Alimento e paz: um binômio inseparável, por Luiz Vicente Suzin

Publicado em 27/06/2016 09:27
Luiz Vicente Suzin é Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)

O grande cooperativista brasileiro Roberto Rodrigues proclamou, em sua última passagem por Santa Catarina, que a definição de uma estratégia de Estado – e não apenas de governo – para o agronegócio brasileiro será a saída do Brasil para grande parte dos problemas nacionais.

 A agricultura brasileira é o setor de maior sucesso e melhor desempenho econômico, social, tecnológico e ambiental do País. O desempenho da agricultura e do agronegócio vem dando projeção mundial ao Brasil, fato comprovado na balança comercial, visto que o agro representa quase a metade das exportações brasileiras.

 Os sucessivos ganhos de produtividade são impressionantes. A produção brasileira de carnes no período de 1990 a 2015 cresceu 458% em frango, 235% em suínos e 88% em bovinos. Nesse mesmo período, a produção brasileira de grãos aumentou mais de 260%, ou seja, 5,2% ao ano. A preocupação não é apenas com a produtividade, mas, também, com a sustentabilidade. Merece destaque o programa agricultura de baixo carbono, que visa difundir uma nova agricultura sustentável, que reduza o aquecimento global e a liberação de gás carbônico na atmosfera.

 A proposição de Rodrigues em favor de uma estratégia de Estado para o agro ganha expressão quando se dimensiona que o agronegócio verde-amarelo responde por 21,4% do PIB, por 30% dos empregos e por 46% das exportações. E que, na análise dos cenários macroeconômicos, na busca da segurança alimentar e em face da importância do agronegócio brasileiro, somente o setor primário da economia reúne as melhores condições para enfrentar os desafios dos novos tempos.

 O Brasil faz parte de um grupo restrito de países com grande potencial econômico em razão de três fatores: superfície agrícola com mais de 140 milhões de hectares, PIB maior que 1 trilhão de dólares e população acima de 80 milhões de pessoas.

Sabemos que a taxa de confiança dos agentes econômicos – inclusive dos produtores e empresários rurais – anda baixa em razão das incertezas políticas, retração da atividade econômica (baixo consumo e investimentos paralisados), inflação resistente, taxa de juros ainda elevada, moeda desvalorizada, desemprego crescente, perda de grau de investimento e incerteza cambial.

 Mesmo assim, não há dúvidas, a saída está no agro porque o Brasil possui tecnologia tropical, disponibilidade de terra e gente capaz e vocacionada. É preciso que os altos escalões da República entendam que o futuro dependerá de uma estratégia articulada de todo o Estado brasileiro – como disse Roberto Rodrigues – uma estratégia para o agronegócio que seja uma política de Estado e não apenas de governo.

 A fome é um fenômeno desestabilizador e fomentador de guerras. Se a vocação do Brasil é produzir alimentos para o mundo, é preciso assinalar aqui o caráter estabilizador e promotor da paz embutido nessa missão. Não há dúvidas: alimentos e paz constituem um binômio inseparável. As cooperativas catarinenses estão, há mais de 60 anos, engajadas nesse esforço pelo desenvolvimento e pela paz.

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Fonte:
MB Comunicação

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