomo Alexandre Gazolla Neto, que também é doutor em sementes, acredita que, de agora para frente, esse processo deve acelerar muito.
Neste processo, ambos os lados da cadeia ganham. O produtor de sementes oferece mais credibilidade e, ao contrário do que se pensa, possui uma redução de seus custos, uma vez que trabalha com a gestão de informações, cria processos e organiza a sua produção. Por meio de um aplicativo móvel, é possível descrever o processo de produção, acompanhar a área e lançar informações, que servem tanto para a empresa tomar decisões quanto para levar as informações ao agricultor.
Logo, o produtor rural recebe uma semente que possui informações padronizadas que trazem detalhes importantes para o plantio da sua safra. É possível identificar uma semente rastreada na etiqueta, que conterá um QR Code, com o qual os produtores que possuem celular com aplicativo para leitura do código podem consultar os detalhes diretamente na tela. Para aqueles que irão consultar as informações no computador, a etiqueta também disponibiliza um código que poderá ser consultado no site da empresa fornecedora.
Alguns fatores importantes, como a germinação e o vigor, estarão disponíveis para ser consultados pelo agricultor, que poderá, assim, saber o potencial de desenvolvimento da semente adquirida no campo. Além disso, ele também poderá imprimir as informações e tomá-las como documento, comprovando a qualidade adquirida caso tenha algum problema relacionado a ela no campo.
A relação de todos os produtos que foram utilizados durante o processo de desenvolvimento da lavoura também fica disponível, o que se torna também um certificado de sanidade para o próprio agricultor. Ao final da consulta, o sistema também oferece o cálculo de plantabilidade, que traz a capacidade de distribuir uniformemente a semente de acordo com as suas características próprias.
Hoje, como o processo ainda é recente, não existe uma empresa para fiscalizar esse processo no país, que é auditado pela empresa que fornece o software e, indiretamente, pelo Ministério da Agricultura, pois as informações contidas são informações reais do processo de produção.
Para o doutor em sementes, a rastreabilidade ainda vai crescer muito no agronegócio. Ele lembra que o processo já é realidade em uma parcela da fruticultura, chegando até mesmo à gôndola, para o consumidor, em algumas redes de supermercados. "A rastreabilidade é um processo sem volta. O produtor ou o consumidor vai querer cada vez mais segurança daquele produto. Precisaríamos criar um mecanismo para certificar e dar mais credibilidade ainda", diz.
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