Milho e sorgo podem ajudar na conservação do solo
Estimular o plantio de milho e sorgo na rotação de culturas entre os agricultores gaúchos é uma das metas do programa “Conservar para produzir melhor”, coordenado pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação. As vantagens dos dois tipos de cultura para a conservação do solo foram tema de palestra apresentada pelo secretário Ernani Polo, durante o 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo nesta terça-feira (27), em Bento Gonçalves.
De acordo com o secretário, o milho e o sorgo são ótimas espécies para um sistema de rotação com a soja porque o sistema radicular dessas duas culturas é mais profundo, deixando o solo mais poroso, com mais capacidade de infiltração. “O melhor local para armazenar água é no próprio solo, e o solo precisa de uma capacidade de infiltração boa para reter essa água. As raízes de milho e sorgo contribuem para esse processo de descompactação. O cuidado com o solo faz com que possamos diminuir quedas bruscas de produtividade. Acreditamos que o maior limite na produtividade hoje está no solo”, explicou.
Polo alertou para alguns entraves à adesão de agricultores à implantação de lavouras de milho e sorgo. “O produtor opta pela soja, em vez do milho, por causa do custo de implantação da cultura, o risco climático e também pela possibilidade de venda futura, que não existe para o milho e traz segurança para o agricultor”.
O secretário também detalhou os objetivos gerais do Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água, projeto construído em conjunto com a Fepagro e a Emater/RS-Ascar e que envolve as secretarias do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo; do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Educação. Além das secretarias, o programa também integra instituições de ensino, pesquisa e extensão rural, cooperativas, agentes financeiros e prefeituras.
O programa promove políticas públicas em manejo e conservação do solo e da água no estado, estimulando ações de sustentabilidade e boas práticas de conservação do meio ambiente. “Solo e água é um casamento inseparável: há a necessidade de trabalhar os dois de forma conjunta. Por isso, elaboramos um programa de estado, não de governo – porque os governos passam, mas a agricultura permanece”, frisou.
Entre os desafios, Ernani Polo destacou o trabalho de conscientização entre produtores que não fazem o manejo correto do solo e a diversidade climática e topográfica do estado. “Temos duas realidades bem distintas no Rio Grande do Sul em termos de clima e solo, e tudo isso deve ser levado em consideração. Não dá para generalizar”, complementou.
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