PR: Inverno antecipado refletiu na indústria leiteira
O frio, que chegou antes do inverno este ano, pegou de surpresa os produtores de leite. De acordo com informações da secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, o preço pago ao produtor no Paraná aumentou 24% de janeiro a junho, primeiro mês do inverno. Um levantamento feito pelo Departamento de Economia Rural do Estado (Deral), apontou que em janeiro o produtor recebia R$ 0,99 por litro e em junho o valor chegou a R$1,23.
Entre os produtos lácteos vendidos no varejo a maior alta observada foi no leite longa vida, que subiu 28,7% em relação a maio de 2015. “Ao contrário do que parece, a situação para o produtor não é boa, pois a melhora do preço pago serviu apenas para amenizar a alta dos custos de produção”, explica o técnico do Deral, Fábio Mezzadri.
Segundo Mezzadri, a alta se deve a um conjunto de fatores; como o aumento de preço dos insumos importados, valorização nas cotações do milho e pouca oferta de pasto em boas condições. “O frio intenso e as geadas vieram antes do esperado e pegaram os produtores ainda despreparados”, comenta o técnico. Com a chegada do inverno os pastos secaram e a principal fonte de alimentos dos bovinos ficou escassa.
Uma solução para os criadores é a utilização de forragem, capim colhido e armazenado em grandes fardos. Esse processo precisa cumprir à risca algumas etapas como: corte, secagem e armazenamento. Dessa forma serão bem conservados todos os nutrientes que o gado necessita. A combinação das propriedades química, física e biológica da forragem é fundamental para ter um alimento saudável e com alto valor nutritivo. Já existe tecnologia de ponta para equipamentos que fazem fenação e ensilagem. Graças a eles o produtor tem a disposição um produto final de alta qualidade, obtido com menor tempo de trabalho.
De acordo com Hans Jan Groenwold, presidente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), o volume de leite produzido por cada animal depende muito do que ele consome. “O ideal é que mais de 50% do consumo seja de material volumoso (feno ou capim). Ração e outros preparados devem ser menos da metade do consumo diário do animal.” De acordo com o especialista o material ensilado e pré-secado precisa ser bem conservado. Para isso, existem diversas máquinas no mercado. “São diversos equipamentos. Tem máquina para tombar o capim, enleirar, enfardar ou fazer a ensilagem. Os grandes produtores têm esses equipamentos. Os pequenos normalmente se organizam para terceirizar o serviço”, explica ele.
Uma das fornecedoras desses equipamentos fica em Valinhos (SP). O coordenador de suprimentos da Vermeer Brasil, Daniel Ghilardi, conta que foi uma escolha estratégica, ficar próximo ao aeroporto de Viracopos, para poder atender com rapidez os clientes do Brasil e da América Latina. “A Vermeer atua nesse segmento a mais de 50 anos. Os equipamentos mais procurados são as segadoras condicionadoras. As máquinas para condicionar e tirar a umidade do capim são equipadas com rolo de aço, o que facilita a troca de facas”, explica ele.
Um dos clientes da Vermeer está em Carambeí, região conhecida pela produção de leite. A empresa Agroholanda é especializada na produção de feno. Eles comercializam desde capim para camas de bezerro, até tipos específicos para a alimentação e nutrição de ruminantes e vacas leiteiras. Atendem desde as maiores companhias de laticínios do país, até pequenos produtores rurais. O gerente geral da empresa, Ronaldo Hesse, explica que o pré secado de azevem é o mais procurado pelos produtores de leite, justamente o tipo que está em faltou no neste inverno. “Normalmente produzimos 15 mil bolas por ano, este ano vamos chegar a 8 mil aproximadamente.” Nestes casos, o equipamento é elementar para a produtividade, nada pode ser perdido. “Temos uma enfardadora Vermeer que não abro mão”, afirma. Ele conta que a máquina produz fardos de tamanho único, de 1,20 metro de diâmetro por 1,20 metro de largura. O equipamento tem 17 facas para cortar o capim em pedaços muito pequenos, pois quanto menor, melhor é a absorção de nutrientes pelo gado e maior será a produção de leite e a qualidade do produto.
Quando o clima não ajuda, a salvação pode estar na tecnologia.
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