Café: Bolsa de Nova York inicia semana com alta próxima de 100 pts e vencimentos se aproximam de US$ 1,45/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 100 pontos nesta manhã de segunda-feira (22) e estendem os ganhos registrados na sessão anterior. Com isso, os preços externos já estão próximos do patamar de US$ 1,45 por libra-peso. O mercado segue atento às previsões climáticas no cinturão produtivo de Brasil, que poderiam comprometer o potencial produtivo da safra 2017/18 do país.
Na semana passada, diante dessas informações, e com suporte do câmbio, os preços externos do arábica tiveram alta acumulada de cerca de 1% nos principais vencimentos. Eles retomaram o patamar de US$ 1,40 por libra-peso.
Por volta das 09h28, o contrato setembro/16 registrava 139,95 cents/lb com 115 pontos de alta, o dezembro/16 tinha 142,35 cents/lb com 75 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 estava cotado a 145,55 cents/lb também com 75 pontos de valorização e o vencimento maio/17 anotava 147,30 cents/lb com 55 pontos positivos.
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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Com riscos para próxima safra do Brasil, preços do arábica em Nova York voltam a US$ 1,40/lb nesta semana
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana com leve alta acumulada. No entanto, apesar do avanço de cerca de 1% nos principais vencimentos, os preços externos da variedade voltaram a ficar mais próximos do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. Nos últimos dias, o mercado oscilou acompanhando o clima nas principais origens produtoras do Brasil – que pode impactar a próxima safra –, o câmbio e também variou com movimentos técnicos.
"Após as turbulências da semana, o mercado, como um submarino, voltou à superfície, deixando a sensação entre os envolvidos de que os patamares vigentes estão em linha com suas reais possibilidades de curto prazo. Tanto Nova York quanto Londres conseguiu reconquistar os suportes macros", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Nesta sexta-feira, o contrato setembro/16 registrou 138,80 cents/lb com 65 pontos de alta, o dezembro/16 teve 141,60 cents/lb com 15 pontos de avanço. Já o vencimento março/17 encerrou o dia cotado a 144,80 cents/lb com 25 pontos de valorização e o maio/17 anotou 146,75 cents/lb com 35 pontos positivos.
Durante o início da semana, as cotações futuras do arábica na ICE fecharam próximas da estabilidade com o câmbio e movimentos técnicos dando o tom para os negócios no terminal externo. No entanto, o cenário fundamental voltou ao mercado com força devido a previsões de chuva no cinturão produtivo do Brasil no final de semana. Algumas áreas de Minas Gerais, inclusive, já receberam chuvas, segundo relato de alguns produtores.
Mapas climáticos mostram que o fim de semana promete ser chuvoso no Centro e Sul do Brasil. São esperados mais de 100 milímetros de chuvas no Nordeste do Paraná, 40 milímetros no Oeste de São Paulo e 20 milímetros nas regiões da Mogiana e Sul de Minas Gerais.
Já no início da próxima semana, o frio deve voltar ao cinturão produtivo. A Somar Meteorologia não descarta a possibilidade de ocorrência de geadas fracas em áreas de baixada, borda e árvores mais novas, dado que um centro de alta pressão sobre o norte do Rio Grande do Sul derrubará as temperaturas a partir de segunda-feira no Nordeste do Paraná e no Sul de Minas Gerais. As informações partem do CNC (Conselho Nacional do Café).
Os produtores brasileiros temem que as chuvas neste momento possam prejudicar os trabalhos finais de colheita da safra 2016/17, mas principalmente, induzir floradas da próxima temporada que poderiam ser abortadas. Além disso, o próximo ano promete ser de bienalidade baixa para a maioria das plantações brasileiras, gerando menor produção.
Para o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, caso a florada apareça nos próximos dias com as chuvas, não deve ser a principal e não deve representar impactos significativos para a próxima temporada. "O problema da safra neste momento é a desfolha das plantas", pondera Matiello.
Com isso, ele estima que o cinturão produtivo tenha perdas de 30% em relação à produção desse ano. "Se fosse arriscar hoje, eu daria de 5 a 10 milhões de sacas a menos no arábica. As plantas estressaram muito com a condição climática. Alguns produtores já estão antecipando a poda", conta o especialista.
