Café: Bolsa de Nova York estende queda da sessão anterior nesta manhã de 2ª e vencimentos perdem patamar de US$ 1,40/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estendem as perdas da sessão anterior em quase 200 pontos nos principais vencimentos nesta manhã de segunda-feira (27). Diante dessa nova baixa, os vencimentos mais próximos já estão abaixo do patamar de US$ 1,40 por libra-peso.
Por volta das 09h32, o vencimento julho/16 anotava 134,70 cents/lb com 35 pontos de alta. O setembro/16 tinha 135,70 cents/lb com 145 pontos de recuo. Já o dezembro/16 registrava 138,50 cents/lb e 140 pontos de baixa, enquanto o março/17, mais distante, estava cotado a 140,85 cents/lb com 165 pontos negativos.
Na semana passada, o café, que teve o melhor fechamento desde outubro de 2015 na quinta-feira (23), cedeu diante do cenário macroeconômico após a decisão do Reino Unido deixar a União Europeia.
"Para as commodities o efeito pode ser negativo não apenas ocasionado pela valorização do dólar, mas também em função de riscos deflacionários que podem vir de carona caso o Reino Unido tenha uma recessão e arraste alguns de seus vizinhos para o buraco", explicou em seu relatório semanal o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Forte queda nesta 6ª feira estimula perdas acumuladas de mais de 4% no arábica em Nova York
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam essa semana com queda de mais de 4% no vencimento julho/16, referência de mercado, que encerrou o pregão desta sexta-feira (24) próximo de US$ 1,40 por libra-peso. Os preços externos oscilaram entre altos e baixos nesses últimos dias acompanhando o clima no Brasil, o câmbio e, principalmente, realizando ajustes técnicos.
Na segunda e terça-feira, o mercado do arábica realizou ajustes para baixo na ICE repercutindo o avanço de quase 3% da semana passada, quando os operadores externos estavam atentos às condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil. No entanto, no meio da semana, com a indicação da volta das chuvas às principais áreas produtoras e a queda do dólar, os preços externos voltaram a subir.
A forte baixa registrada na sessão desta sexta-feira contribuiu bastante para a queda acumulada durante a semana. Os futuros caíram na sessão de hoje mais de 500 pontos acompanhando o mau humor nos mercados globais com a saída do Reino Unido da União Europeia.
O dia amanheceu com a Bolsa de Tóquio com queda de quase 8%. Nos Estados Unidos, as bolsas recuaram mais de 2% e praticamente todas as commodities também registraram perdas em algum momento do dia. Em Nova York, o petróleo chegou a ter baixa de mais de 6%. Em Chicago, o mercado de grãos também reagiu à decisão dos ingleses com quedas expressivas.
"O dia foi pesado nos mercados globais e marcado por fortes baixas na maioria dos ativos. Investidores acordaram surpresos com a decisão do Reino Unido de sair da Zona do Euro e isso deixou os nervos à flor da pele dos envolvidos", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Com isso, no caso do café, segundo o analista, o tombo foi inevitável por ser um ativo altamente especulativo.
O contrato julho/16 de café arábica encerrou o pregão de hoje cotado a 134,35 cents/lb com 490 pontos de baixa, o setembro/16 registrou 137,15 cents/lb com 575 pontos de desvalorização. Já o vencimento dezembro/16 anotou 139,90 cents/lb com 565 pontos de recuo e o março/17 fechou o dia cotado a 142,50 cents/lb com 555 pontos negativos.
O dólar comercial chegou a disparar mais 3% nesta sexta-feira repercutindo a decisão dos ingleses. No entanto, diminuiu a alta diante do bom humor no cenário político do Brasil. A moeda estrangeira fechou o dia cotada a R$ 3,3797 na venda com alta de 1,05%. O dólar mais alto em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity. No entanto, ao mesmo tempo, os preços externos tendem a recuar.
Depois das chuvas atrapalharem a colheita da safra 2016/17 do Brasil nos últimos dias, nesta semana foram registradas apenas precipitações isoladas sobre o cinturão produtivo do Brasil, o que acabou contribuindo para o avanço dos trabalhos no campo.
A consultoria Safras & Mercado reportou na quinta-feira (23) que a colheita de café do Brasil estava em 41% até 21 de junho. Levando em conta a estimativa de 56,4 milhões de sacas de 60 kg da consultoria para o Brasil, foram colhidas 23,24 milhões de sacas. Os trabalhos tiveram avanço de 7% em relação à semana anterior. A colheita está ligeiramente atrasada em relação a igual período do ano passado, quando 42% dos cafezais já estavam com trabalho concluído.
Dados divulgados pela Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a maior cooperativa do mundo, na última terça-feira (21), apontam que seus cooperados haviam colhido, até dia 17 de julho, 19,33% das lavouras, ante 11,32% no mesmo período do ano passado. O levantamento mostra um ligeiro avanço de 6,78% nos trabalhos em relação à última semana, quando o andamento da colheita passava por problemas causados pelas chuvas.
Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, as chuvas nas últimas semanas devem resultar em grãos de menor qualidade nesta safra. No entanto, as perdas quantitativas não foram expressivas. "A única certeza que tivemos com essas chuvas é que elas vão impactar a renda do produtor", diz. O café de varrição, já seco e que caiu com as chuvas, tem valor de mercado bem menor que o cereja descascado, por exemplo.
De acordo com o site internacional Agrimoney, em reportagem publicada nesta semana, as intempéries climáticas nos principais países produtores de café podem fazer com que a oferta mundial do grão encerre a safra 2016/17 nos níveis mais apertados que se tem registro. As informações são do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O Departamento estima que os estoques mundiais devem ter queda pelo segundo ano consecutivo, desta vez de 3,9 milhões de sacas de 60 kg, fechando a temporada com 31,5 milhões de sacas. Os estoques neste nível seriam os mais baixos desde a safra 2011/12. Essa queda deve ser motivada pela decepcionante produção do café robusta no mundo.
Mercado interno
Mesmo com as oscilações no cenário externo, os negócios nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos e os produtores atentos à colheita da safra 2016/17. Os preços fecharam a semana sem direcionamento definido.
"No lado interno, o que se vê é muita conversa e poucos negócios. O setor produtivo não se intimidou com as baixas externas e assim, deixaram as praças de comercialização dentro de um grande vazio", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Guaxupé (MG) com queda de 3,20% e saca a R$ 545,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com queda de R$ 30,00 (-5,34%), saindo de R$ 562,00 para R$ 532,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 553,00 a saca e queda de 3,15%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 577,00, mas caiu R$ 24,00 (-4,16%) e agora vale R$ 553,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 515,00 a saca e queda de 0,96%. A maior variação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 3,52% e saca a R$ 493,00.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Guaxupé (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 518,00 na sexta-feira passada, mas teve desvalorização de R$ 25,00 (-4,83%) e agora está em R$ 493,00.
Na quinta-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 496,64 com alta de 1,48%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta sexta-feira com queda expressiva acompanhando outros mercados. O contrato julho/16 anotou US$ 1634,00 por tonelada e queda de US$ 50, o setembro/16 teve US$ 1662,00 por tonelada com recuo de US$ 56 e o novembro/16 anotou US$ 1680,00 por tonelada com desvalorização de US$ 54.
Na quinta-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 395,26 com avanço de 0,37%.
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