Suíno Vivo: Semana encerra com queda de preços em São Paulo e Rio Grande do Sul
As cotações do suíno vivo voltaram a encerrar o dia com estabilidade nesta sexta-feira (01). Porém, a semana fecha negativa para algumas das praças de comercialização – mesmo após um mês de fortes altas. Com o enfraquecimento da demanda nos últimos dias, o mercado não conseguiu segurar os preços.
O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica o mercado esboçou reação neste mês e até mesmo registrando aquecimento na demanda “O repasse dos custos de produção também ajudou no aumento das cotações, assim como a queda das temperaturas em boa parte do país, o que acelerou o consumo”, aponta Maia.
O Cepea também explica que apesar das fortes valorizações do início do mês, em algumas regiões, os últimos recuos podem anular os ganhos. “O aumento nos valores teria sido maior em diversas praças se esta última semana do mês não fosse marcada por fortes quedas nos preços, devido à maior oferta e à demanda enfraquecida”, aponta o Centro.
Com isso, a preocupação do setor segue voltada aos custos de produção, visto que a recuperação de preços segue lenta. O último levantamento realizado pela Embrapa Suínos e Aves, apontou um novo aumento no índice de maio. O ICPSuíno/Embrapa registrou 236,30 pontos, com alta de 5,38% em relação a abril e aumento de 32,35% na comparação anual.
É o que explica o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos de Rio Grande do Sul), Valdecir Folador. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, ele aponta que o custo de produção do estado está em R$ 4,20 por quilo do animal vivo, bem abaixo da cotação média. O cenário levou produtores a abaterem os animais antes de atingir o peso ideal para reduzir gastos com alimentação, excedendo a oferta e pressionando ainda mais os preços.
» Acompanhe a entrevista na íntegra com o presidente da ACSURS, Valdecir Folador
A expectativa é de que nos próximos meses, as cotações para o milho comecem a ceder devido ao avanço da colheita da safrinha – trazendo um alívio momentâneo aos produtores, já que a oferta não deve ser suficiente para suprir a escassez. Mas por enquanto, ainda é alto os valores praticados para o milho. "Os preços do milho continuam em alta mesmo com a oferta chegando a alguns estados", explica Folador.
Em São Paulo, a situação não é diferente. Segundo informações da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), o atual custo de produção está em média R$ 85/@, enquanto que os negócios estão sendo praticados entre R$ 72,00 a R$ 74,00/@.
O cenário é bastante parecido em Santa Catarina, segundo informações da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos). De acordo com levantamentos da entidade, a saca de milho ficou no valor médio de R$ 30 no ano passado, enquanto que no primeiro semestre deste ano o preço da saca do cereal é de R$ 50,40. Já o quilo de farelo de soja, fechou o período a R$ 1,44 – alta de 23,29% em relação a 2015.
“Enquanto o preço dos insumos tiveram enormes reajustes, o quilo do suíno teve queda de 5%. Esse descompasso está acabando com a suinocultura catarinense. O descontrole é fruto da alta do dólar, que só este ano já somou uma alta de 25% com relação ao ano passado. Esses fatores fazem com que o mercado seja desanimador para a nossa suinocultura”, lamenta Losivanio em nota.
Preços
O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior desvalorização ocorreu em São Paulo, com baixa de 9,61%. A APCS explica que as baixas foram motivadas pela redução da demanda na semana, além dos preços competitivos praticados no sul do país.
No Rio Grande do Sul, os preços cederam 2,70%. A pesquisa semanal realizada pela ACSURS aponta que a cotação média paga aos produtores independentes é de R$ 3,61/kg – baixa de R$ 0,10 em relação ao valor anterior. Já os integrados continuam recebendo em média R$ 2,85/kg.
No estado do Paraná, a bolsa de suínos também definiu preços, já que na última semana não houve referência. Com isso, os negócios estão em R$ 3,88 pelo quilo do vivo. Já em Minas Gerais, a referência para a semana segue estável, em R$ 4,60/kg.
Exportações
Os embarques de carne suína in natura fecharam o mês com crescimento anual, segundo indicam os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 22 dias úteis, as exportações chegaram a 53,3 mil toneladas e média diária de 2,4 mil toneladas.
Na comparação anual, os embarques registraram crescimento de 25,4%. Por outro lado, em relação ao volume diário de maio, há um decréscimo de 7,8%.
Em receita, a soma é de US$ 113,0 milhões, em que o valor por tonelada ficou em US$ 2.118,8. Na comparação com o mesmo período de 2015 houve baixa de 2,3%, enquanto que com relação a maio a queda foi de 4,9%.
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