Estiagem preocupa produtores de milho safrinha do Mato Grosso
Brasília (23/06/2016) – A falta de chuva que atinge o Centro-Oeste brasileiro deve gerar perdas nas lavouras de milho safrinha. Os produtores do Mato Grosso que começaram a colher o cereal contabilizam os prejuízos causados pela estiagem. Em algumas propriedades, a perda de produtividade das áreas plantadas está acima dos 50%. Quem antecipou as vendas terá dificuldades em cumprir os contratos assumidos.
As conclusões foram baseadas em dados coletados pelo Projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceira com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), junto aos produtores de milho e soja, dos municípios de Sorriso, Sinop, Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste e Querência, (MT), entre os dias 13 e 17 de junho.
De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski, a perda de produção impactou no preço da saca do milho no Mato Grosso, que está custando, em média, R$ 33,00. “A maioria dos produtores vendeu o cereal entre dezembro e fevereiro por R$ 20,00 a saca e devido a isso, poucos cerealistas têm o produto disponível para comercializar neste patamar de preço atual”, explicou Alan.
Com relação à soja, os produtores apontaram o fenômeno El Niño como responsável pela perda de produtividade na região mato-grossense. Os custos de produção também aumentaram, mas com os preços elevados, os sojicultores conseguiram cobrir esses custos. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em maio, a cotação média da saca chegou a R$ 74,36 e os negócios futuros R$ 64,94. No início do mês de junho, o valor atingiu R$ 84,71 a saca de 60 quilos.
O Campo Futuro é um projeto que alia a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural. O projeto consiste na elaboração de indicadores de conjuntura e de desempenho que têm como base os levantamentos de dados - chamados de painéis - realizados nos municípios representativos na produção agropecuária.
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