Dólar amplia queda sobre real após Fed sinalizar uma alta de juros neste ano
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliou a queda ante o real na tarde desta quarta-feira após o Federal Reserve, banco central norte-americano, ter sinalizado que deve elevar apenas uma vez neste ano sua taxa de juros, o que reduzia a aversão ao risco.
Às 15:36, o dólar recuava 0,82 por cento, a 3,2342 reais na venda. Na mínima da sessão, o dólar marcou 3,2222 reais, logo após a decisão do Fed. O dólar futuro caía cerca de 0,75 por cento.
"O Fed deu a impressão de que está cada vez mais distante um aumento dos juros. E o dólar só tinha o Fed para segurar as cotações", comentou o economista de uma corretora nacional.
Nesta tarde, o Fed manteve suas taxas de juros entre 0,25 e 0,50 por cento, como amplamente esperado, mas as autoridades reduziram o número de altas de juros que esperam neste ano de duas para uma, de acordo com a projeção mediana de estimativas divulgada com o comunicado. Três dos 17 membros disseram que os juros devem permanecer estáveis pelo resto do ano.
Com isso, as chances de aumento da taxa de juros dos EUA no encontro de dezembro perderam força durante a tarde, segundo as taxas de juros futuros do país.
Juros maiores nos Estados Unidos tendem a atrair recursos atualmente aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
A trajetória de baixa da moeda norte-americana frente ao real nesta sessão foi influenciada desde a abertura após o Banco do Japão mudar o foco da sua política monetária e determinar meta para rendimentos de títulos públicos.
"Essa decisão inesperada do BC japonês ajustou os 'yields' dos títulos longos (nos EUA) e fez dólar cair", comentou mais cedo o gestor de uma corretora nacional.
O banco central japonês fez uma mudança abrupta e adotou como foco a taxa de juros de títulos do governo buscando alcançar sua meta de inflação, após anos de forte impressão de dinheiro que não tirem efeito para tirar a economia de décadas de estagnação.
Embora o Banco do Japão tenha garantido aos mercados que continuará comprando grandes quantidades de títulos e ativos de maior risco, a reformulação da política monetária parece abrir a porta para eventual fim de suas compras de ativos e tenta reparar parte do dano provocado por sua decisão de adotar taxa de juros negativa.
O Banco Central brasileiro vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap reverso, equivalente à compra futura de dólares.
(Edição de Patrícia Duarte)
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