Frango Vivo: Novas altas são registradas em SP e mercado fecha mais uma semana com recuperação

Publicado em 17/06/2016 18:03

O mercado de frango vivo encerra mais uma semana com recuperação de preços em todas as praças de comercialização. Nesta sexta-feira (17), uma nova alta de preços foi registrada em São Paulo, após encerrar com estabilidade no último fechamento. Com isso, os negócios passaram pra R$ 2,95/kg.

Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, todas as regiões acompanhadas tiveram alta de preços na semana. Apenas na praça paulista, a valorização foi de 9,26% nos últimos sete dias. No Paraná e em Santa Catarina, as altas também foram expressivas, com referência de negócios em R$ 2,70/kg.

No Rio Grande do Sul, os preços subiram 7,84% nos últimos dias, que levou a cotação do estado para R$ 2,75/kg. Já em Minas Gerais – região que teve forte valorização na semana anterior – subiu 3,45%, fechando com referência de R$ 3,00/kg. Veja no gráfico:

O momento do mercado está ligado a uma série de fatores, segundo explica o boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Os pesquisadores apontam que houve uma redução na oferta de animais, além de um repasse dos custos de produção e bom desempenho nas exportações – reduzindo a demanda a disponibilidade interna. 

“No mercado atacadista de carnes da Grande São Paulo, como esperado por agentes de mercado, a alta da matéria-prima (frango vivo) tem sido repassada às cotações das carcaças”, apontam.

Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, apesar da boa recuperação das últimas duas semanas, os ganhos ainda são insuficientes, devido ao aumento de preços dos insumos. “O grande vilão ao longo do primeiro semestre foi o milho, agora o farelo de soja vem ocupando essa posição”, completa o analista.

Custos de Produção

A Embrapa Suínos e Aves aponta que os custos de produção voltaram a registrar crescimento em maio, segundo levantamento divulgado esta semana. O ICPFrango/Embrapa registrou aumento de 6,21% em relação a abril, totalizando 235,31 pontos. Na comparação anual, o crescimento é de 32,59%.

O analista da área socioeconômica da Embrapa, Ari Jarbas Sandi, explica que o incremento está diretamente ligado ao aumento nos preços de milho e farelo de soja, principais insumos utilizados na fabricação de ração para frangos e suínos.

A Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal) aponta que devido aos custos há uma redução na produção de proteína animal, o que levou a revisão do crescimento do setor de rações. No início do ano, havia uma projeção de crescimento de 3% que não deve se confirmar.

"Há muita dificuldade em repassar os custos ao preço final do produto, porque o consumidor brasileiro está descapitalizado", destaca o presidente do sindicato, Ariovaldo Zani, explicou em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Além disto, problemas climáticos tem causado prejuízos à produção de grãos, que elevou ainda mais os preços da matéria prima. Com isso, o presidente defende que deve haver um planejamento adequado ao setor de proteína animal. “Temos encontrar um ponto de equilíbrio para não tenhamos que conviver com esse ciclo de alta e baixa entre agricultura e pecuária", analisa. 

É o que também defende o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, ele aponta que a maior dificuldade do setor no momento é a escassez na oferta, que resultou em preços altos em todas as regiões produtoras.

Turra espera que o avanço da safrinha possa proporcionar alívio aos produtores que não conseguem adquirir o cereal, além dos preços apresentarem redução – mesmo com a produção apresentando quebra.

» Assista a entrevista com o presidente da Sindirações, Ariovaldo Zani

» Confira a entrevista na íntegra com o presidente da ABPA, Francisco Turra

IBGE

Os abates de carne de frango no primeiro trimestre de 2016 registraram recuo de 1,8% em relação ao anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foram abatidas 1,48 bilhão de cabeças de frangos no período, o que representa um aumento de 7,1% na comparação anual.

Paraná segue como estado com maior número, com 40,19 milhões de cabeças, seguindo pelo Rio Grande do Sul (22,06 milhões de cabeças), Goiás (13,22 milhões de cabeças) e Minas Gerais (9,87 milhões de cabeças).

» Abates de bovinos, suínos e frangos têm queda no primeiro trimestre, diz IBGE

Exportações

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou as parciais de embarques de junho nesta segunda-feira para carne de frango in natura, com dados que apontam crescimento. Em volume, as exportações chegam a 142,5 mil toneladas, com média diária de 17,8 mil toneladas. Há um crescimento de 5,7% nos embarques diários do mês passado e aumento de 0,8% a junho de 2015.

» Acesse na íntegra as cotações do mercado de frango 

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Por:
Sandy Quintans
Fonte:
Notícias Agrícolas

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