Milho: Em Chicago, mercado permanece de olho na safra dos EUA e mantém estabilidade na manhã desta 4ª feira
No início da sessão desta quarta-feira (10), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam próximos da estabilidade. Às 7h36 (horário de Brasília), os principais contratos da commodity testavam leves altas, entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,22 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado estável a US$ 3,32 por bushel. O maio/17 trabalhava a US$ 3,50 por bushel.
O mercado segue sem novidades e focado ainda no desenvolvimento das lavouras no Meio-Oeste dos EUA. Apesar do recuo, cerca de 74% das plantações ainda apresentam boas ou excelentes condições, conforme boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportado no início da semana.
Além disso, os participantes do mercado já se posicionam para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na sexta-feira (12). A perspectiva é que o departamento já atualize as projeções para a safra americana. Isso porque, diante das boas perspectivas e do clima ainda favorável, há especulações de que a produção ultrapasse as 370 milhões de toneladas nesta temporada.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Diante da perspectiva de grande safra nos EUA, mercado tem nova queda nesta 3ª feira na CBOT
As cotações futuras do milho voltaram a trabalhar em campo negativo nesta terça-feira (9) na Bolsa de Chicago (CBOT) e encerraram o pregão com quedas entre 2,00 e 3,00 pontos. A posição setembro/16 era cotada a US$ 3,22 por bushel, enquanto o dezembro/16 finalizou a sessão a US$ 3,32 por bushel. O março/17 era negociado a US$ 3,43 por bushel.
"Os preços encerraram o dia com leves perdas em meio às expectativas de uma colheita maior de milho, que pode ser indicada já na próxima sexta-feira (12)", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures. Isso porque, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na sexta-feira seu novo boletim de oferta e demanda dos EUA e mundial.
Diante das perspectivas de uma safra, que pode ser recorde e já há especulações que ultrapassem as 370 milhões de toneladas, os investidores buscam um melhor posicionamento. Até o momento, o clima no Meio-Oeste americano tem se mostrado favorável ao desenvolvimento da safra.
No final da tarde desta segunda-feira, o órgão revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições no país para 74%. Na semana anterior, o número estava em 76%. O departamento ainda indicou que 97% das plantações estão em fase de floração, 53% em fase de formação de grãos e 9% das lavouras já estão com grãos formados.
E, segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - entre os dias 16 a 22 de agosto, grande parte do Meio-Oeste deverá continuar com as altas temperaturas. No mesmo período, são previstas chuvas abaixo da normalidade.
Paralelamente, os investidores continuam atentos às informações vindas do lado da demanda. Isso porque, segundo explicam os analistas, os preços mais baixos atraem demanda. Ainda nesta segunda-feira, o USDA reportou a venda de 162,569 mil toneladas do cereal para o México. Na semana anterior também foram relatadas vendas para destinos desconhecidos.
Ainda hoje, a adida agrícola dos Estados Unidos em Brasília, Laura Geller, disse que seu país terá uma janela entre setembro e novembro para exportar milho para o Brasil, informou a agência Reuters em nota. Recentemente, o Governo brasileiro reportou que está tomando medidas para a importação de 1 milhão de toneladas de milho transgênico norte-americano.
"Se eles aprovarem a medida, isso deixaria uma janela de importações dos Estados Unidos entre setembro e novembro", destacou Laura.
Mercado interno
Mais uma vez, as cotações futuras do milho encerraram o dia em terreno misto na BM&F Bovespa. Os contratos da commodity finalizaram o pregão com ligeiras movimentações. Os primeiros contratos exibiram leves altas, entre 0,22% e 0,86%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 45,49 a saca, já o novembro/16 era negociado a R$ 46,30 a saca. Já as posições mais longas, terminaram a sessão com quedas entre 0,23% e 0,39%.
Enquanto isso, no mercado interno, as cotações também apresentaram leves modificações. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, as cotações voltaram a recuar e fecharam a terça-feira a R$ 30,00 a saca, com queda de 3,23%. Em Jataí (GO), o valor caiu 2,44%, com a saca a R$ 40,00. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 recuou novamente, cerca de 3,03%, e retornou ao patamar de R$ 32,00.
Na contramão desse cenário, em Sorriso (MT), o preço subiu 10%, com a saca a R$ 33,00. Já em Ponta Grossa (PR), o ganho ficou em 2,44%, com a saca a R$ 42,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade aos preços.
No mercado doméstico, os investidores ainda acompanham a relação entre oferta e demanda. Nesta terça-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou dois leilões de venda dos estoques públicos de milho. No total, foram ofertadas 50 mil toneladas do cereal e o volume total negociado chegou a 16.030,515 toneladas, cerca de 32,06% da oferta.
"O resultado do leilão mostra como o mercado também está fraco, não teve boa aceitação. O mercado dá sinais de fragilidade, os compradores não estão agressivos e as exportações não seguem no mesmo ritmo que no ano passado. Ainda hoje, a Conab revisou para baixo em 10 mi de toneladas a projeção para os embarques de milho. E, mesmo com a quebra na safrinha não teremos uma falta do grão", pondera o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), os embarques de milho ficaram próximos de 1 milhão de toneladas em julho. O volume está bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 8,66 mi de toneladas. A projeção é que sejam exportadas pouco mais de 20 mi de toneladas em 2016. Porém, para se alcançar essa projeção até janeiro de 2017, o Brasil precisará embarcar uma média de 1,8 milhão de toneladas do cereal, ainda conforme dados da Conab.
O consultor também sinaliza que o mercado comprador está parcialmente abastecido. E também é preciso considerar que houve um recuo na demanda do setor de ração. "Tivemos uma queda nas vendas e também muito trigo sendo utilizado no lugar do cereal na fabricação de ração", completa.
"O produtor que não necessita de capital pode esperar até outubro e novembro para voltar aos negócios. Nesse período poderemos ter cotações melhores e até mesmo uma melhora nas exportações. Não é momento de compra, nem de venda, é momento de calmaria", orienta Brandalizze.
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