Por que alguns produtores conseguem colher 140 sacas/ha de soja e outros ainda mantém médias de 50 sacas por mais de uma década?
O estudo do engenheiro agrônomo, Dirceu Gassen, apontou que a produtividade média da soja no Brasil quase não sofreu alterações desde 2009, ficando entre 45 a 50 sacas por hectare nas últimas décadas.
No entanto, através de concursos, não raramente, é possível encontrar produtores com rendimento de até 140 scs/ha. No torneio que premia a maior produtividade do Brasil, por exemplo, as médias dos 10 melhores classificados ultrapassaram 100 scs/ha, desde 2013.
Paralelamente os custos de produção para a soja crescem em uma velocidade superior, que só não torna a atividade insustentável devido às valorizações também no campo das cotações.
"Agora, o preço é bom para quem colhe bem, mas ruim para baixas produtividades", ressalta o engenheiro agrônomo.
Diante desse cenário Gassen considera que o país não expressa todo seu potencial produtivo para a cultura da soja. No caso dos grandes rendimentos, "a diferença está na qualidade dos processos de produção, que atende a demanda diária da planta", acrescenta.
Apesar dos problemas climáticos como os vivenciados na safra 2015/16, que causaram perdas significativas nas culturas, "as lavouras de modo geral precisam ser melhor manejadas no sistema, especialmente entre as safras".
Nos resultados dos concursos, Gassen explica que a população de plantas varia entre 26 e 60 plantas/m², com espaçamento entre linhas de 45 e 76 cm, incluindo semeadura cruzada. "Precisamos melhorar a distribuição e espaçamento de plantas, a profundidade e o exagero nas sementes e velocidade de semeadura", acrescenta.
Para o engenheiro agrônomo o potencial de produção é definido por semeadura, semente de qualidade e a proteção inicial. Além disso, o perfil de solo também é fundamental para o desenvolvimento das plantas.
De maneira geral, a cobertura vegetal e a rotação de culturas, com diversidade de biomassa aparecem como fatores convergentes nas lavouras de alta produtividade.
Dirceu Gassen é um dos convidados do III Seminário A Voz do Campo que acontece em agosto, na cidade de Gramado no Rio Grande do Sul. Confira mais informações sobre o evento, que contará com a cobertura completa do site Notícias Agrícolas no link a seguir:
>> III Seminário A Voz do Campo acontece em Gramado/RS de 11 a 13 de agosto
5 comentários
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
Everson Edilson Casagrande Sertanópolis - PR
Primeiramente porque há uma pluralidade de produtores com vários níveis de conhecimento, sem contar com os diversos tipos de solos e clima..., também pela capacidade financeira quanto aos investimentos, pois muitos não estão dispostos a correr riscos ou vêm carregando os custos de frustração de safras anteriores. Torna-se fácil, porém, para aqueles que tem uma acumulação de safras sem perdas, investirem sem se preocupar com os custos.... A agricultura é uma industria a céu aberto, e ficamos 5 meses rezando para não dar uma seca, não chover muito, não ventar, não cair granizo, não dar geada, entre outros... Lembrando que, na industria, no final do processo, o produto é a soma dos quilos dos ingredientes; na agricultura essa receitinha é diferente para cada um, 800 quilos de adubo + 130 quilos de semente + outros = nunca a produção será igual para todos.
,Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR
Nenhuma propriedade, nenhum agricultor que queira aumentar a produtividade pode continuar a ser uma ilha! Mas é preciso considerar vários fatores, entre eles o econômico, pois a tecnologia custa caro, muito caro. Certa vez eu estava em uma palestra sobre produtividade e mercado, e o palestrante falou algo que naquele momento me deixou irritado, mas que com o passar da mesma a irritação transformou-se em atenção. Duas coisas estão além da nossa capacidade: estabelecer o preço final e controlar o clima! Pois bem, aceitos estes dois fatores, não nos resta outra alternativa senão produzir mais e mais por cada metro quadrado de nossa terra. Voltando a palestra, naquele dia ouvi o palestrante dizer o seguinte "o agricultor tem que tirar o foco dos preços e focar na atividade, tem que produzir o máximo com um um menor custo possível, pois só a produtividade é onde ele pode controlar, estabelecer". Evidente que todos nós olhamos os preços e com isso decidimos o que iremos cultivar, e o problema está exatamente ai, uma tomada a decisão, ela sempre é baseada no passado e não no futuro! Outros fatores fazem muita diferença, entre elas as tecnologias das quais dispomos e pelas quais podemos ou não pagar. Há fatos interessantes, um exemplo é a tecnologia das plantadeiras a vácuo, onde e não raros os erros se sucedem, pois existe uma falsa crença de que com ela é permitido plantar acima das velocidades recomendadas que são de no máximo 6 Km/h, uns andam a mais de 10 Km/h, fazem um rali no meio da roça e depois culpam a máquina! Outra situação é falta de recursos para se implantar as muitas tecnologias que permitem fazer uma adubação ou correção do solo de maneira a se jogar o que realmente precisa onde exatamente há necessidade, e não de maneira indiscriminada como fazemos. Precisamos rever nossos conceitos, criar novas maneiras, repensar a nossa atuação se quisermos continuar na agricultura. Há quem afirme que só irão ficar nela apenas os pequenos e os grandes! Portanto saber onde estamos, em que terra pisamos e qual a nossa meta para as próximas safras, será o diferencial, o fator decisivo para quem vai ficar ou quem vai cair fora! Não há outra alternativa senão produzir mais por cada metro quadrado, e para isso há a necessidade de se implantar novas tecnologias, novas ideias, novas metas, e claro, controlar os custos de cada saca! Esperar ou contar apenas com os bons preços não é o caminho certo para quem quer continuar na estrada. A palavra de ordem é produzir, produzir e produzir... Afinal o mundo precisa de comida, e nós estamos no lugar certo, basta fazer o certo! Um ótimo final de semana a todos, boas colheitas, felicidades e muita paz...
Lindalvo José Teixeira Marialva - PR
Temos muito que evoluir para atingir médias. Milho é uma aberração quando comparamos a produtividade média entre as regiões do Brasil e o soja não foge da regra, temos muito para melhorar, logico que dependemos muito das condições climáticas, pois o produtor tem melhorado muito na questão técnica, uso de insumos e defensivos, correção adequado do solo, conservação de solo (um pouco desleixada), no entanto, esta muito bom. O que não podemos comparar é o peso de um boi criado na cocheira é a produtividade de soja cultivado em campos experimentais com o peso de um boi no pasto e com uma lavoura de soja a campo, ambos enfrentando as condições naturais do tempo e adversidades.
Sr. Lindalvo, quando fala: O que não podemos comparar é o peso de um boi criado na cocheira... Essa cachoeira seria A Fazenda Cachoeira 2C, criadora de nelores de elite dos herdeiros de Celso Garcia, proprietário da Viação Garcia, empresa de transporte de passageiros cuja matriz é Londrina -PR. É correto?
È um exemplo hipotético para que possamos comparar o que acontece no BRASIL. Fazenda Cachoeira é uma delas, no entanto, existe a Camargo Correia, Nelore è o amor, Matinha, enfim uma série delas, muito boa por sinal.
Cleverson Pozzebon Colonia Catuete
Rubens, realmente parece equivoco, mas não é, como já respondido por Aleksander Horta. Apenas para esclarecer, Alisson Hilgenberg de Ponta Grossa-PR foi o campeão do desafio do CESB, produziu na safra passada 141,79 sc/ha em área não irrigada!
O campeão deste ano produziu um pouco menos, João Carlos da Cruz de Buri-SP, chegou aos 120,07 sc/ha, também em área não irrigada. Isso mostra que ainda temos muito que evoluir no nosso sistema de produção, e como sempre repete Dirceu Gassen: O resultado é em função do "conhecimento aplicado por hectare".As áreas para concurso do CESB são de 10ha, o que permite investimentos irreais, isto é, antieconômicos.Gostaria de ver um solo de cerrado, com tecnologias convencionais, produzir esta quantidade.
Quero saber quanto esses caras colhem nas áreas fora do concurso
Penso a mesma coisa Leandro, passo minha área de 500ha para eles qualquer hora que quiserem, em 10 há qualquer um consegue, pelo tudo que é sagrado defendo a pesquisa, mas de forma justa, não para arrebentar o setor, isso soa mal no mercado, despenca o preço, um grande absurdo, muito fácil por no papel quero ver na prática.
E eu gostaria de saber o custo para essa produção
Rubens Pimenta de Padua Cornélio Procópio - PR
Acredito que houve equivoco no título da matéria, trocaram as unidades de área, alqueire / hectare Produzir 140 sc / ha corresponde a uma produção de 338,8 sc / alq. Esta produtividade não se consegue em lugar nenhum do mundo.
Ouça a entrevista Sr. Rubens e comprove que é isso mesmo... tem produtor no Brasil produzindo mais de 8 mil kg de soja por hectare, segundo o pesquisador. Ele inclusive dá o nome do produtor... Vale a pena acompanhar as considerações do pesquisador
Realmente é possível obter estas produções mais a que custo, e a que risco, diante da possibilidade de intempéries e problemas com pragas, doenças e outros problemas que venham a gerar danos à cultura, além disso estatisticamente estas produções não refletem a realidade brasileira de solos pobres e degradados com agricultores respectivamente com os mesmos problemas.
