Soja realiza lucros no final do pregão à espera de números altos do USDA para nova safra dos EUA

Publicado em 11/07/2016 16:57

Após trabalhar em campo positivo durante todo o dia, o mercado da soja na Bolsa de Chicago optou pela realização de lucros no final dos negócios e encerrou a sessão desta segunda-feira (11) com leves baixas. Apesar de fundamentos climáticos um tanto melhores para as cotações, a espera pelos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estdos Unidos) que chegam nesta terça-feira, 12 de julho, promoveram essa correção, segundo explicou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. 

Assim, os principais vencimentos da oleaginosa concluíram os negócios perdendo entre 2,75 e 7 pontos, com o agosto/16 cotado a US$ 10,77 e o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, valendo US$ 10,55 por bushel. Os futuros do farelo e do óleo de soja também caíram e terminaram o dia com pequenas baixas, de menos de 1% na CBOT.

"Entre o boletim climático e a expectativa para o relatório desta terça-feira, o mercado trabalhou dos dois lados", diz Mariano. A projeção média dos traders para a produção norte-americana de soja é de 105,54 milhões de toneladas, contra os números de junho de 103,42 milhões. O aumento, ainda segundo explica o analista, poderia vir via produtividade maior, também estimada para ser revisada para cima pelo USDA, de 52,9 para 53,07 sacas por hectare. 

O reporte será divulgado às 13h (horário de Brasília) e, até que chegue, deve continuar trazendo volatilidade ao mercado de grãos em Chicago. E esses novos números deverão se chocar, ao longo do dias dias, com previsões climáticas para o Corn Belt que são atualizadas diariamente. "Esse é o grande conflito que acontece durante os meses de julho e agosto no campo dos pregões de bolsa", explica Mariano.  

Clima nos EUA

As previsões trazidas nesta segunda-feira indicam que no intervalo dos próximos 6 a 14 dias mostram uma continuidade das chuvas, porém em menor intensidade, e temperaturas mais elevadas. "E o aumento de temperatura já faz com que alguns tomem alguma precaução, e esse precaução nada mais é do que comprar o que estava vendido ou vender o que estava comprado anteriormente por parte dos fundos especulativos", explica Mariano. 

O Meio-Oeste norte-americano, segundo ilustram os mapas do NOAA, tem 60% a 80% de probabilidade de registrar temperaturas acima da média no intervalo dos próximos 6 a 10 dias. As chuvas, no mesmo período, poderiam ficar abaixo dessa média para a época, com 33% a 60% de probabilidade. Para o período de 18 a 24 de julho, ou seja, nos próximos 8 a 14 dias, o padrão é basicamente o mesmo: menos chuvas e mais calor. Entretanto, segundo informações apuradas pela Labhoro Corretora, na próxima semana - que começa em 17 de julho - há a previsão da chegada de um sistema de de alta pressão na região do Delta, o qual poderia trazer um tempo mais seco e temperaturas variando entre 33 e 38 graus. 

Leia mais:

>> EUA deve receber menos chuvas e registrar temperaturas mais altas nos próximos dias

Mercado Financeiro

A volatilidade no mercado de grãos, e demais commodities, não só as agrícolas, continua acentuada neste início de semana, e deve manter esse comportamento, não só pelo auge do mercado climático, mas também devido aos inúmeros fatores que vêm influenciando o andamento dos negócios no mercado financeiro global. 

"A volatilidade tem uma grande motivação financeira. As taxas de juros não mudando nos EUA, o dólar permanecendo caro diante de todas as outras moedas, isso, entre outros fatores, faz com que o mercado entenda também que deva haver uma motivação paralela para que os fundos façam as arbitragens", explica o analista da Novo Rumo. 

Demanda

Do lado da demanda, as notícias também são importantes nesta segunda-feira, com a chegada do novo reporte semanal de embarque de grãos do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e números acima das expectativas para a soja. 

Os Estados Unidos embarcaram, na semana encerrada em 7 de julho, 375,279 mil toneladas da oleaginosa, volume que ficou bem acima das 192,870 mil da semana anterior. Dessa forma, o total ficou acima das expectativas do mercado, que variavam de 140 mil e 330 mil toneladas. Ainda assim, o acumulado nesta temporada - de 44.829,858 milhões de toneladas - ainda se mostra abaixo do registrado no mesmo período do ano comercial anterior, quando 48.255,968 milhões de toneladas já tinham sido embarcados.   

Mercado Brasileiro

Ainda nesta segunda-feira, o dólar fechou em alta frente ao real - de 0,47% para R$ 3,31 - e permitiu que os preços da soja fechassem com algumas altas tanto no interior do Brasil, quanto nos portos nacionais. O movimento, entretanto, não foi um padrão e algumas praças de comercialização terminaram o dia registrando pequenas baixas, como Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, onde a cotaão cedeu 0,65% para R$ 76,50 por saca. 

No terminal de Rio Grande, a soja disponível subiu 0,58% para R$ 86,50 por saca, enquanto em Paranaguá o preço que mais cedo testou os R$ 91,00 por saca, fechou estável em relação à última sexta-feira (8) a R$ 89,00 . No mercado futuro, com a oleaginosa a ser embarcada em 2017, R$ 83,00 em Paranaguá e R$ 84,30 em Rio Grande, com ganhos de 1,22% e 0,96%, respectivamente. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Soja cai em inicio de semestre ... os fundos provocaram a subida no final do semestre anterior para proprocionar balancetes de lucro no semestre que passou... e agora, no inicio de outro, os preços estão voltando ao NORMAL para a situação dos fundamentos e REAIS... parem de inventar mentiras e depois reinventar OUTRAS para explicar o INEXPLICAVEL... olhem os históricos, gente...

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