Em outubro, IBGE prevê safra 13,9% maior para 2017

Publicado em 10/11/2016 08:15

O primeiro prognóstico para a safra de 2017 aponta uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 209,4 milhões de toneladas, 13,9% acima da safra de 2016. Este aumento deve-se às maiores produções previstas em todas as regiões: Norte (7,0%), Nordeste (51,0%), Sudeste (10,3%), Sul (5,5%), Centro-Oeste (18,7%).

Já a décima estimativa para a safra de 2016 totalizou 183,8 milhões de toneladas, com queda de 12,3% em relação a 2015 (209,7 milhões de toneladas). A área a ser colhida (57,2 milhões de hectares) é 0,7% menor que a do ano anterior. O arroz, o milho e a soja, três principais produtos deste grupo, representam 92,5% da estimativa da produção e respondem por 87,8% da área a ser colhida. Em relação a 2015, a área da soja cresceu 2,8% e as áreas do milho (-1,3%) e do arroz (-10,2%) se retraíram. Quanto à produção em relação a 2015, as três avaliações foram negativas: soja (-1,5%), arroz (-15,5%) e milho (-25,5%).

Estimativa grãos IBGE - Outubro 2016

Estimativa grãos IBGE - Outubro 2016

Regionalmente, a décima estimativa para a safra de 2016 aponta produção de cereais, leguminosas e oleaginosas com a seguinte distribuição, em toneladas: Centro-Oeste (75,0 milhões); Sul (72,8 milhões); Sudeste (19,7 milhões); Nordeste (9,8 milhões) e Norte (6,6 milhões). Em relação à safra passada, houve quedas em todas as regiões: Sudeste (-2,1%), Norte (-14,7%), Nordeste (-40,1%), Centro-Oeste (-16,4%) e Sul (-4,0%). Na safra 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,9%, seguido pelo Paraná (19,2%) e Rio Grande do Sul (17,1%), que, somados, representaram 60,2 % do total nacional previsto.

Destaques na estimativa de outubro em relação a setembro

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro destacaram-se as seguintes variações nas estimativas, em relação a setembro: algodão herbáceo em caroço (3,3%), arroz em casca (-0,6%), aveia em grão (4,8%), batata-inglesa 3ª safra (4,8%), cebola (2,5%), cevada em grão (3,1%), feijão em grão 1ª safra (-1,2%), feijão em grão 3ª safra (8,0%), milho em grão 2ª safra (-0,8%), sorgo em grão (-1,4%) e trigo em grão (1,4%).

ARROZ (em casca) - A estimativa de outubro para a safra nacional 2016 informa uma área colhida de 1,9 milhão de hectares, com produção de 10,4 milhões de toneladas e um rendimento médio esperado de 5.416 kg/ha. A área colhida e a produção estão menores em 0,6%, quando comparados ao mês anterior. O rendimento médio ficou estável. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 72,1% de participação no total nacional, espera produção de 7,5 milhão de toneladas, numa área colhida de 1,1 milhão de hectares, menores, respectivamente, em 0,1% e 0,3%, comparados ao mês anterior. A queda na produção resulta do clima adverso durante o desenvolvimento da cultura. As variações negativas em relação ao mês anterior decorrem principalmente do Amazonas (-60,1%), Ceará (-17,1%), Sergipe (-48,2%), Rio Grande do Sul (-0,1%), Mato Grosso (-3,8%), devendo-se às estiagens nesses estados.

BATATA- INGLESA 3ª safra - A estimativa da produção da batata-inglesa total em outubro foi de 3,7 milhões de toneladas, aumento de 1,1% em relação ao último ano, devido aos aumentos de 0,9% na área colhida e de 0,2% no rendimento médio. A 3ª safra de batata teve um aumento de 4,8% na área plantada, influenciada principalmente por Goiás, que teve sua estimativa de produção aumentada pelo GCEA/GO em 20,5%, reflexo da área a ser colhida que também foi aumentada em 22,6%, O preço mais compensador na época do plantio dessa safra estimulou os produtores a ampliarem suas lavouras.

CEBOLA - As condições climáticas mais favoráveis em importantes áreas produtoras de cebola alavancaram o rendimento médio das lavouras e com isso estimulou a produção, mesmo com a redução das áreas plantadas. No mês de outubro a expectativa é que sejam produzidas 1,5 milhão de toneladas do bulbo, alta de 2,5% quando comparada ao mês anterior. O rendimento médio é estimado em 27.838 kg/ha, aumento de 3,0%. Tanto a área plantada quanto a área colhida obtiveram queda estimada de 0,4%.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A estimativa da produção do trigo em outubro aumentou 1,4% frente ao mês anterior, totalizando 6,3 milhões de toneladas. A área plantada e a área a ser colhida foram revistas com aumentos de 0,6% e 0,5%, respectivamente, enquanto que o rendimento médio cresceu 0,9%. Houve aumento de 2,5% na estimativa da produção do Rio Grande do Sul, devido aos aumentos de 1,2% na área plantada, de 1,1% na área a ser colhida e de 1,4% no rendimento médio. No Paraná, maior produtor de trigo, com participação de 51,9% em 2016, a produção deve crescer 0,8%.