Sr. Rubens Pimenta, neste final de semana tivemos o evento da Syngenta em Foz onde a Sra. Cecilia Falavigna foi bicampea com 92 sacas por Ha. o Eng. Gassen esta certo.
Porque será que Dirceu Gassen não vira agricultor, pois com o conhecimento que tem certamente produzirá mais de 200 sacas por hectare? Aliada a sua experiência administrativa na falida Cooplantio, seu sucesso será fora de dúvida.
Um pesquisador que recomenda plantio cruzado como prática agrícola para aumento de produtividade, sinceramente, não merece respeito. É só simular em uma folha de papel para se constatar a péssima distribuição de sementes e adubos nesta situação. Só os trouxas para acreditarem numa lorota dessas. Agricultores: sigam as recomendações da Embrapa e deixem de dar ouvidos a conferencistas picaretas que vendem o Nirvana.
O Gassen é muito bom na velha máxima "façam o que eu digo mas não faça o que eu faço", heheheheh.....
Todos tem razão mas vão preso do mesmo jeito,não existe pesquisa sem agricultor e nem agricultor sem pesquisa.Pode se ser um ótimo pesquisador sendo um mau produtor, mas não se pode ser um ótimo agricultor sem a pesquisa, não se pode ignorar a tecnologia, cabe ao pesquisador traduzir implicados estudos e modelos matemáticos em praticidade ao produtor pela extensão.Vamos discutir,participar de reuniões de produtores com pesquisadores que todos vamos ganhar e continuaremos segurando a conta corrente deste pobre país.
Vamos fazer um acordo aqui, vou plantar para produzir 140 scs por há , se vcs me garantir o seguro total desse investimento, pelo de Deus , para ficar com lorotas, plantem 500 ha e façam uma produtividade desse jeito, para mim ver passo minha área para qualquer um fazer, isso consegue em área pequena, não em grandes áreas, sigam a Embrapa, pelo amor de Deus já tá difícil produzir 50 scs por há, agora mais essa.
O Gassem parece que não conhece muita coisa sobre a produtividade da soja....lembro ao Dr que a produtividade da soja dobrou..falo da média nacional..desde os anos 80 até hoje..era nos anos 80 de 25 a 30 sc por ha..e hoje está chegando aos 60...e digo mais era de 25 a 30 por ha em terras com alta fertlidade....ou seja no Paraná..RGS...SC..e SP...hoje é 60 incluso estas áreas mais o cerrado...portanto e média em terras de alta fertilidade quase triplicou...pois em grande parte do Paraná a produtividade média passa dos 70...
Outra coisa nos anos 70 e 80 quando se falava em produtividade de soja nem sempre se envolvia com área e sim por sc de semente plantada..cansei de ouvir ah produzi 25 por um..30 por um...hora e por ha!!!!se colocar stand baixo a media por saco é altíssima mas por área e baixíssima...principalmente a gauchada a produtividade era medida por sc plantada...
Agora da para produzir 140..claro que dá....mas isto leva tempo..e passa por variedades produtivas..irrigação...etc...coisa que vamos levar mais de meio século para chegar lá..
Caro Dalzir, segundo a Embrapa, o potencial genético para a produtividade dos cultivares de soja é de 183 sc/ha. Ocorre que com o desenvolvimento da tecnologia OGM, o escopo foi da resistência a parasitas, deixando ao segundo plano o nível de vigor da semente e os níveis de concentração de nutrientes presentes na semente. É lógico que, além disso, é necessário que o "berço" (terra) onde vai ser depositada essa semente esteja dentro dos parâmetros agronômicos para o bom desenvolvimento da cultura. Não se deve esquecer que o "colchão" que ameniza as intempéries climáticas é o solo com suas características. Um exemplo fácil é que o solo argiloso retém mais água que um solo arenoso e, diante dessa característica sua cultura estará mais protegida de um veranico.
continuação... Acredito que se deixarmos de priorizar o agente (parasita) e priorizarmos o ambiente (solo, planta), com certeza o produtor vai se libertar dos "pacotes tecnológicos". Acho o maior absurdo aplicar um inseticida/fungicida para "prevenir" a praga, como se a praga não fosse um ser vivo, que tem a sua biologia e, como tal, depende das condições climáticas (temperatura, umidade) propicias para um bom desenvolvimento. Acho que a adoção do MIP, como primeiro passo já é um avanço.