Café: Bolsa de Nova York estende perdas da sessão anterior ainda atenta ao cenário macroeconômico
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 100 pontos nesta tarde de segunda-feira (27) e estendem as perdas da sessão anterior ainda repercutindo as incertezas que a saída do Reino Unido da União Europeia poderia causar no cenário macroeconômico. Na semana passada, os preços externos do grão na ICE tiveram queda acumulada de mais de 4%.
"Para as commodities o efeito pode ser negativo não apenas ocasionado pela valorização do dólar, mas também em função de riscos deflacionários que podem vir de carona caso o Reino Unido tenha uma recessão e arraste alguns de seus vizinhos para o buraco", explicou em seu relatório semanal o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
Por volta das 12h22, o vencimento julho/16 operava cotado a 134,15 cents/lb com 20 pontos de baixa, o setembro/16 registrava 136,00 cents/lb com 115 pontos. O contrato dezembro/16 tinha 138,70 cents/lb com 120 pontos de desvalorização, enquanto o março/17, mais distante, registrava 141,40 cents/lb com 110 pontos negativos.
O dólar comercial trabalha praticamente estável nesta segunda-feira. Às 12h19, a moeda norte-americana subia 0,56%, cotada a R$ 3,3987 na venda. Com o dólar mais alto em relação ao real, as exportações da commodity tendem a ganhar competitividade e os preços externos recuam.
Na quinta-feira (23), repercutindo as intempéries climáticas no Brasil, as cotações do arábica atingiram o melhor fechamento desde outubro de 2015. No entanto, no dia seguinte, com a confirmação da decisão dos ingleses de deixar a União Europeia, a Bolsa de Nova York teve perdas de mais de 600 pontos, que foram fundamentais para o acumulado negativo de mais de 4% na semana.
Após fortes chuvas, principalmente no início do mês, o clima volta a ficar mais seco nesta semana no cinturão produtivo de café e deve ajudar no avanço da colheita. Ainda assim, segundo a Somar Meteorologia, pode haver ocorrência de chuva fraca e dispersa sobre a zona da mata de Minas Gerais, Espírito Santo e Sul da Bahia.
Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, as chuvas nas últimas semanas devem resultar em grãos de menor qualidade nesta safra. No entanto, quantitativamente, as perdas não foram expressivas. "A única certeza que tivemos com essas chuvas é que elas vão impactar a renda do produtor", diz. O café de varrição, já seco e que caiu com as chuvas, tem valor de mercado bem menor que o cereja descascado, por exemplo.
Nas praças de comercilização do Brasil, os negócios com café continuam lentos e os produtores atentos à colheita da safra 2016/17. "O mercado interno do café inicia a semana lento. Frio, chuva, bolsa sem força e vendedores recuados dão a tônica", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Na quinta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 496,64 com alta de 1,48%.
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