A cada 11 minutos um produtor de leite deixa a atividade no Brasil, segundo o IBGE . Goiás quer reverter essa estatística
Hoje, a partir das 14h, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) recebe o 1º Encontro Estadual de Empreendedores do Leite, que nesta quarta-feira será destinado aos técnicos envolvidos na atividade leiteira e, na quinta-feira (20), com os produtores de leite.
A associação, juntamente com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Goiás, incentiva e auxilia o incremendo a produção no estado a partir do programa Goiás Mais Leite, criado em 2011 para atender uma demanda de assistência técnica por parte dos produtores de leite do estado - um diagnóstico da cadeia produtiva feito
em 2009 apontou que 60 mil produtores não possuiam assistência técnica continuada. Hoje, o programa atende cerca de 900 produtores, com 64 técnicos em campo, para ajudar a mitigar a lacuna de acesso de conhecimento aos produtores rurais.
"Hoje, em qualquer área, se possui acesso a um contador, a um administrador, a uma pessoa que ajuda a encaminhar o negócio... O produtor rural também precisa de uma pessoa que entenda a cadeia do leite, que é uma atividade muito complexa e que envolve diversos fatores", aponta Carlos Eduardo Freitas Carvalho, consultor do Senar Goiás. "É muito complicado o produtor por si só pegar informação e aplicar na propriedade de maneira com que não erre. Ele precisa de um técnico capacitado, que entenda o negócio e crie uma necessidade para que o produtor tenha que arcar com isso".
O estado de Goiás vinha crescendo de 4% a 5% até 2015 em produção de leite. No entanto, em 2015, a produção no estado caiu em torno de 15%. Em contrapartida, os produtores assistidos pelo Goiás Mais Leite crescem em torno de 14% a 15% ao ano.
O programa, de acordo com o consultor, também busca que os produtores possuam mais acesso à produtividade e renda. "A gente brinca que muitas fazendas estão doentes e que, portanto, o técnico é o médico delas", diz.
Outro problema enfrentado pela produção do estado é a sucessão familiar. A partir do momento em que os filhos dos produtores não enxergam o retorno na atividade, muitos não dão continuidade às atividades na fazenda. Logo, o programa também realiza um trabalho para que estes sucessores entendam que a atividade possa ser satisfatória também.
No encontro de hoje, a mão e obra e a questão ambiental estão em foco. Para o primeiro tema, Marcelo de Rezende, presidente da Cooperideal, falará sobre terceirização da atividade leiteira. "Quando alguma área da propriedade é terceirizada, há oportunidade para focar em uma área mais importante. Diminui trabalho, diminui pessoas e ganha eficiência", aponta Carlos Eduardo. No segundo tema, Júlio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste, especialista em recursos hídricos, fala sobre a utilização racional da água.
O 1º Encontro Estadual de Empreendedores de Leite será transmitido a partir das 14h pelo Notícias Agrícolas.
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