Com chuvas irregulares e temperaturas muito altas, lavouras sofrem em MT; incidência de pragas é grande

Publicado em 03/11/2016 15:08
Confira a entrevista de Glauber Silveira - Pres. da Câmara Setorial da Soja
Com plantio feito mais cedo, alguns produtores semearam com condições insuficientes e há áreas com necessidade de replantio e germinação irregular. Quadro climático dificulta o controle de pragas e ervas daninhas. Produtores sofrem ainda com a restrição de crédito desta temporada.

A safra 2016/17 do estado do Mato Grosso enfrenta um momento no qual os produtores devem ter muita atenção na hora de realizar o plantio e o cultivo da soja. Com chuvas mal distribuídas e temperaturas muito altas, cria-se um cenário favorável para pragas e ervas daninhas, além de danificar o potencial germinativo da semente.

De acordo com Glauber Silveira, presidente da Câmara Setorial da Soja e representante da Aprosoja e da Abramilho, já foram notados alguns replantios no estado, com lavouras apresentando germinação irregular e ataque de lagartas devido ao clima muito seco. Ele aponta que a situação não é instável como na última safra, mas "é um clima bastante preocupante".

A situação também se reflete na Argentina, onde os produtores só plantaram 50% do que seria previsto para o período, além de possuírem uma janela de plantio mais apertada.

O presidente detalha que tem visto alguns produtores preocupados em "plantar rápido e no risco", com destaque para a região Oeste do estado, onde alguns plantios foram feitos em solos mistos que não haviam recebido bons volumes de chuva. "O clima de 45 graus cozinha a semente, não germina. O produtor está arriscando demais com a preocupação de plantar logo", destaca. "É um sintoma negativo, porque o plantio é 50% do sinal de uma boa lavoura".

No entanto, ele lembra também que não deve haver preocupação a respeito da falta de sementes para o replantio, que não deve ser grande como na última safra. "O que pode acontecer é o plantio não ter densidade adequada e sofrer com ataques de pragas e ervas daninhas", diz.

As pragas, principalmente as lagartas, começam a preocupar o estado, mas Silveira acredita que o "produtor está mais preparado", embora a falta de caixa e a dificuldade de crédito possam gerar problemas na hora de financiar os inseticidas. Ele recomenda que os produtores não descuidem do manejo integrado de pragas e do controle biológico da lavoura. "Tem que cuidar com carinho".

Do lado da comercialização, ele ainda não vê o momento de forma favorável para os preços. Com safra ainda incerta, há uma possibilidade de picos nos preços mais adiante, para os quais os produtores devem ficar atentos - em principal, acompanhando as movimentações do mercado na Bolsa de Chicago, que se encontra "mais positivo, melhor do que se esperava", sinaliza.

 

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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