Renan intensifica críticas a Janot e diz que decisão sobre impeachment de procurador será isenta

Publicado em 16/06/2016 16:04

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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), retomou suas críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e disse ter a consciência limpa para avaliar com isenção até a próxima quarta-feira o pedido de impeachment do chefe do Ministério Público.

Janot é o autor de pedidos de prisão de Renan e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), negados nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), além de pedido de prisão do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de pedido para monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-presidente da República José Sarney.

“Com a mesma isenção, com a mesma imparcialidade com que já arquivei quatro dos oito pedidos (de impeachment), aliás nove ... pretendo fazer isso e tornar pública essa minha decisão”, disse Renan a jornalistas nesta quinta-feira, sem, no entanto, poupar críticas ao procurador-geral.

“Quando as pessoas perdem o limite da Constituição, elas perdem o limite do ridículo também”, afirmou. “Sinceramente, com todo o respeito, eu acho que o Ministério Público Federal, através do procurador-geral, já havia extrapolado o limite constitucional. Ele, com esses pedidos de prisão, extrapolou o limite do ridículo.”

Desde a negativa do ministro do STF Teori Zavascki aos pedidos de prisão, Renan tem dado declarações mais duras em relação à PGR. Afirmou nesta quinta que há um “ataque” do Ministério Público ao Congresso e ao Senado e que a razão seria “enfraquecer” a instituição.

Defendeu ainda que procuradores que estejam envolvidos nas investigações da Lava Jato e tenham sido rejeitados pelo Senado para algum posto se declarem impedidos. Afirmou que fará o mesmo se eventual pedido de impeachment de Janot o envolver diretamente.

“Qualquer pedido de impeachment que chegar para ser despachado por mim no Senado Federal, se for de uma questão que me envolva, a primeira iniciativa que vou tomar é me impedir”, afirmou, garantindo que tem a consciência “absolutamente limpa” para tomar sua decisão.

Renan disse já ter sido citado 11 vezes em delações diante da “inexistência de prova”, argumenta o senador, que defendeu mudanças na lei de delações justamente para evitar que sob pressão, presos ou investigados produzam citações “mais do que mentirosas”.

“É difícil se obter de uma pessoa que está presa, desesperada, com a família passando fome, uma delação, porque ela vai ali lhe contar uma narrativa porque não lhe exigem prova, vai dizer absolutamente o que quiser”, afirmou.

“No desespero ele envolve até a mãe, quanto mais um amigo”, acrescentou.

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Fonte:
Reuters

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