Milho: Ainda focado no clima nos EUA, mercado recua pelo 2º dia consecutivo na Bolsa de Chicago

Publicado em 15/07/2016 08:19

Na manhã desta sexta-feira (15), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham do lado negativo da tabela. Por volta das 7h55 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 0,75 e 1,50 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,57 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,64 por bushel.

O mercado amplia as desvalorizações registradas no dia anterior e o foco continua sobre o clima nos Estados Unidos. Os analistas já haviam reforçado que esse é um período do ano de intensa volatilidade aos preços das commodities devido às atualizações diárias dos mapas climáticos.

De acordo com informações das agências internacionais, a última projeção indica uma redução da duração das altas temperaturas previstas em todo o cinturão produtor do cereal nos EUA na próxima semana. Além disso, as chuvas deverão ficar um pouco acima do que era esperado, o que pode ajudar a proteger as plantações contra o calor abrasador. Por enquanto, em torno de 76% das lavouras estão em boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Após valorizações recentes, milho passa por correção técnica e fecha 5ª feira em campo negativo em Chicago

Após dois dias de alta, os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (14) em campo negativo. Ao longo da sessão, as cotações do cereal reduziram os ganhos e fecharam o dia com desvalorizações entre 3,50 e 5,00 pontos, perda de pouco mais de 1%. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,62 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,64 por bushel.

De acordo com o consultor de mercado, Ênio Fernandes, o mercado exibiu um movimento de correção técnica depois das altas registradas recentemente. E o clima nos Estados Unidos, um dos principais fatores de impulso aos preços nos últimos dias, continua no radar dos participantes do mercado.

Isso porque, segundo o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - as temperaturas deverão ficar acima da normalidade no período de 21 a 27 de julho. Já as chuvas, grande parte do Meio-Oeste do país deverá registrar um volume bem abaixo da média para o período, ainda segundo levantamento divulgado pelo instituto de meteorologia.

Previsão de Temperaturas nos EUA de 21 a 27 de julho - Fonte: NOAA

Previsão de Temperaturas nos EUA de 21 a 27 de julho - Fonte: NOAA

Previsão de Chuvas nos EUA de 21 a 27 de julho - Fonte: NOAA

Previsão de Chuvas nos EUA de 21 a 27 de julho - Fonte: NOAA

No caso do cereal, as preocupações são mais visíveis, uma vez que as lavouras estão na fase crítica de desenvolvimento, a polinização. Por enquanto, a safra caminha bem e, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o último domingo em torno de 76% das plantações apresentavam boas ou excelentes condições.

"Apesar das temperaturas mais altas, em muitas regiões há umidade no solo. Acredito que ainda teremos uma boa safra de milho nos Estados Unidos", reforça o consultor. Caso as projeções se confirmem, os produtores norte-americanos deverão colher uma safra ao redor de 369 milhões de toneladas na safra 2016/17, ainda segundo estimativas do departamento.

Ainda nesta quinta-feira, o departamento divulgou novo relatório de vendas semanais para exportação. No caso do milho, as vendas ficaram em 1.355,6 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 7 de julho. O volume ficou acima das apostas dos participantes do mercado, de 800 mil a 1,2 milhão de toneladas.

Da temporada 2015/16 foram vendidas 667,8 mil toneladas - a maior parte para o Japão, com o acumulado na temporada 3% maior do que no ano passado - e do 2016/17, 687,8 mil, com o México como principal comprador.

Mercado interno

Na bolsa brasileira, as cotações futuras do milho tiveram um fechamento misto nesta quinta-feira (14). As principais posições da commodity acumularam altas entre 0,25% e 1,20%. O julho/16 fechou o dia a R$ 43,04 a saca, o setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 45,49 a saca. Apenas os vencimentos março/17 e maio/17 exibiram leves quedas e encerraram a sessão negociados a R$ 45,90 a saca e R$ 43,50 a saca, respectivamente.

No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 permaneceu estável em R$ 35,00. Já em Sorriso (MT), a alta foi de 7,14%, com a saca a R$ 30,00, já em Tangará da Serra e em Campo Novo do Parecis, também no estado mato-grossense, a valorização ficou em 3,45%, com a saca a R$ 30,00.

Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o ganho foi de 3,03%, com a saca do cereal a R$ 34,00. Em Avaré (SP), o preço subiu 0,78% e a saca finalizou o dia a R$ 37,41. Na contramão desse cenário, a queda foi de 17,79%, com a saca a R$ 36,14, já em Assis (SP), a queda foi menor, de 2,87%, com a saca a R$ 33,21.

Os participantes do mercado ainda acompanham as informações vindas dos campos, com o avanço da colheita da segunda safra. No Mato Grosso, o maior estado produtor do cereal na safrinha, a colheita já supera os 37,41%, porém, em muitas regiões os produtores têm relatado que o rendimento das lavouras está abaixo do esperado. Sem contar que com o clima seco, muitas plantações já pegaram fogo no estado, o que eleva os prejuízos aos agricultores nessa temporada.

Já no Paraná, em torno de 42% a área semeada nesta safra já foi colhida até o momento, conforme dados divulgados pelo Deral (Departamento de Economia Rural). No entanto, novas perdas foram registradas essa semana, já que algumas regiões, como Toledo foram atingidas por um temporal. Com isso, muitas plantações que estavam prontas para serem colhidas acamaram. Nesta safra, a perspectiva é que sejam colhidas 43 milhões de toneladas do grão, conforme apontam os dados oficiais.

"A colheita está andando e os relatos de produtividade estão abaixo do que o esperado. Com isso, a janela para comprar milho barato está passando e as empresas consumidoras precisam se posicionar. Acredito que nos próximos 10 a 20 dias, os preços devem voltar ao patamar de R$ 50,00 a saca na região de Campinas/SP. Ainda assim, o período crítico deverá ser observado no primeiro trimestre de 2017", disse Fernandes.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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