Exportadores alertam que greve de caminhoneiros pode afetar embarque de milho na Argentina
BUENOS AIRES (Reuters) - As exportações do milho da Argentina podem demorar mais nos próximos dias se produtores e caminhoneiros em greve falharem em chegar a um acordo sobre os preços de frete, disse a organização que representa os exportadores de grãos do país nesta terça-feira.
Motoristas iniciaram na segunda-feira uma interrupção no trabalho sem data para retornar, alegando que o pagamento que recebem para transportar milho, trigo e soja não acompanhou o ritmo da inflação anual de dois dígitos da Argentina.
Exportadores têm estoque suficiente para manter as remessas internacionais operando por alguns dias, mas com negociações estagnadas e sem previsão de fim para o impasse, preocupações começaram a aumentar nesta terça-feira.
"Embora o setor de exportações não seja o tema do conflito com os caminhoneiros, exportações podem ser afetadas negativamente ao longo dos próximos dias, especialmente as remessas de milho, se a greve continuar," disse Andres Alcaraz, porta-voz da associação de exportadores CIARA-CEC, em um comunicado enviado por email.
O milho está no centro das atenções porque a colheita tem sido atrasada por conta de fortes chuvas no cinturão dos grãos nos Pampas, limitando os estoques. Bolsas de commodities locais esperam que o país colha de 27 milhões a 28 milhões de toneladas de milho neste ano, das quais apenas quase metade foi colhida até agora.
Os caminhoneiros, alguns dos quais são representados pelo sindicato de transportadoras Catac, pediram um aumento de 31 por cento nas tarifas. Eles alegam que um aumento tão acentuado é necessário para acompanhar os custos impulsionados por uma das maiores taxas de inflação do mundo.
(Por Hugh Bronstein)
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