Moody's eleva rating da Petrobras e muda perspectiva para estável
A agência de classificação de riscos Moody's elevou nesta sexta-feira o rating da Petrobras de B3 para B2 e mudou a perspectiva de negativa para estável, por melhorias no perfil de liquidez da companhia e no ambiente regulatório do Brasil nos últimos meses, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Apesar da melhora, o rating da Petrobras ainda continua sendo grau especulativo --o que significa que a companhia potencialmente enfrenta condições mais difíceis para fazer captações de títulos--, uma situação vivenciada há algum tempo, desde que a petroleira viu suas finanças se deteriorarem em meio a um escândalo de corrupção, elevado endividamento e queda nos preços do petróleo.
A Moody's explicou que a perspectiva estável da Petrobras indica que, nos próximos 12 a 18 meses, a liquidez da companhia e riscos de crédito em geral vão melhorar gradualmente, apoiados pelo enfoque na melhoria das operações e alocação de capital, refinanciamento da dívida e vendas de ativos adicionais.
Fatores externos, como melhoria do sentimento do mercado em relação ao Brasil, após o impeachment de Dilma, e a consequente valorização do real ante o dólar também contribuíram com a melhoria do perfil da empresa, de acordo com a Moody's, que citou fatores para a redução dos custos, de despesas de capital e da alavancagem.
"O risco de liquidez da Petrobras tem diminuído ao longo dos últimos meses com as vendas de 9,1 bilhões de dólares em ativos até agora em 2016 e os cerca de 10 bilhões de dólares em títulos trocados durante terceiro trimestre, o que estendeu o perfil de vencimento da dívida da empresa", afirmou a Moody's.
A agência de classificação de risco destacou que antes das últimas emissões de títulos em maio e julho, a petroleira não acessava mercados de capitais desde junho de 2015, devido ao baixo apetite de crédito para a indústria de petróleo e gás e a própria Petrobras, e também pelo risco do Brasil.
Entretanto, a Moody's ponderou que os riscos de liquidez da Petrobras permanecem significantes.
Em 30 de junho, as dívidas da Petrobras com vencimento no restante de 2016, e nos anos fiscais de 2017 e 2018, era 5,2 bilhões de dólares, 8,1 bilhões de dólares, e 14,3 bilhões de dólares, respectivamente, somando 27,3 bilhões de dólares nos próximos dois anos e meio.
Além disso, a Moody's destacou ameaças à liquidez, como passivos fiscais, potenciais atrasos no plano de vendas de ativos e as ações movidas por acionistas minoritários nos Estados Unidos, devido ao escândalo bilionário de corrupção que envolveu ex-executivos da companhia.
Procurada para comentar o assunto, a Petrobras não se manifestou imediatamente.
(Por Marta Nogueira)
0 comentário
Dólar ronda estabilidade na abertura e caminha para ganho semanal com aversão ao risco
China diz estar disposta a dialogar com os EUA para impulsionar comércio bilateral
Rússia diz que ataque com míssil hipersônico na Ucrânia foi aviso ao Ocidente
Índices da China têm pior dia em seis semanas com balanços e temores por Trump
Wall Street fecha em alta, enquanto Dow Jones e S&P 500 atingem picos em uma semana
Ibovespa fecha em queda com ceticismo do mercado sobre pacote fiscal