Para a aveia, a estimativa da produção alcança 756,6 mil toneladas, aumento de 4,8% frente ao mês anterior, com o Rio Grande do Sul sendo responsável por esse aumento. A estimativa da produção deve alcançar 562,9 mil toneladas, aumento de 6,5% frente ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida cresceram 1,9%, tendo o rendimento médio aumentado 4,6%. A estimativa da produção da cevada, em relação ao mês anterior, cresceu 3,1%, tendo aumentado a área plantada e a área a ser colhida em 2,3%, como também o rendimento médio em 0,8%. O país deve colher 316,3 mil toneladas em 2016.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção nacional de feijão em outubro cresceu 0,9% em relação a setembro. A quebra na produção em relação a 2015 reflete o clima desfavorável em 2016, o que provocou aumento de preços, principalmente do feijão carioca. A 1ª safra de feijão foi estimada com redução de 1,2% frente a setembro, refletindo a queda na previsão do rendimento médio (1,1%). Essa redução deve-se, principalmente, a Goiás, onde apesar do aumento de 2,3% na área plantada, houve queda de 10,3% no rendimento médio e de 8,2% na produção. A estimativa para a 3ª safra cresceu 8,0% em relação à de setembro, acompanhando o crescimento da área plantada (8,6%). O rendimento médio recuou 0,5% frente ao mês anterior. Novamente, Goiás influenciou esse resultado com o aumento de 31,9% na área plantada e de 24,8% na estimativa de produção.

MILHO (em grão) - As condições climáticas que prejudicaram a 1ª safra de milho, notadamente déficit hídrico, persistiram durante a 2ª safra e trouxeram resultados negativos para a produção total. A produção estimada foi de 63,6 milhões de toneladas, 0,4% menor que a avaliada em setembro. A estimativa de produção do milho 1ª safra melhorou 0,1% frente à informada em setembro, maior 33.747 toneladas. Espera-se obter 24,4 milhões de toneladas neste período de plantio. As avaliações de outubro para o milho 2ª safra foram menores em 302,4 mil toneladas, variação negativa de 0,8% frente às informações de setembro. Reavaliação negativa do rendimento médio em 0,6%, decréscimo da informação de área plantada em 0,1% e menor estimativa da área destinada à colheita em 0,2% resultaram em menor expectativa de produção, avaliada em 39,2 milhões de toneladas. O rendimento médio foi estimado em 3.868 kg/ha.

SORGO (em grão) – A estimativa de produção do sorgo em 2016 mostra queda de 1,4% em relação ao mês anterior, principalmente em razão da previsão de decréscimo de 1,3% na área colhida. Esta retração teve como base os dados levantados em Goiás, maior produtor do país, que prevê uma redução na área colhida de 4,3% em relação a setembro, influenciada pela severa estiagem na região. Juntamente com uma queda estimada de 0,7% no rendimento médio, a produção prevista no estado passou a 350,6 mil toneladas, redução de 4,9% no comparativo com o previsto no mês anterior.

Estimativa de outubro em relação à produção obtida em 2015.

Entre os 26 principais produtos, oito cresceram em relação ao ano anterior: aveia em grão (49,8%), café em grão-arábica (23,8%), cebola (6,7%), cevada em grão (69,8%), feijão em grão 3ª safra (5,4%), mandioca (3,8%), trigo em grão (14,4%) e triticale em grão (31,7%). Em queda foram dezoito produtos: algodão herbáceo em caroço (-16,9%), amendoim em casca 1ª safra (-10,3%), amendoim em casca 2ª safra (-28,0%), arroz em casca (-15,5%), batata-inglesa 1ª safra (-3,1%), batata-inglesa 2ª safra (-7,2%), batata-inglesa 3ª safra (-1,4%), cacau em amêndoa (-21,4%), café em grão-canephora (28,1%), cana-de-açúcar (-2,0%), feijão em grão 1ª safra (-15,5%), feijão em grão 2ª safra (-20,4%), laranja (-4,7%), mamona em baga (-52,6%), milho em grão 1ª safra (-16,0%), milho em grão 2ª safra (-30,4%), soja em grão (-1,5%) e sorgo em grão (-45,6%).

