Michael Cordonnier estima aumento na safra 2016/17 de soja do Brasil; Argentina deve colher 58 mi
Na medida em que o plantio da safra 2016/17 da América do Sul avança, as especulações sobre o tamanho e seu potencial também crescem e ganham mais espaço nos negócios, principalmente nos que são praticados com o futuro da oleaginosa na Bolsa de Chicago. Juntos, afinal, Brasil, Argentina e Paraguai produzem 51% da soja de todo o mundo.
Para o consultor internacional Michael Cordonnier, a safra sul-americana deverá chegar as 174,2 milhões de toneladas, de acordo com sua última estimativa divulgada nesta terça-feira (11), contra as 165,5 milhões da temporada 2015/16. As projeções do especialista variam entre 166,9 e 181 milhões de toneladas.
Cordonnier estima a safra de soja do Brasil em 101 milhões de toneladas, podendo ficar entre 97 e 104 milhões. O número veio ligeiramente maior do que o registrado há uma semana e é reflexo, segundo explica o consultor, do desenvolvimento da semeadura melhor do que o esperado, superando, em algumas regiões, o ritmo do ano passado. Além disso, acredita também que os produtores do sul do país não façam toda a migração para o milho como previam mais cedo.
Entretanto, o consultor faz uma ressalva à irregularidade das chuvas, que ainda persiste, e as preocupações com um clima mais seco em áreas de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Dessa forma, seu viés para a nova safra do Brasil agora é "neutro", como noticiou o portal ProFarmer.
Na região de Cassilândia, no estado sul mato-grossense, por exemplo, os trabalhos de campo ainda são bem pontuais e a maior parte dos produtores seguem à espera de chuvas melhores para darem mais intensidade ao plantio. "As chuvas vieram em bons volumes, mas em um curto período de tempo que não permitiu a absorção do solo", diz o produtor local Marcelo Ambrogi Castilho.
A comercialização também foi revisada por Cordonnier que aponta cerca de 24% da safra 2016/17 já comercializada, contra cerca de 40% do ano passado e 31% de média. E os negócios com a soja da nova temporada seguem travados no Brasil, diante de preços pouco atrativos, além de pouco suporte vindo ainda do câmbio.
O especialista trouxe ainda seus números estimados para a produção de soja da Argetina - 58 milhões de toneladas -; do Paraguai - 9,1 milhões -; da Bolívia - 3,1 milhões - e do Uruguai - 3 milhões de toneladas. Em comparação com a safra 2015/16, todos apresentam incremento já que, na temporada anterior, as colheitas foram de, respectivamente, 56 milhões; 9 milhões, 3 milhões e 2 milhões de toneladas.
Milho
Para a safra de milho do Brasil, o viés de Cordonnier também é neutro e sua estimativa média é de 83 milhões de toneladas para esta temporada, número inalterado em relação ao seu último reporte. Segundo ele, o plantio da safra de verão já está concluído em, aproximadamente, metade da área contra os 35% deste mesmo período no ano passado. Apesar disso, chama a atenção também para o Rio Grande do Sul.
"A umidade do solo no sul do Brasil para o plantio na primavera estava um pouco abaixo do ideal e a seca recente no Rio Grande do Sul já vem resultando em algum stress hídrico para o milho plantado mais cedo. Alguns produtores gaúchos já estão preocupados, portanto, com o potencial do rendimento do milho, o qual já poderia ser impactado", diz em entrevista ao ProFarmer.
Para a safra da Argentina, o especialista também manteve sua estimativa de 35 milhões de toneladas, bem acima das 27 milhões da safra anterior. Os números já começam a confirmar as perspectivas de um aumento de área cultivada com o cereal no país nesta temporada.
"O clima na Argentina estava 'misto' na última semana, mas melhorou. Algumas áreas que sofriam com seca receberam a umidade necessária, mas ainda é necessário mais em pontos determinados, como o oeste e o norte da Argentina. As áreas centrais e do leste são as que possuem melhores condições", diz Cordonnier.
A produção de milho da América do Sul - contabilizando Brasil, Argentina, Paraguai (3,2 mi de t), Bolívia (700 mil t) e Uruguai (400 mil t) deverá totalizar 122,3 milhões de toneladas, contra 97,2 milhões da 2015/16.
Com informações do ProFarmer.
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