JBS espera margens melhores e redução de endividamento em 2017
SÃO PAULO (Reuters) - A companhia brasileira de alimentos JBS espera elevação de margens de lucro e redução no nível de endividamento a partir do final deste ano e ao longo de 2017, impulsionada por cenários melhores para carne bovina no Brasil e Estados Unidos, bem como um panorama mais favorável para aos grãos que compõem a ração dos animais.
Segundo o presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, o nível de endividamento da JBS atingiu o pico e deve cair gradualmente a partir deste trimestre com ajuda de uma esperada geração de caixa maior.
A empresa encerrou setembro com relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) de 4,32 vezes ante 2,55 vezes no mesmo período de 2015. A dívida líquida somou 48,9 bilhões de reais ante 41,7 bilhões um ano antes.
Batista afirmou, em teleconferência com analistas, que a JBS espera terminar 2017 com alavancagem no patamar de 3 vezes e acrescentou que a empresa não tem planos para eventuais vendas de ativos para ajudar na redução do endividamento, que avançou nos últimos meses por causa de cerca de 5 bilhões de dólares em aquisições feitas pela empresa em alguns dos principais mercados do mundo.
As ações da companhia subiam mais de 3,44 por cento às 11h05, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 0,12 por cento.
A JBS divulgou no final da noite de segunda-feira queda de 74 por cento no lucro líquido do terceiro trimestre na comparação anual, em um resultado afetado pela valorização do real contra o dólar, aumento acentuado no custo de grãos como o milho e recessão no Brasil. A margem Ebitda caiu de 8,9 para 7,6 por cento. [nL1N1DF16J]
O presidente da JBS afirmou que acredita que o "pior para a economia brasileira ficou para trás" e espera para os próximos trimestres uma performance mais forte das operações da empresa no Brasil e na América do Sul.
A expectativa baseia-se em melhoria nos preços internacionais da carne bovina e preços mais acessíveis de grãos, disse Batista, acrescentando que espera um "ciclo mais positivo" de disponibilidade de oferta de gado para as operações de carne bovina no Brasil em 2017 e 2018.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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