De acordo com informação reportada pela Reuters na quinta-feira, a Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé) estima que Minas Gerais deva ter colheita entre 17 milhões e 18 milhões de saca, ante 23 milhões a 26 milhões neste ano. "Isso pode impactar nas vendas do ano que vem. Agora, o tamanho da queda de safra vai depender de quanto tempo ainda vai levar para chover", disse o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, à agência.
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Dentre os cooperados da Cooxupé, a colheita da safra 2016/17 atingiu 82,11% da área até dia 12 de agosto. O número representa um avanço de quase 7% de uma semana para a outra. Nesse mesmo período, no ano passado, 72,65% da área dos cooperados havia sido colhida.
Estimativa da Safras & Mercado, divulgada na quinta-feira, aponta que a colheita brasileira estava em 86% até dia 16 de agosto. Com a previsão de produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da Companhia nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 47,24 milhões de sacas até o dia 16. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.
Já a comercialização da safra está em 37% da produção total estimada, relativa ao final de julho, segundo a Safras. Foram comercializadas pelos produtores 20,42 milhões de sacas de café. Segundo o analista da consultoria, Gil Carlos Barabach, embora as vendas tenham sido mais cadenciadas, a comercialização andou bem no último mês de julho. "O produtor aproveitou o repique de preço, quando em meados de julho o preço do café duro girou entre R$ 530,00 a R$ 540,00 a saca em Minas, para acelerar um pouco as vendas, o que repercutiu sobre o resultado comercial", afirmou.
Apesar de exercer menor influência sobre os preços do arábica no terminal externo nesta semana, os operadores continuam atentos às oscilações do câmbio. O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com queda de 0,81%, a 3,2071 reais na venda. A moeda estrangeira mais baixa em relação ao real tende a dar suporte os preços externos do café, pois desencoraja as exportações. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,69%.
Em julho passado, os embarques do Brasil totalizaram 1,91 milhões de sacas. O volume representa uma queda de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 2,55 milhões de sacas. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Leilões de café da Conab
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realiza na próxima quinta-feira (25) mais um leilão de venda de café. No total, serão ofertadas pouco mais de 70 mil sacas de 60 kg do grão ensacado da safra 2009/2010, que está em armazéns da autarquia nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Desde janeiro, o governo já comercializou 320 mil sacas de café, de um total de 1,25 milhão dos estoques públicos, informou o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) nesta sexta. O valor arrecadado nas vendas até agora foi de R$ 128,5 milhões. O Paraná já vendeu todo seu estoque. São Paulo e Minas Gerais são os estados que ainda possuem o grão.
Mercado interno
No mercado físico nacional, os produtores seguem retraídos dos negócios e esperam por melhores patamares cientes da possibilidade de melhora na lógica mercadológica mais favorável nos próximos meses. Eles também estão bastante atentos às intempéries climáticas no cinturão produtivo.
"Produtores estão atentos ao clima, já que as altas temperaturas e a falta de chuvas nas regiões de robusta podem prejudicar as primeiras floradas verificadas no início deste mês. Quanto ao arábica, os preços caíram, influenciados por recuos externos", reportou ontem o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).
No acumulado da semana, os preços dos tipos de café verificados pelo Notícias Agrícolas tiveram curtas oscilações. "O mercado interno do café não ganhou ritmo ou liquidez. Os preços continuam fragilizados", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,75% e saca a R$ 523,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Franca (SP) com queda de R$ 10,00 (-1,92%), saindo de R$ 520,00 para R$ 510,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 541,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 4,25% e saca a R$ 491,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 531,00, mas subiu R$ 10,00 (1,88%) e agora vale R$ 541,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com R$ 495,00 a saca e alta de 3,13%.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Guaxupé (MG). A saca estava cotada a R$ 473,00 na sexta-feira passada, mas teve valorização de R$ 10,00 (2,11%) e agora está em R$ 483,00.
Na quinta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 472,40 com alta de 0,85%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta sexta-feira com leve baixa. O contrato setembro/16 anotou US$ 1786,00 por tonelada com queda de US$ 3, o novembro/16 teve US$ 1817,00 por tonelada com baixa de US$ 6 e o janeiro/17 anotou US$ 1841,00 por tonelada com desvalorização de US$ 3.
Na quinta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 423,83 com alta de 0,14%.
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