Perda de competitividade da soja brasileira deve refletir em exportações mais lentas, aponta INTL FCStone
Se depender da soja, os portos brasileiros devem ter um ritmo mais reduzido até o final do ano. Com a perspectiva de que a demanda doméstica do grão continue fortalecida no segundo semestre e com uma oferta de soja já consolidada, caracterizada pelos baixos estoques iniciais e uma pequena quebra de safra, o balanço final caminha para mais um ano apertado.
Nesse contexto de baixos estoques finais, a equipe de inteligência de mercado da INTL FCStone estima que devem ser exportadas 53 milhões de toneladas de oleaginosa até o final do ano, um volume que resultaria em movimentação 25% menor do que foi registrado na mesma época em 2015.
De acordo com a coordenadora de inteligência de mercado, Natália Orlovicin, essa redução nas expectativas de exportações totais está ligada ao patamar elevado dos preços domésticos visto nos últimos meses, que resultaram na preferência dos produtores em negociar mais soja no mercado interno do que o previsto, ao invés de vendê-las para fora do país.
“Além disso, o país perdeu competitividade internacional, que foi refletida nas vendas de exportação atípicas dos Estados Unidos para esta época do ano. Normalmente, o país enfrenta um período de negociações muito baixas e até mesmo de cancelamentos, mas neste ano as vendas estão muito aquecidas”, explica.
Apesar disso, os embarques não estão acompanhando esta aceleração, o que aumenta a possibilidade do grão ser embarcado apenas no próximo semestre (quando também começa a entrar no mercado a nova safra dos Estados Unidos), reduzindo consideravelmente a procura por soja brasileira e os embarques até o final do ano.
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