Recuo nos últimos dias não significa tendência de queda para o dólar. Expectativas se voltam para o dia 15 com juros nos EUA

Publicado em 08/06/2016 12:21
No Brasil, fatores econômicos e políticos estão com pouca interferência no mercado de câmbio. Só uma reversão no processo de impeachment poderia mudar direção do dólar

A cotação do dólar recuou abaixo dos R$ 3,40 nesta quarta-feira (8), pela primeira vez em quase um ano. A queda acentuada reflete principalmente as apostas de que os Estados Unidos não deve elevar a taxa de juros no curto prazo.

Juros mais baixos nos EUA tendem a favorecer ativos emergentes, que oferecem retornos elevados, com isso o mercado norte-americano se torna mais atrativo frente às outras moedas.

A expectativa recente de que o FED (Federal Reserve) não eleve o câmbio se deu após dados fracos sobre o mercado de trabalho norte-americano e declarações da chair do banco central norte-americano, Janet Yellen.

O economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, lembra, no entanto, que algumas interpretações sobre a fala da chair foram, em certa medida, equivocadas.

"Ela disse que a leitura ainda não está definida e não se pode fazer a analise por um indicador solo como foi observado agora", explica.

Partindo desse pressuposto, Vieira considera que o recuo do dólar nos últimos dias não significa necessariamente uma tendência de médio e longo prazo.

Segundo ele, o direcionamento da taxa de câmbio só deve ser estabelecido realmente, após o dia 15 de junho, onde ocorre a reunião do FED com a definição da taxa de juros.

"A expectativa majoritária do mercado é de que não vai acontecer nada, mas ainda vejo uma possibilidade de elevação de juros por conta da normalização da política monetária americana", considera o economista.

No cenário interno, a pressão da inflação limita o corte de juros no curto prazo e as indefinições quanto à política do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em relação ao câmbio, também influência.

Ilan defendeu na véspera o "respeito ao regime de câmbio flutuante" em audiência no Senado e a declaração serviu de gatilho para o ajuste no mercado de câmbio.

"O posicionamento dele em relação ao câmbio é uma dúvida que só começará a ser respondida a partir de amanhã, quando assume definitivamente", ressalta Vieira.

O economista também considera que apesar das indefinições sobre o dólar, "acima de R$ 3,00 ainda é um cenário benéfico para o setor externo brasileiro (exportações)".

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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Existem dois tipos de análise do mercado, a técnica e a fundamentalista. Grosso modo, a técnica avalia os preços e a fundamentalista a oferta e demanda. A análise técnica pode avaliar o comportamento dos preços no curto, médio e longo prazo, a fundamentalista apenas no longo. A análise fundamentalista é basicamente estatistica, a técnica possui além da estatistica, outras ferramentas e diz que "o que aconteceu no passado não é garantia de que vá se repetir no futuro". A análise fundamentalista projeta o futuro a partir de dados estatisticos, projeções e estimativas. A análise técnica projeta os preços futuros a partir do comportamento do próprio preço, sem se importar por qual motivo estão subindo ou descendo. Oferta e demanda são conceitos fundamentalistas, tendência é um conceito técnico. O fundamentalista diz: O preço vai subir por que a colheita foi menor, a demanda maior, os estoques estão reduzidos, etc... O analista técnico diz: Os preços estão em tendência de queda por que estão caindo desde... Janeiro, ou um outro periodo de tempo, outra caracteristica importante da análise técnica, a avaliação dos preços passados em periodos de tempo, que com a tecnologia chega aos minutos. Hoje em dia os dados podem ser registrados e armazenados, com a respectiva variação, em periodos de até 25 segundos.

    Depois dessa breve introdução, entro em outro assunto, a influência do Estado e dos governos nos mercados. Muita gente acha essas interferências positivas, chamadas estímulos econômicos, que podem ser na forma de créditos ou financiamentos, desvalorizações cambiais, programas governamentais de infraestrutura, emissões de títulos públicos (aumento da dívida) ou simplesmente gastos governamentais de uma maneira geral. Um exemplo são o que acontece com o BC dos EUA, com relação aos juros americanos. É fácil saber se vai aumentar ou diminuir, basta olhar os dados de emprego o chamado payroll, se vem acima do esperado eles anunciam que os juros vão subir, se vem abaixo do esperado eles anunciam que não vai subir. Que influência isso pode ter nos mercados, alguém pode se perguntar. A resposta é que se os juros sobem o dólar se valoriza e derrubando as cotações das commodities e se permanecem estáveis o dólar desvaloriza, os preços das commodities aumentam. O USDA projeta um déficit na produção de 5 milhões de toneladas para o ano que vem, e então os fundamentalistas dizem: os preços vão subir. Os analistas técnicos dizem: não sabemos, pois os preços podem subir ou cair, ninguém sabe. E isso por que o comportamento dos preços não pode ser explicado apenas pela oferta e demanda, existem outros fatores importantes como expliquei acima. Algumas pessoas pensam, ah podemos ficar tranquilos, a China está usando politicas de estímulo, as que citei acima, ao consumo. Esquecem que essas politicas funcionam muito bem no curto e até médio prazo (para os especuladores), mas que no longo prazo são um desastre. Podem dizer, você está exagerando Rodrigo, pois é, eu sempre exagero, pois por mais que exagere a realidade é sempre pior do que espero. O Brasil é prova disso. Politicas de estímulo ao consumo não funcionam, e cedo ou tarde todos acabam percebendo isso, os técnicos são sempre os primeiros.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      N A e' cultura-----

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    • Jose Silva

      Brasil.....ladeira abaixo....mais desemprego....país continua sendo apenas um exportador de bananas.

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