Milho: Focado na safra americana, preços consolidam 4º dia consecutivo de perdas na Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho recuaram nesta quinta-feira (25) e consolidaram o 4º dia seguido de queda. As principais posições do cereal encerraram o pregão com perdas de pouco mais de 4 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,23 por bushel, enquanto o dezembro/16 encerrou a sessão a US$ 3,32 por bushel. Já o março/17 finalizou a sessão a US$ 3,45 por bushel.
O mercado, assim como no caso da soja, permanece atento às informações reportadas pelo Crop Tour Pro Farmer, que traz os relatos dos campos americanos. Diante de um clima favorável, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), projetou em seu último boletim de oferta e demanda, uma safra ao redor de 384 milhões de toneladas de milho nesta temporada.
Ainda hoje, dados do tour apontaram o rendimento médio das lavouras de milho em Minnesota em 194,67 sacas por hectare. No ano anterior, a produtividade estava em 202,72 sacas de milho por hectare, já a média dos últimos três anos é de 189,8 sacas por hectare. Nesta sexta-feira, serão divulgados números dos principais estados produtores nos EUA.
No caso do milho, há muitas especulações a respeito dos números projetados. "Temos encontrado evidências de que a previsão de safra recorde feita pelo USDA pode ser exagerada, uma vez que o tempo quente prejudicou a safra em algumas localidades", reportou a agência Bloomberg.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group, disse a produtividade média indicada para as lavouras de milho no país pelo USDA, de 185,22 sacas por hectare não deve ser atingida. “Este número de produtividade não é ruim. Teremos uma boa safra, mas não será uma safra recorde”, prevê.
Assim, diante da consolidação de uma safra cheia nos EUA, as informações vindas do lado da demanda também serão importantes na sustentação dos preços. Ainda hoje, o departamento norte-americano reportou novo boletim de vendas para exportação.
Na semana encerrada no dia 18 de agosto, as vendas de milho somaram 1.131 milhão de toneladas. Do total, 71,1 mil toneladas são da temporada 2015/16 e o restante, de 1.059,9 milhão de toneladas, da safra 2016/17. Da temporada velha, os principais destinos foram Japão, Bangladesh e Israel, já do novo ciclo, os compradores foram México e Colômbia.
Mercado brasileiro
O recuo registrado em Chicago também pesou sobre os preços no mercado doméstico. De acordo com levantamento da equipe do Notícias Agrícolas, os preços caíram mais de 6% em Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, ambas em Mato Grosso. Com isso, a saca do cereal fechou o dia a R$ 28,00. No Paraná, nas localidades, de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a queda foi de 1,43%, com a saca a R$ 34,50. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 caiu 1,52% e fechou o dia a R$ 32,50.
Já em São Gabriel do Oeste (MS), a cotação registrou ligeira alta, de R$ 33,20 a saca. E, em Sorriso (MT), o valor subiu 3,57%, com a saca a R$ 29,00. Nas demais praças o dia foi de estabilidade aos preços.
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, o dia também foi negativo aos preços futuros do milho. As principais posições do cereal registraram quedas entre 1,90% e 3,65%. O contrato setembro/16, referência para a safrinha, caiu 2,35% e voltou ao patamar de R$ 42,00. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 42,20 a saca, com perda de 3,65%.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,2316 na venda, com ligeira alta, de 0,27%. Segundo informou a agência Reuters, os investidores evitaram grandes apostas antes do discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, que será feito nesta sexta-feira (26). Paralelamente, os investidores ainda acompanham o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:
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