Café: Com geadas no Brasil, Bolsa de Nova York fecha com alta próxima de 200 pts nesta 2ª feira

Publicado em 18/07/2016 18:00

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) oscilaram dos dois lados da tabela durante a sessão desta segunda-feira (18) em ajustes técnicos, acompanhando o financeiro e as incertezas em relação ao potencial produtivo do Brasil na safra 2017/18. No entanto, diante da recente onda de frio no cinturão produtivo do Sudeste do país, os preços externos acabaram fechando com alta próxima de 200 pontos.

O vencimento julho/16 encerrou o dia cotado a 147,80 cents/lb com 210 pontos de alta, o setembro/16 anotou 149,45 cents/lb com 190 pontos de valorização. Já o contrato dezembro/16 registrou 152,40 cents/lb também com 190 pontos positivos, enquanto o março/17, mais distante, teve 155,10 cents/lb com 195 pontos de avanço.

Durante a madrugada desta segunda-feira, lavouras do  Paraná, São Paulo, Sul e Cerrado de Minas Gerais foram atingidas por geadas de média e baixa intensidade causadas por uma massa de ar polar que chegou ao Centro-Sul do Brasil. Esse já é o segundo caso registrado em pouco mais de um mês no cinturão produtivo.

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"O setor cafeeiro, que já vinha estressado com a seca no conilon e as chuvas no início da safra do arábica, agora, tem que administrar este novo componente, o frio", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

Segundo o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, André Luís Garcia Alvarenga, a maior parte das lavouras do Sul e Cerrado Mineiro, importantes áreas produtoras, foram atingidas pela geada e isso deve impactar diretamente na temporada 2017/18. "Quando os cafezais são expostos a temperaturas abaixo de zero, eles perdem o potencial produtivo", explica.

Para ele, os prejuízos causados pela condição climática só devem aparecer no decorrer da semana e o clima ainda pode surpreender os cafeicultores. "As previsões apontam que os próximos meses deverão ser de muita atenção para os produtores", afirma Alvarenga.

De acordo com mapas da Climatempo, a previsão de geadas continua para o cinturão produtivo de café do Brasil, principalmente na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, nesta terça-feira (19). No entanto, em menor escala e intensidade. Para quarta-feira (20), só há previsão de geada para algumas áreas da serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Para Marcus Magalhães, os próximos dias no mercado ainda prometem ser de ansiedade elevada por conta dessa mudança climática. "Os negócios internos e externos deverão ficar travados", pondera o analista. Ainda assim, apesar das oscilações durante o dia, as cotações na ICE conseguiram fechar próximas do patamar de US$ 1,50 por libra-peso.

Depois de operar em alta pela manhã, o dólar comercial fechou o dia praticamente estável acompanhando o exterior e o fracasso na tentativa de golpe na Turquia. A moeda estrangeira caiu 0,07%, vendida a R$ 3,2517. As oscilações do câmbio impactam diretamente nas exportações da commodity pelo Brasil e influenciam nos preços externos.

Mercado interno

O ritmo de negócios nas praças de comercialização do Brasil não esboçou reação neste início de semana. Os produtores continuam mais atentos a colheita da safra 2016/17 e esperam melhores patamares para voltarem aos negócios.

O tipo cereja descascado fechou hoje com maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 580,00 com alta de 0,87%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com avanço de 3,45% e saca a R$ 560,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 580,00 a saca e avanço de 1,22%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,38% e saca cotada a R$ 513,00 a saca.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com R$ 530,00 a saca e alta de 1,92%,. A maior variação no dia ocorreu em Araguari (MG) com queda de 3,70% e saca a R$ 520,00.

Na sexta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 503,56 com queda de 1,26%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou praticamente estável nesta segunda-feira. O contrato julho/16 anotou US$ 1805,00 por tonelada com recuo de US$ 5, o setembro/16 teve US$ 1810,00 por tonelada com queda de US$ 9 e o novembro/16 anotou US$ 1831,00 por tonelada com desvalorização de US$ 10.

Na sexta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 412,41 com alta de 0,71%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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