Milho: Após ganhos do dia anterior, mercado inicia pregão desta 3ª feira em campo negativo em Chicago

Publicado em 14/06/2016 08:15

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (14) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 4,25 e 5,75 pontos, por volta das 7h55 (horário de Brasília). O contrato julho/16 era cotado a US$ 4,25 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 4,40 por bushel.

O mercado voltou a trabalhar em queda depois dos ganhos mais fortes registrados no dia anterior. Ainda ontem, os futuros da commodity acumularam altas entre 7,00 e 9,50 pontos. Os preços foram sustentados pela demanda aquecida pelo produto norte-americano. Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os embarques semanais do cereal ficaram em 1.696,990 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 9 de junho.

Além disso, os participantes do mercado têm acompanhado as informações sobre o clima nos EUA. Até o momento, as previsões climáticas apontam para tempo quente e seco no Meio-Oeste do país nas próximas semanas. Com isso, há especulações no mercado de que a falta de chuvas possa afetar o desenvolvimento das plantações do cereal.

Nesta segunda-feira, o USDA informou que cerca de 96% das lavouras de milho já emergiram. Em torno de 75% das plantações estão em boas ou excelentes condições, 21% das lavouras estão em situação regular e 4% em condições ruins ou muito ruins.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: De olho nas geadas no Centro-Sul do país, preços fecham pregão desta 2ª feira em alta na BM&F Bovespa

As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam a sessão desta segunda-feira (13) em campo positivo. As principais posições da commodity exibiram valorizações entre 0,47% e 1,82%. O contrato julho/16 era cotado a R$ 47,60 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 43,70 a saca.

Os analistas reforçam que as cotações foram sustentadas pelos ganhos registrados na Bolsa de Chicago. Paralelamente, a valorização cambial também contribuiu para o cenário. Perto das 16h50 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era negociada a R$ 3,47 na venda, com alta de 1,38%.

Por outro lado, as informações sobre as geadas em muitas localidades do Centro-Sul do Brasil também foram observadas pelos investidores. "Parece que a geada hoje foi mais importante para essa alta do que Chicago. O evento climático foi mais forte e atingiu mais regiões do que era esperado", destaca o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt.

Nesse final de semana, muitas localidades produtoras de milho safrinha foram atingidas pelas geadas. Em Aral Moreira (MS), os termômetros marcaram 3ºC e a geada atingiu as lavouras de milho safrinha, principalmente as cultivadas em áreas mais baixas. "“Com certeza teremos prejuízos, porém, ainda não conseguirmos contabilizá-los", disse o presidente do Sindicato Rural do município, Osvin Mittank.

No Paraná, a região de Cascavel, registrou a ocorrência de geada pelo 5º dia seguido. Assim como no estado vizinho, ainda não é possível quantificar as perdas, mas elas já são consolidadas. O presidente do Sindicato Rural da cidade, Paulo Roberto Orso, sinaliza que cerca de 30% a 40% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos e mais suscetíveis aos riscos climáticos.

Inclusive, muitas cidades paranaenses registraram temperaturas negativas. Em General Carneiro, a temperatura caiu e chegou a - 7,1ºC nesta segunda-feira. Em São Mateus do Sul, os termômetros marcaram -5,4ºC, Guarapuava -2,5ºC e Ponta Grossa -0,6ºC. E conforme previsão do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) mais geadas podem ocorrer nos próximos dias.

Nesta terça-feira, as regiões de Laranjeiras do Sul, Irati, Ponta Grossa, Castro, Pato Branco e Palmas deverão registrar uma geada de forte intensidade. Na quarta-feira, as localidades de Irati, Ponta Grossa poderão receber outra geada de forte intensidade.

Ainda assim, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que as perdas são pequenas, entre 10% a 20% das áreas que foram atingidas. "As perdas mais severas ocorreram com o clima mais seco. Teremos a colheita ganhando ritmo de agora em diante e a geada irá ajudar a secar mais rápido o milho. Com isso, teremos uma pressão maior de oferta nas próximas semanas e a tendência é que as cotações se acomodem em patamares mais baixos", pondera.

O consultor ainda completa, "temos valores de exportação próximos de R$ 38,00 a saca, bem abaixo do mercado interno. Então todo o milho colhido que não tiver sido comprometido para exportação ficará no mercado interno. E iremos embarcar entre 7 milhões a 10 milhões de toneladas a menos, esse diferencial irá atender o mercado interno". Ainda hoje, a saca a saca do milho para entrega em setembro/16 subiu 1,32% no Porto de Paranaguá, cotada a R$ 38,50.

Bolsa de Chicago

O pregão desta segunda-feira (13) foi positivo aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 7,00 e 9,50 pontos. As cotações da commodity acumularam valorizações entre 1,65% e 2,18%. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,30 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 4,40 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, as cotações foram impulsionadas pelas previsões climáticas que indicam um clima mais seco e altas temperaturas nos próximos dias. "As previsões apontam pata um clima quente e tempo seco na próxima semana no Meio-Oeste. E seguindo perspectivas de longo prazo que favoreçam as temperaturas acima do normal neste verão", informou o portal.

E o último final de semana já foi marcado pelo calor excessivo no Meio-Oeste dos EUA. Conforme dados das agências internacionais, algumas cidades do estado de Ohio, por exemplo, importante região produtora de soja e milho no país, registraram temperaturas entre 34ºC  35ºC, quebrando recordes dos anos 30.

Em seu último boletim, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que cerca de 98% da área projetada para essa temporada já havia sido cultivada. E que em torno de 90% das lavouras do cereal já haviam emergido. O órgão reportou ainda que 74% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições, 21% em situação regular e 4% em condições ruins ou muito ruins. O departamento atualiza as informações no final da tarde desta segunda-feira.

A perspectiva é que sejam colhidas 366,54 milhões de toneladas de milho nesta temporada. Já a produtividade média deverá ficar ao redor de 177,8 sacas por hectare.

Além disso, outro fator que tem dado suporte aos preços é a demanda aquecida pelo produto norte-americano. Ainda hoje, a consultoria Agrinvest reforçou que o país é o único exportador do grão nesse momento, já que o milho brasileiro está mais caro e a colheita do grão na Argentina caminha lentamente, o que tem deixado os importadores sem opções.

Até a semana encerrada no dia 9 de junho, os embarques de milho ficaram em 1.696,990 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.067,586 milhão de toneladas, conforme dados oficiais. O volume elevou o acumulado na temporada para 31.178,916 milhões de toneladas de milho e, mais uma vez, ficou acima das apostas dos participantes do mercado que estavam entre 900 mil a 1 milhão de toneladas.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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