Cocamar prevê queda no recebimento de milho por seca e geada
SÃO PAULO (Reuters) - A Cocamar, cooperativa de agricultores com sede em Maringá, no norte do Paraná, espera receber cerca de 20 por cento menos de milho, ante o total de 1 milhão de toneladas projetado inicialmente, devido ao efeito da seca e das geadas, disse nesta quinta-feira o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço.
"A seca causou mais problemas… A geada também afetou um pouco, mas não dá pra saber ainda, as perdas por geadas só conseguimos ver depois", afirmou Lourenço à Reuters, no intervalo de evento de agribusiness promovido pela BM&FBovespa.
Segundo ele, as geadas da semana passada afetaram mais o milho da região de Londrina, plantado mais tarde. Já a seca prejudicou a safra em abril. O Paraná, onde está a cooperativa, é o segundo produtor de milho do Brasil.
Segundo ele, as geadas não mexeram de forma significativa no mercado porque os preços já estavam muito altos, praticamente nominais, diante da baixa oferta antes do início da colheita da segunda safra.
Os preços do cereal atingiram neste ano patamares recordes pela quebra de safra seca, que foi mais intensa em áreas do Centro-Oeste, e depois de grandes exportações realizadas pelo Brasil no início do ano, quando o câmbio favoreceu vendas externas.
Durante o evento, Lourenço ressaltou que agroindústrias foram consultadas se tinham interesse no milho, antes de a cooperativa fechar negócios para exportação, mas que as empresas decidiram comprar posteriormente, acreditando em cotações menores, o que acabou não acontecendo pela quebra de safra.
"O cliente foi consultado, quer comprar? 'Não, vou comprar depois'", revelou ele, afirmando que é necessária maior organização da agroindústria para evitar tais problemas no futuro.
"Se ver a safra que está colhendo agora, o total de exportação que vai ocorrer e que está comprometido é coisa séria, pois de repente podemos ter mais um ano de dificuldade.”
O Ministério da Agricultura, no entanto, avalia que o mercado de milho já está apontando preços mais baixos, com a entrada da colheita da segunda safra e também com produto vendido anteriormente para a exportação sendo direcionado ao mercado interno.
(Por Roberto Samora)
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