Café: Bolsa de Nova York retoma o campo positivo nesta tarde de 4ª e vencimentos distantes operam acima de US$ 1,70/lb
Os contratos futuros do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 100 pontos nesta tarde de quarta-feira (26) e estendem os ganhos da sessão anterior. O mercado chegou a operar em baixa na manhã de hoje, mas logo voltou ao território positivo diante da possibilidade de desabastecimento no mercado no próximo ano, com o Brasil reduzindo suas exportações para atender a demanda interna devido à perspectiva de safra baixa em 2017. Compras especulativas por parte dos fundos e o câmbio também contribuíram para o avanço dos preços externos.
Com essa nova alta, os vencimentos mais distantes do grão já estão acima de US$ 1,70 por libra-peso. Pelo horário de Brasília, às 12h27, o vencimento dezembro/16 estava cotado a 165,35 cents/lb com alta de 85 pontos, o março/17 registrava 168,70 cents/lb com avanço de 80 pontos. Já o contrato maio/17 estava sendo negociado a 171,00 cents/lb com 100 pontos positivos e o julho/17, mais distante, também subia 100 pontos, cotado a 172,80 cents/lb.
As correções para baixo no mercado pela manhã representaram uma acomodação natural para as cotações no terminal externo. No entanto, os preços voltaram ao território positivo com a percepção dos operadores de que o Brasil além de safra mais baixa em 2017 possa chegar a ter que reduzir suas exportações para atender a demanda interna. O café arábica tem sido usado pelas torrefadoras brasileiras como substitutivo do robusta, que testou no dia os níveis mais altos em dois anos em Londres.
De acordo com mapas climáticos, durante a semana podem ocorrer pancadas de chuvas em diversas áreas do cinturão produtivo do Brasil com acumulados entre 70 e 100 milímetros no Sul e Leste de Minas Gerais. Em São Paulo, também devem ocorrer pancadas de chuvas ao longo da semana com precipitações entre 50 e 70 milímetros.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas ontem (25), o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes afirmou que não aposta em uma baixa no mercado de café no curto prazo, apesar de ser difícil enxergar a situação dos preços nos próximos meses. "O mundo precisa de café e o consumo interno brasileiro continua crescendo. Apesar da crise, o brasileiro consome café em qualquer condição", destaca.
Levando em conta análises gráficas, o analista João Santaella acredita que com a alta expressiva das cotações do arábica na terça-feira e ao longo de todo o mês de outubro o cenário contribuem para um cenário positivo ao mercado. "Acredito que os preços se mantendo acima de 150,00 e 160,00 cents/lb tem tudo pra buscarmos as máximas de 170,00 cents/lb, 185 cents/lb e até 200,00 cents/lb", afirma.
No Brasil, seguem isolados os negócios com café apesar das valorizações externas com os produtores à espera de patamares ainda mais altos nos próximos meses. As vendas até acontecem todos os dias, mas apenas com o produtor que "precisa fazer dinheiro", afirma Eduardo Carvalhaes. Já os cafeicultores mais capitalizados estão fora do mercado e aguardam por patamares melhores. Por volta das 9h, o tipo 6 duro de café arábica registrava em Guaxupé (MG) R$ 541,00 a saca de 60 kg com alta de 1,12%, em Patrocínio (MG) o tipo estava cotado a R$ 520,00 a saca – estável e em Espírito Santo do Pinhal (SP) anotava R$ 540,00 a saca e alta de 5,88%.
Na terça-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 526,71 com valorização de 2,85%.
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