Soja: Preços em Chicago acumulam 9 semanas de alta e fecham com melhores níveis em 2 anos

Publicado em 10/06/2016 17:56

Os principais vencimentos da soja negociados na Bolsa de Chicago registraram sua nona semana consecutiva de altas, registrou seus melhores patamares em mais de dois anos e, no balanço, os ganhos nestas posições variaram entre 4,09% e 7,14%. O contrato novembro/16, referência para a safra americana, foi o que registrou seu melhor desempenho alcançando e terminou a semana cotado a US$ 11,62 por bushel, reduzindo sua diferença em relação ao primeiro vencimento - julho/16 - que terminou com US$ 11,78. 

Na sessão desta sexta-feira (10), o julho chegou até mesmo a bater na máxima do dia de US$ 12,08 por bushel após a chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o qual vem confirmou um cenário de oferta e demanda para a oleaginosa ainda mais ajustado. 

E este cenário tem sido o mais importante fator de estímulo ao avanço das cotações nos últimos meses, além de outros - até mesmo paralelos aos fundamentos - e que deverão, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, continuar no radar dos traders. O mesmo se estende para os derivados, principalmente para o farelo de soja. 

No reporte desta sexta-feira, o USDA voltou a reduzir os estoques finais norte-americanos e mundiais da safra 2015/16 - que passaram, respectivamente, de 12,21 milhões para 10,07 milhões de toneladas e de 74,25 milhões para 72,29 milhões de toneladas. Além disso, baixou ainda sua projeção para a produção global de 315,86 milhões para 313,26 milhões de toneladas. 

Para a safra 2016/17, movimentos semelhantes. Os estoques finais dos EUA caíram de 8,03 milhões para 7,06 milhões de tonelada e os globais de 68,21 milhões para 66,31 milhões de toneladas, já previstos para serem menores do que os registrados no presente ano comercial. 

USDA Junho - Soja

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Dessa forma, para Brandalizze, a tendência é de que o mercado continue buscando o patamar dos US$ 12,00 por bushel e se consolide próximo dele. "E o mercado fará isso atuando com seus fatores técnicos e financeiros, e esperando por novidades entre os fundamentos", diz. As novas informações podem chegar, segundo o analista, via condições de clima nos Estados Unidos. 

A nova safra norte-americana está em desenvolvimento, tem mais de 80% já plantada e precisa, a partir de agora, de um quadro climático favorável, já que a dependência do consumo global dessa nova temporada do país é ainda maior. No entanto, os próximos dias deverão ser de tempo mais quente e seco no Meio-Oeste dos EUA - principal região produtora de grãos -, trazendo ainda mais volatilidade e nervosismo aos negócios. Estas previsões foram, inclusive, outro importante combustível para as fortes altas da semana. 

Nas próximas três a quatro semanas, as temperaturas no Corn Belt devem se manter altas e superando as médias para o período, trazendo alguma preocupação para os produtores, ainda segundo as últimas previsões. Ao mesmo tempo, menos chuvas são esperadas em determinadas regiões e os agricultores contam, neste momento, com seus níveis de umidade do solo. 

Mercado Brasileiro

No Brasil, a semana também foi positiva para os portos e maior parte das principais praças de comercialização, porém, com menor volume de negócios. "Mesmo com as boas altas em Chicago, o dólar caiu aqui no Brasil e acabou, em alguns momentos, neutralizando parte desses ganhos", relatou Vlamir Brandalizze. 

Ainda segundo o consultor, apesar disso, os preços nos terminais de exportação chegaram a bater, novamente, em valores que variavam de R$ 98,00 a R$ 101,00 por saca, com muitos compradores presentes no mercado, porém, sem muitos vendedores. Os prêmios pagos para a soja brasileira refletem bem esse quadro, principalmente por conta da curta oferta de soja disponível existente no Brasil no presente momento. 

Em Paranaguá, por exemplo, as posições mais curtas de entrega - têm prêmios de US$ 1,30 a US$ 1,35 sobre os valores praticados em Chicago e já para o produto da nova safra, com entrega prevista para abril de 2017, o valor chega já a US$ 0,45 sobre a CBOT, chegando em alguns momentos a US$ 0,50. Assim, a soja brasileira no mercado spot já passa de US$ 13,00 por bushel.

"Há muitos compradores, muitos navios programados e prêmios agressivos, mas a postura do produtor agora é outra. Ele já vendeu boa parte e vai esperar para fazer novos negócios", explica Brandalizze. O mesmo acontece na comercialização da safra nova. "Bons negócios foram feitos via insumos (com relações de troca) e agora, o ritmo diminuiu", completa. 

Nessa composição de altas semanais de mais de 4% dos futuros da soja na Bolsa de Chicago e de uma queda acumulada de 2,66% do dólar frente ao real - para fechar com R$ 3,4310, os preços da soja formados no Brasil encerraram seus negócios em campo positivo. No interior, os ganhos variaram de 1,15%, em Itapeva/SP em  a 10,44%, em Assis, também em SP com exceção de algumas que exibiram estabilidade, como as do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, e a de Cascavel/PR, onde foi registrado um leve recuo, de 0,60%. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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