Para 2017, primeiro prognóstico espera safra 13,9% maior que a de 2016

Neste primeiro prognóstico, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2017, foi estimada em 209,4 milhões de toneladas, 13,9% superior ao total obtido na safra colhida em 2016. Este aumento deve-se às maiores produções previstas em todas as regiões: Norte (7,0%), Nordeste (51,0%), Sudeste (10,3%), Sul (5,5%), Centro-Oeste (18,7%). Os produtores aumentaram em 7,6% a estimativa de produção da soja, reflexo de aumentos de 0,5% na área a ser colhida e de 7,1% no rendimento médio perfazendo um total de 7,3 milhões de toneladas a mais que na safra de 2016. Espera-se uma alta de 27,8% na produção do milho, reflexo de aumentos de 3,7% na área a ser colhida e de 23,3% no rendimento médio, colhendo 17,7 milhões de toneladas a mais que a safra de 2016.

Os números levantados foram somados às projeções obtidas a partir das informações de anos anteriores, para as Unidades da Federação que ainda não dispõem das estimativas iniciais. Como este prognóstico é realizado por levantamentos e projeções calculadas, as informações de campo representam 53,4% da produção nacional prevista, enquanto as projeções respondem por 46,6% do total estimado.

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O primeiro prognóstico da safra de algodão estima produção de 3,6 milhões de toneladas, alta de 5,0% em comparação com a safra de 2016. A expectativa de estabilidade climática no principal estado cotonicultor, Mato Grosso, fez com que o rendimento médio nacional crescesse. Espera-se que a safra 2017 obtenha rendimento médio de 3.726 kg/ha, maior 7,4% que a safra anterior. O GCEA/MT estima que a produção de algodão seja de 2,3 milhões de toneladas, acréscimo de 2,5% em relação à safra 2016.

ARROZ (em casca) – A primeira estimativa para a safra nacional 2017 informa produção esperada de 11,3 milhões de toneladas e rendimento médio esperado de 5.840 kg/ha, maiores, respectivamente, em 8,8%, e 7,3%, quando comparados aos dados da safra anterior. Já a área plantada encontra-se 1,2% menor. Os dados do estado do Rio Grande do Sul, maior produtor do país, são de grande influência na definição da safra. O GCEA/RS aguarda uma produção de 8,3 milhões de toneladas para o Estado, numa área a ser colhida de 1,1 milhão de hectares e rendimento médio esperado de 7.616 kg/ha, maiores, respectivamente, em 10,5%, 2,3% e 8,0%, quando comparados aos dados da safra anterior.

FEIJÃO (em grão) – A primeira estimativa da produção de feijão para a safra 2017 é de 2,9 milhões de toneladas, aumento de 9,3% em relação a safra de 2016. A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas, a 2ª safra, 1,2 milhão de toneladas e a 3ª safra, 447,9 mil toneladas, A área a ser plantada na safra de verão (1ª safra) é de 1,7 milhão de hectares, 7,4% maior que a de 2016. Já na área a ser colhida, estima-se um crescimento de 8,9%. O rendimento médio deve crescer 3,7%, considerando que o clima em 2016 foi muito desfavorável no Nordeste e demais estados onde a produção ocorre no bioma Cerrado.

MILHO (em grão) – O primeiro prognóstico de milho para 2017 estima uma produção de 81,3 milhões de toneladas, sendo maior 17,7 milhões de toneladas, variação positiva de 27,8% diante da safra de 2016. A área clhida é de 15,8 milhões de hectares, acréscimo de 557,1 mil hectares, maior 3,7% em relação a 2016. A previsão é baseada na recuperação em relação a 2016 que perdeu 908,5 mil hectares devido ao clima adverso. Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 28,6 milhões de toneladas, sendo 17,3% superior a 2016.

SOJA (em grão) - Após uma safra de significativas perdas em produtividade por conta de problemas climáticos em quase todas as regiões brasileiras, a primeira estimativa de produção de soja para o ano de 2017 apresenta um crescimento de 7,6% em relação ao ano anterior, totalizando 103,4 milhões de toneladas, volume que representa quase 50,0% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Esta elevação é justificada principalmente pela previsão no aumento do rendimento médio, estimado em 7,1%, devendo alcançar 3.111 kg/ha. Este aumento justifica-se pela expectativa de melhores condições climáticas que, de acordo com o IMEA-MT e SEAB-PR, são regulares até o momento, favorecendo o desenvolvimento da cultura nas principais regiões produtoras do país.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, com informações obtidas pelas Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do MAPA, num processo de harmonização iniciado em março de 2007.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
IBGE

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário