Com 60% da área colhida em Coromandel (MG), perdas na produção de milho safrinha podem superar os 80%
Aos poucos, os produtores brasileiros têm avançado com a colheita do milho safrinha. Em Coromandel (MG), os trabalhos de campo já estão completos em 60% da área semeada nesta temporada e as perdas devem superar os 80%. Isso porque, a partir de agora, os agricultores irão colher as áreas mais afetadas pelo clima seco, que afetou o desenvolvimento das plantações.
Por enquanto, a produtividade média gira em torno de 20 sacas de milho por hectare, contra uma média de 110 sacas do grão por hectare em anos com clima normal. “Temos alguns talhões em que o rendimento será zero. E é preciso destacar que no ano passado, a produtividade da região chegou a 140 até 150 sacas do cereal por hectare. Com isso, foi decretada situação de emergência na localidade”, pondera o membro da comissão de grãos do sindicato rural do município e produtor rural, Geraldo Emanuel Prizon.
E meio a quebra expressiva na produção, os preços do cereal permanecem firmes na região. Atualmente, a saca é negociada entre R$ 50,00 a R$ 52,00. “Claro que os valores não são suficientes dados os prejuízos deixados pela safrinha. Com o baixo rendimento das áreas, muitos agricultores terão que desembolsar entre R$ 500,00 até R$ 1 mil por hectare, lucro da safra de verão, para cobrir essa conta”, ressalta o membro da comissão.
Contudo, alguns agricultores que obtiveram crédito junto às instituições financeiras ainda esperam receber os seguros das áreas. Recursos que também podem minimizar as perdas com a segunda safra de milho na região. “Agora, os que adquiriram o crédito junto às empresas locais, como as revendas, estão em uma situação mais delicada. Isso porque, são empresas menores e que também esperavam receber esses valores. É de extrema importância a renegociação desse passivo para programarmos a próxima safra”, acredita Prizon.
Safra 2016/17
A questão do crédito ainda tem preocupado os produtores rurais, que temem ficar sem acesso aos recursos para o planejamento da safra 2016/17. “Para essa temporada, todas as empresas e instituições financeiras buscam uma garantia real. E tudo isso acaba dificultando e engessando os agricultores”, afirma a liderança.
Para a próxima temporada, a projeção é que o maior investimento seja feito na cultura da soja devido aos preços e também a liquidez do mercado. “No milho, os custos são elevados e na nossa região, não há tanta liquidez quanto na oleaginosa. Acreditamos que uma ou outra área de cultivo com o cereal ainda possa surgir em função dos valores praticados”, completa Prizon.
Inclusive, no caso da soja, muitos contratos já foram fechados antecipadamente, com valores de até R$ 80,00 a saca. “Os produtores devem estar atentos e cultivar boas lavouras, usando as melhores técnicas para buscar uma produtividade melhor”, explica a liderança.
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