Perda de competitividade nas exportações com queda do dólar e crise na demanda interna por carnes deixam frigoríficos em alerta
Com o consumo per capita saindo de 42 kg para 32 kg neste ano, a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) divulgou alerta sobre os impactos para o setor.
Na nota, veiculada na segunda-feira (18), o sindicato cita três fatores de dificuldades que historicamente não costumam andar juntos, mas que neste ano acontecem em conjunto, sendo eles: enfraquecimento do consumo doméstico e desaceleração das exportações.
O presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, afirma que a dificuldade na venda de carne bovina no mercado interno poderá desencadear uma nova crise para as indústrias frigorificas.
No mercado externo, "a valorização do real frente ao dólar está prejudicando as exportações" em receita e volume. Além disso, a Associação acrescenta a diminuição das importações de países como Rússia e a Venezuela, consequência da queda da cotação do petróleo.
Para Salazar a taxa de câmbio precisaria retornar a R$ 3,50 para voltar a dar competitividade e margem aos frigoríficos nacionais. Na nota, o presidente afirma que a situação atual "está muito próxima a de fechamento de unidades e desemprego".
Também no inicio da semana a JBS informou a decisão de fechar definitivamente sua unidade de desossa em Presidente Epitácio (SP), após a decisão ter sido suspensa junho para negociar alternativa para manter o frigorífico operando com o governo do Estado de São Paulo.
"Estamos muito pessimistas com o que pode acontecer nos próximos meses", conclui Salazar.
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