Mundo fica em choque com vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA
Por Noah Barkin
BERLIM (Reuters) - Governos da Ásia à Europa reagiram com incredulidade nesta quarta-feira à vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, enquanto políticos populistas exaltaram o resultado como uma vitória do povo sobre um sistema político falido.
A ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, uma aliada da chanceler Angela Merkel, descreveu o resultado como um "grande choque" e questionou se a vitória do republicano significaria o fim da "Pax Americana", o estado de relativa paz supervisionada por Washington que tem governado as relações internacionais desde a Segunda Guerra Mundial.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, prometeu trabalhar com Trump, mas disse que a personalidade do republicano "levanta questões" e admitiu ter dúvidas sobre o que significará um governo Trump para os principais desafios na política externa, das mudanças climáticas ao acordo sobre o programa nuclear do Irã e a guerra na Síria.
"Parece que esse será o ano do desastre duplo para Ocidente", disse o ex-ministro das Relações Exteriores da Suécia Carl Bildt no Twitter, apontando para o referendo de junho no Reino Unido que decidiu pela saída do país da União Europeia. "Apertem os cintos", acrescentou.
Agência Brasil: América Latina reage à eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA
Antes mesmo de saber os resultados das eleições presidenciais norte-americanas, o governo mexicano reagiu na madrugada (9) de hoje a uma eventual vitória do candidato republicano Donald Trump, que provocou queda no valor do peso. As autoridades da área econômica convocaram uma entrevista para esta quarta-feira, com o objetivo de acalmar os mercados.
Quando a contagem de votos terminou, o jornal El Universal anunciou: “Trump ganha a presidência dos EUA; o peso (mexicano) em queda livre”. Os mercados reagiram às declarações de Trump que, durante a campanha, propôs acabar com o Nafta – o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio com o Canadá e o México, em vigor desde 1994.
O acordo, que reduz barreiras alfandegárias, levou ao fechamento de fábricas nos Estados Unidos. As empresas reduziram seus custos, mudando-se para o território mexicano, onde a mão de obra é mais barata. Montavam eletrodomésticos e automóveis, com componentes importados, e exportavam o produto acabado ao mercado norte-americano e terceiros mercados.
Trump sugeriu cobrar um imposto de 35% sobre as importações mexicanas, o que teria sério impacto no país vizinho, além de construir um muro na fronteira, para impedir a entrada de imigrantes ilegais.
Na Bolívia, o presidente Evo Morales reagiu pelo Twitter. Ele disse que nos Estados Unidos “valem mais as armas que os votos” e elogiou as revoluções populares da Venezuela, do Equador e da Nicarágua. O jornal Granma, de Cuba, tinha na capa a notícia de segunda-feira: a eleição do ex-guerrilheiro Daniel Ortega, para um terceiro mandato consecutivo na Nicarágua. O presidente Obama tinha iniciado um processo de reaproximação com o governo comunista cubano, depois de mais de meio século de guerra fria.
Na Argentina, o jornal La Nacion lembra que o país teve uma relação de altos e baixos com os Estados Unidos: na década de 90, foram mais que próximas. Nos últimos 12 anos, foram distantes. Em março, os argentinos inauguraram uma nova etapa quando o presidente Barack Obama visitou o país para se encontrar com Maurício Macri, que acabava de assumir o poder há três meses. A maioria dos analistas ouvidos considera incerto o futuro com Trump.
Na América Latina, como nos Estados Unidos, as manchetes dos jornais online noticiaram a vitória de Trump como algo inesperado e surpreendente, cujos desdobramentos são ainda imprevisíveis.
No Chile será realizado nesta quinta-feira (10) um seminário sobre os “Novos Desafios da América Latina”, com a participação dos presidentes do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, e do Brasil, Ilan Goldfajn, além do ministro da Fazenda chileno, Rodrigo Valdes, e o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional, Alejandro Werner. O impacto da vitória de Trump – no comércio internacional – provavelmente será incluído na agenda.
Reuters: China diz que trabalhará com novo presidente dos EUA para desenvolver laços bilaterais
PEQUIM (Reuters) - A China afirmou que irá trabalhar com o novo presidente norte-americano para assegurar o desenvolvimento firme e saudável dos laços bilaterais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Lu Kang fez os comentários em um briefing regular com jornalistas na quarta-feira, quando o respublicano Donald Trump caminhava para vencer a disputa pela Casa Branca.
(Reportagem de Paul Carsten)
Reuters: Putin parabeniza Trump por vitória em eleição dos EUA
MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou nesta quarta-feira por telegrama o empresário Donald Trump por sua vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos, informou o Kremlin.
"Putin expressou esperança de trabalho conjunto para restaurar as relações russas-americanas do estado de crise, e também para enfrentar questões internacionais e buscar respostas eficientes a desafios sobre a segurança global", informou o Kremlin em um comunicado.
Putin também disse ter certeza que um diálogo construtivo entre Moscou e Washington servirá aos interesses de ambos países, segundo o Kremlin.
(Reportagem de Polina Devitt)
Reuters: Presidente do Parlamento da UE diz esperar "cooperação racional" com Trump
BRUXELAS (Reuters) - O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse nesta quarta-feira esperar uma "cooperação racional" com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, depois de uma dura campanha política.
"Não será fácil, porque durante a campanha eleitoral escutamos alguns elementos de protecionismo, também algumas palavras preocupantes sobre mulheres, sobre minorias", disse Schulz, um social-democrata alemão.
"Mas minha experiência também é a de que as campanhas eleitorais são diferentes da política real durante o mandato de um presidente, então espero que ele retorne para uma cooperação racional."
(Reportagem de Gabriela Baczynska)
Reuters: Ministro da Justiça da Alemanha diz que mundo ficará mais louco com vitória de Trump
BERLIM (Reuters) - O ministro da Justiça da Alemanha, Heiko Maas, usou sua conta no Twitter nesta quarta-feira para dizer que o mundo vai ficar um pouco mais louco após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.
"O mundo não vai acabar, mas ficará mais louco", escreveu o ministro, um social-democrata no governo da chanceler conservadora Angela Merkel.
(Reportagem de Madeline Chambers e Michelle Martin)
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