Indústria de café do Brasil adota cautela após problemas com chuvas
SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de café do Brasil está mais cautelosa em relação ao tamanho e à qualidade da safra deste ano do país após uma euforia inicial, quando as lavouras dos principais Estados produtores ainda não tinham sido atingidas por chuvas intensas que derrubaram parte dos grãos dos cafezais.
"O cenário ainda está um pouco confuso, a chuva atrapalhou, andou caindo grãos. A gente está meio cauteloso. Estávamos muito eufóricos com a safra, seria um volume alto e de boa qualidade", afirmou à Reuters o novo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Ricardo Sousa Silveira.
O dirigente, proprietário da torrefadora Café Cristal, com sede em Pato de Minas (MG), Estado afetado pelas chuvas em maio e início de junho, esperava em abril uma safra do Brasil superior à prevista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"E com esse problema que teve com o clima a gente não sabe até que ponto vai atingir a qualidade e o processo da colheita", declarou ele, que ocupava a presidência da associação interinamente e foi eleito na última quarta-feira para seguir à frente do comando da Abic.
Na quinta-feira, o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, afirmou à Reuters que as lavouras na área de atuação da cooperativa, no Sul de Minas, Cerrado Mineiro e São Paulo, registraram queda expressiva de frutos pelas chuvas, e que isso resultará em redução na oferta de café de qualidade superior.
Silveira, da Abic, evitou fazer ponderações sobre o tamanho da safra. "Vamos aguardar... Provavelmente deve ter atingido a qualidade."
Ele disse ainda acreditar que, com o avanço da colheita, os preços deverão sofrer a pressão sazonal. Já Paulino, da Cooxupé, afirmou que a redução da oferta de café de alta qualidade está sustentando as cotações em plena safra.
(Por Roberto Samora)
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