Klabin quer convencer cafeicultores a trocar sacos de juta por papel
SÃO PAULO (Reuters) - A maior fabricante brasileira de papeis para embalagens Klabin está ampliando sua estratégia de diversificação de produtos e pretende substituir os tradicionais sacos de juta usados no transporte de café por modelos de papel, em meio à crise de mercados como o de construção civil no país.
A companhia encomendou pesquisa que afirma que os sacos de papel são capazes de manter a qualidade do grão de café por mais tempo que os sacos de tecido, usados há décadas no Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial da commodity.
A empresa pretende capturar em três anos uma participação de 80 por cento nas embalagens de cafés especiais produzidos no país e 40 por cento do café comum, disse Douglas Dalmasi, diretor de sacos industriais da Klabin, área que é responsável por cerca de 10 por cento do faturamento da companhia.
Segundo ele, a Klabin espera conseguir neste ano vender 1 milhão de sacos de papel para café, de um total potencial para a safra 2016/17 de mais de 24 milhões. Para a próxima safra, a intenção é elevar esse volume em cinco ou seis vezes.
"A pesquisa ficou pronta na semana retrasada, então vamos pegar algumas semanas ainda desta safra", disse Dalmasi, acrescentando que o estudo elaborado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (MG) foi encomendado para ajudar a convencer os empresários cafeicultores a apostar nas sacas de papel.
Um dos clientes já obtidos pela Klabin para o produto é a Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil e líder na exportação de café no país, que informou em fevereiro que começou a usar sacaria de papel para exportação de café arábica.
Dalmasi comentou que a Klabin já tem 40 clientes no Brasil para os sacos de café e que está visitando grandes compradores de café como Starbucks, Illy e Nestlé para conseguir ampliar as vendas do produto.
O saco da Klabin para café tem capacidade para 30 quilos ante 60 quilos dos modelos de juta. O novo saco tem camadas de papel e um filme plástico que ajudar a preservar umidade e temperatura do produto. Segundo Dalmasi, o custo é de 1,50 dólar por saco de papel ante 5 dólares dos de juta.
O negócio de sacos industriais da Klabin já foi 60 por cento voltado para a construção civil, para insumos como cimento e gesso, mas com o declínio do mercado nos últimos anos, essa fatia está atualmente em 45 por cento. Diante deste cenário, a empresa tem buscado outras frentes como sacos de papel para fertilizantes, farelo e farinha, bem como exportações para países como Estados Unidos e México.
"Fizemos isso para compensar a queda na construção civil... Quando o mercado de construção voltar, vamos crescer com ele, mas nos manteremos nos outros mercados", disse Dalmasi.
O executivo e o colega Marciel Longo, coordenador de novos negócios para sacos industriais da Klabin, estiveram na semana passada na Colômbia, outro importante país produtor de café para tentar convencer cafeicultores a usar sacos de papel. A viagem ocorreu após participação da empresa em feira semelhante no Japão.
"Voltamos com solicitações de amostras e umas 50 oportunidades de testes", disse Longo, explicando que após o período de testes os potenciais clientes podem fazer encomendas do produto.
Dalmasi afirmou que a Klabin tem capacidade para ampliar as vendas de sacos de papel nos próximos dois anos sem precisar de novos investimentos. Ele não revelou o custo do projeto, baseado na fábrica da companhia em Lages (SC).
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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Marilene M Padilha Maringá - PR
Senhores NAO lemos nenhum comentário sobre ecologicamente correto!
Fura daqui, fura dali pra tirar amostras, não sei se papel vai aguentar não...
Concordo com vc Vitor e tem mais, muitos cafeicultores estão utilizando bags de 1000 kg para diminuir mão de obra, será que esta sacaria de papel não esta na contra mão?
Acho válido para produção sob encomenda, tipo cafés especiais direto do produtor para o comprador no exterior com trânsito direto sem intermediação...sei lá...