Dólar fecha em alta e volta a R$ 3,40 com exterior e ajustes, mesmo com BC ausente
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta e voltou ao patamar de 3,40 reais nesta quinta-feira, reagindo ao mau humor nos mercados externos e a ajustes técnicos, mesmo diante da ausência de novas intervenções do Banco Central após a forte queda da véspera.
O dólar avançou 1,00 por cento, a 3,4035 reais na venda, depois de desabar mais de 2 por cento na quarta-feira e terminar abaixo de 3,40 reais pela primeira vez em quase um ano.
A moeda norte-americana atingiu 3,4060 reais na máxima da sessão e 3,3620 reais na mínima. O dólar futuro subia cerca de 1 por cento.
"Via de regra, o dólar está fortalecendo hoje em boa parte dos mercados emergentes. Há uma recomposição de posições, depois de um movimento muito forte de queda", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
A queda da sessão anterior veio em linha com o movimento externo, embalado por menores expectativas de aumento de juros nos Estados Unidos no curto prazo e pelo avanço nos preços de commodities como o petróleo. A moeda norte-americana acumulou queda de 6,72 por cento frente ao real neste mês até a véspera.
Nesta sessão, o dólar avançou em relação às principais moedas emergentes, conforme os preços do petróleo voltavam a cair, com investidores embolsando ganhos após atingir as máximas neste ano.
Operadores também continuaram cauteloso em relação ao cenário político brasileiro. Escândalos envolvendo figuras de alto escalão do governo do presidente interino Michel Temer vêm alimentando preocupações com sua capacidade de aprovar medidas de austeridade no Congresso Nacional.
"Agora é a hora de vermos alguma consolidação, algumas compras (de dólares)", disse o operador de uma corretora internacional. "Vai precisar de fato novo para o dólar mudar de novo de patamar, então agora é a hora de realizar (lucro)".
A moeda dos EUA chegou a operar perto da estabilidade e até esboçar leves quedas durante a sessão desta quinta-feira, em meio a apostas de que o BC será mais tolerante com cotações mais baixas.
A autoridade monetária não realizou qualquer intervenção cambial, mantendo-se ausente pela sétima sessão consecutiva mesmo com a moeda norte-americana recuando bem abaixo dos 3,50 reais.
No mês passado, o BC entrou no mercado praticamente toda vez em que a divisa recuava abaixo desse patamar, postura que muitos operadores interpretaram como tentativa de proteger as exportações.
"O mercado está digerindo essa nova postura do BC, que parece mais tolerante com a queda do dólar", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Nesta semana, o recém-nomeado presidente do BC, Ilan Goldfajn, defendeu em audiência no Senado o regime de câmbio flutuante brasileiro, levando muitos operadores a avaliar que ele seria menos propenso a intervir no mercado.
(Edição de Camila Moreira e Patrícia Duarte)
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