Milho: Após perdas expressivas, mercado esboça reação e inicia pregão desta 5ª feira com leves altas em Chicago
Após dois dias de fortes quedas na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho voltaram a trabalhar em campo positivo na manhã desta quinta-feira (7). As principais posições do cereal exibiam leves altas entre 2,25 e 4,00 pontos, por volta das 7h25 (horário de Brasília). O contrato julho/16 era cotado a US$ 3,39 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,60 por bushel.
As cotações da commodity testam uma reação depois das desvalorizações registradas recentemente. O clima nos Estados Unidos continua no foco dos participantes do mercado e é um dos principais responsáveis pelas quedas nas cotações. Isso porque, depois de muitas especulações, os mapas climáticos voltaram a indicar chuvas no Meio-Oeste do país, o que aliviou as preocupações com o desenvolvimento das lavouras de milho.
Nesse instante, as plantações do cereal estão em fase de polinização, uma das mais importantes e de definição para a produtividade. Até o último domingo (3), cerca de 75% das plantações apresentavam boas ou excelentes condições. Os números serão atualizados na próxima semana. Paralelamente, as informações do mercado financeiro também permanecem em pauta. Especialmente o reflexo da possível saída do Reino Unido da Zona do Euro na economia global.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Com chuvas no Meio-Oeste, mercado fecha em campo negativo pelo 2º dia consecutivo em Chicago
O pregão desta quarta-feira (5) foi negativo aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity fecharam em queda pelo segundo dia consecutivo e exibiram perdas entre 8,25 e 9,75 pontos no final da sessão de hoje. O contrato julho/16 era cotado a US$ 3,35 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,48 por bushel. Mais uma vez, as cotações do cereal acumularam desvalorizações acima de 2%.
E segundo as agências internacionais, as cotações de milho ainda foram pressionadas pelas previsões de clima favorável às lavouras no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Além das chuvas registradas no último final de semana, há indicações de mais precipitações nos próximos dias, segundo informações dos institutos de meteorologia.
Para os próximos sete dias, os mapas climáticos seguem indicando volumes variados de chuvas para todo o Meio-Oeste americano, variando de 15 mm - na Dakota do Sul e Nebraska - a algo entre 30 e 65 mm em estados como Iowa, Illinois, Minnesota e Illinois. Em algumas regiões, esses volumes poderiam chegar a até 100 mm. Neste período, as temperaturas devem ficar acima da média, o que acaba sendo compensado, em partes, pelas chuvas.
"Enquanto a ameaça de tempo durante o mês de junho era muito real, ao que parece a maioria dos meteorologistas podem ter superestimado o calor para julho, o que por sua vez, levou as pessoas a questionarem o quão quente o mês de agosto será", disse Tregg Cronin, da Commodity Company em entrevista ao Agrimoney.
"Estamos em um ano em que a sensibilidade dos preços ao clima é grande, por conta das especulações em relação a uma mudança do padrão climático. E o clima deverá continuar sendo o principal vetor das cotações nas próximas semanas", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.
"Agora as pessoas estão se sentindo confiantes sobre a produção de milho e confortável o suficiente para levar um pouco de prêmio de risco de preços da soja também", ressaltou Don Roose, presidente da corretora com sede em Iowa US Commodities ao Agrimoney. Contudo, a tendência de queda dos preços ainda pode mudar, se as previsões climáticas voltarem a indicar um padrão mais quente e seco.
Até o momento, em torno de 75% das lavouras do cereal permanecem em boas ou excelentes condições, segundo dados oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 20% das plantações continuam com condição regular e 5% apresentam condições ruins ou muito ruins. O órgão ainda informou que 15% das plantações do cereal estão em fase de espigamento. Na semana anterior, o índice era de 6% e no mesmo período de 2015, o número era de 10%.
Ainda na semana anterior, o departamento norte-americano indicou um aumento de 7% na área plantada com o cereal nesta temporada, que deverá ficar acima de 38 milhões de hectares. Caso o clima permaneça favorável, os produtores dos EUA poderão colher uma safra próxima de 370 milhões de toneladas.
Por outro lado, as informações vindas do mercado financeiro também estão no radar dos investidores. "Novas preocupações surgiram sobre o impacto da Brexit - decisão do Reino Unido em deixar a União Europeia - sobre a economia global", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal internacional Farm Futures.
Mercado interno
As principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa encerraram o pregão desta quarta-feira (6) com ligeira movimentação. No final do pregão de hoje, os vencimentos exibiram leves altas entre 0,30% e 0,85%. O contrato julho/16 era cotado a R$ 40,60 a saca, enquanto o setembro/16, era negociado a R$ 40,63 a saca. Apenas o setembro/17 exibiu pequena queda, de 0,65%, a R$ 38,25 a saca. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 permaneceu estável em R$ 34,00.
Já em Barretos (SP), a saca caiu 18,50% e fechou o dia a R$ 32,24, em Assis e Avaré, os preços também ficaram em R$ 32,24 a saca, porém, a queda foi de 5,70%. Em contrapartida, em Tangará da Serra (MT), a saca subiu 8% e encerrou o dia a R$ 27,00. Já em Campo Novo do Parecis (MT), o ganho foi menor, de 4%, com a saca do milho a R$ 26,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
No mercado interno, os analistas reforçam que além da queda em Chicago e também a recente desvalorização cambial, a colheita da segunda safra continua a pesar sobre os preços. Aos poucos, os produtores têm evoluído com os trabalhos nos campos. Porém, ainda há incertezas em relação ao real tamanho da segunda safra. As projeções oficiais indicam uma safra ao redor de 49 milhões de toneladas para essa temporada.
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