Dólar sobe e flerta com R$ 3,50, pressionado por exterior
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava e flertava com o nível de 3,50 reais nesta quinta-feira, pressionado pelo mau humor nos mercados externos diante da possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia (UE), o que poderia trazer volatilidade aos mercados.
Às 10:17, o dólar avançava 0,72 por cento, a 3,4915 reais na venda, após atingir 3,5020 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia cerca de 0,4 por cento.
"O mercado está dando muita importância para a questão da Grã-Bretanha e o dia hoje é de aversão a risco", resumiu o operador da corretora Correparti Guilherme Esquelbek.
Pesquisa publicada nesta manhã mostrou crescimento do apoio à saída da Grã-Bretanha do bloco econômico, somando 53 por cento. Trata-se do nível mais alto de apoio registrado na campanha em mais de três anos.
O referendo de 23 de junho vem assustando investidores, que evitavam ativos de maior risco com medo de impactos adversos sobre a economia global.
A decisão do Banco do Japão, banco central do país, de não oferecer novos estímulos monetários também contribuía para o mau humor.
No Brasil, investidores também demonstravam cautela diante do quadro político incerto. Na véspera, delação premiada citando o presidente interino Michel Temer pressionou fortemente o câmbio, mas o movimento perdeu força ao longo do dia.
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que Temer pediu recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012, segundo documento tornado público pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"A denúncia serve de lembrete de que a Lava Jato é o maior obstáculo enfrentado por Temer. Mas na lista de denúncias, essa não parece ser muito severa", escreveram analistas da consultoria de risco político Eurasia Group em relatório.
(Por Bruno Federowski)
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