Soja fecha com mais de 1% de alta diante da espera pelo USDA, demanda forte e otimismo no financeiro

Publicado em 08/11/2016 16:53

O mercado da soja fechou a sessão desta terça-feira (8) em alta na Bolsa de Chicago. O dia foi de volatilidade e cautela, ao mesmo tempo, ambas trazidas pela influência da espera pelo resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos. A decisão final só deverá sair na madrugada de quarta-feira (9), mas a ligeira vantagem de Hillary Clinton - apesar da corrida muito apertada - tem sido bem recebida pelos investidores. 

Os futuros da oleaginosa encerraram os negócios na CBOT com ganhos de mais de 12 pontos e todos os princpais contratos voltando a superar os US$ 10,00 por bushel. O maio/17 conseguiu terminar o pregão se apropximando de US$ 10,30. 

Analistas internacionais explicam que, com o mercado à espera de algumas definições, passa a buscar uma cobertura de posições, principalmente diante da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quarta-feira (9), fator que intensifica ainda mais a movimentação dos preços na CBOT. E as cotações contam ainda com o presente e crescente apoio da demanda para a manutenção e ampliação de alguns patamares importantes para os preços. 

"O resultado da corrida presidencial pode intensificar qualquer coisa que o USDA divulgue nesta quarta-feira, particularmente se o cenário apolítico sobre o qual muitos falam se confirmar. Ou, os mercados podem se comportar como de costume, vendo a eleição como nada mais do que um rápido pico de volatilidade. Logo nós saberemos", diz Darin Newson, analista sênior de mercado do portal DTN The Progressive Farmer. 

Nesta semana, o USDA já divulgou novas vendas tanto de soja em grão quanto de farelo, confirmando essa demanda muito intensa e ainda bastante concentrada nos Estados Unidos. Assim, as projeções para os estoques finais que chegam nesta quarta no relatório do departamento poderiam ser limitadas por todo ese potencial, mesmo diante de um aumento da produção do país, que também é esperado pelos traders. 

A média esperada pelo mercado é de que os EUA colham 117,52 milhões de toneladas de soja, contra 116,18 milhões do boletim de outubro. O intervalo das expectativas é 114,33 milhões e 119,37 milhões de toneladas. A média da produtividade da soja está sendo esperada pelo mercado em 58,97 sacas por hectare, contra a estimativa anterior de 58,27. No ano passado, o rendimento da oleaginosa ficou em 54,42 sacas/ha. 

O intervalo esperado pelos traders para os estoques finais de soja dos EUA variam de 9,93 milhões a 13,2 milhões de toneladas, com média de 11,43 milhões. Em outubro, o número veio em 10,75 milhões de toneladas. Na temporada 2015/16, os estoques dos EUA vieram com 5,36 milhões de toneladas. Já os estoques mundiais poderiam ficar, de acordo com as expectativas do mercado, entre 74,2 milhões e 79,8 milhões de toneladas. A média de 77,4 milhões se alinha com o número do reporte anterior.

Veja mais detalhes sobre as expectativas:

>> USDA: Força intensa da demanda pode limitar alta dos estoques de soja nos EUA

Mercado Interno

Os preços da soja formados no Brasil, nesta terça-feira, não conseguiram, porém, acompanhar os ganhos registrados em Chicago no interior e nos portos do país. A maior parte das principais praças de comercialização encerraram o dia com estabilidade ou recuando, com exceção de Rio Verde/GO, onde a cotação subiu 1,37% para R$ 74,00 por saca. 

O dólar, mais uma vez, recuou e fechou o dia com R$ 3,1674, perdendo mais de 1% diante das expectativas do mercado financeiro pela vitória da candidata democrata nos EUA e segue prejudicando a formação dos valores no Brasil. "Sites e pesquisas privadas começaram a mostrar avanço de Hillary sobre Trump e isso bastou para fazer os investidores se animarem", comentou o gestor de um banco doméstico à Reuters. 

Leia mais:

>> Dólar cai mais de 1% ante o real com expectativa de vitória de Hillary

Nos portos - com exceção do disponível em Rio Grande, onde a soja perdeu 0,65% para R$ 76,00 por saca, os preços operaram na contramão e terminaram os negócios com alguma alta. Ainda no terminal gaúcho, o mercado futuro registrou avanço de 0,64% para R$ 79,00 por saca, enquanto em Paranaguá foi a R$ 75,50, subindo 0,65%. Ainda no terminal paranaense, o disponível fechou com R$ 77,00 e alta de 0,65%, enquanto em Santos, o preço subiu expressivos 4,81% para R$ 80,70 por saca.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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