Procafé: Bicho mineiro do cafeeiro ataca mais com poeira
Em cafeeiros sujeitos a poeira, localizados na beira de estradas ou carreadores, tem sido verificado um maior ataque de bicho mineiro na folhagem.
O bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é a praga mais importante da lavoura cafeeira, devido aos danos que provoca, com a redução da área foliare com a desfolha acentuada das plantas.
As principais condições que favorecem o ataque de BM se relacionam ao clima mais quente e seco, através da ocorrência de períodos de falta de chuvas, e, ainda, por desequilíbrios por defensivos e de inimigos naturais.
No campo, um fator localizado pode, também,influenciar no agravmento do ataque de BM . Trata-se do empoeiramento da folhagem do cafeeiro, por efeito de proximidade de estradas de terra ou de carreadores, por onde transitam veículos, os quais, como diz, mais ou menos, a musica - “levantam poeira e o BM dá a volta por cima”, da folhagem.
Embora não se tenha, ainda, uma comprovação científica desse fato, as observações de campo são muito nítidas em apontar a correlação direta, entre a condição de poeira sobre as folhas e a intensidade do ataque de BM.
Vamos, então, pra parte mais difícil - explicar o por que disso. Para o caso do ácaro vermelho (O. ilicis) sabe-se, com comprovação experimental, que ocorre a retirada de umidade da folha, pela poeira, e essa situação, de baixa umidade, favorece a reprodução do ácaro. Sendo assim, uma das hipóteses, que pode explicar o maior ataque de BM, seria, também, essa questão de menor umidade, pois é conhecido que lavouras mais arejadas e ensolaradas sempre se correlacionam com maior ataque dessa praga, ou seja, ataque mais intenso com baixa umidade.
Pode-se ainda, suspeitar da poeira estar afetando mais os inimigos naturais do BM, como fungos e himenópteros, parasitas ou predadores, diminuindo a ação desses inimigos da praga.
A presente nota técnica tem por objetivo alertar os Técnicos, que assistem os produtores, a passarem a observar esse aspecto de efeito da poeira sobre as pragas do cafeeiro, e, dentro do possível, localizar melhor as lavouras, ou constituir barreiras vegetais, para reduzir o empoeiramento, ou, mesmo, caprichar mais no controle nessas áreas mais expostas a poeiras.
J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé, P.R. Reis- Pesquisador EPAMIG e Acelino Andrade Neto – Gerente Fda Rio do Barro
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