Com previsão de tempo quente e seco nos EUA, soja tem boas altas em Chicago nesta 4ª feira
Após a correção registrada na sessão anterior, os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago no pregão desta quarta-feira (8). Perto de 7h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos da oleaginosa subiam entre 9,50 e 11,50 pontos. Assim, o vencimento julho/16 voltava à casa dos US$ 11,50 por bushel.
Ouça mais:
Podcast
Soja tem novo dia de fortes altas em Chicago com previsões indicando tempo quente e seco nos EUA; no Brasil, atenção ao dólar
Download
Segundo analistas internacionais, os traders ainda seguem acompanhando com atenção as previsões que indicam tempo mais quente e seco no Meio-Oeste americano nos próximos dias, o que poderia fortalecer as possibilidades de um La Niña.
Nos próximos 6 a 10 dias, de acordo com informações do NOAA, há de 40% a 60% de chances de que as temperaturas fiquem acima da média em todo o Corn Belt, enquanto as chuvas poderiam ficar abaixo do esperado para esse período do ano.
Temperaturas nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA
Chuvas nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Dólar fecha com mais de 1% de baixa e pressiona preços nos portos do Brasil nesta 3ª
A terça-feira (7) foi de volatilidade para os mercados nacional e internacional da soja. Após registrar bons ganhos no início da tarde, os preços praticados nos portos do Brasil perderam força diante de um expressivo recuo do dólar. A moeda norte-americana perdeu mais de 1% e se distanciou um pouco mais dos R$ 3,50 depois de declarações no Senado Federal do presidente indicado ao Banco Central, Ilan Goldfajn.
Dessa forma e, apesar da recuperação e do fechamento positivo na Bolsa de Chicago, a soja disponível em Paranaguá caiu 2,08% para R$ 94,00 e se manteve estável nos R$ 93,00 em Rio Grande. Já no mercado futuro, R$ 89,50 no terminal paranaense, com queda de 0,56%, e R$ 90,50 no gaúcho, onde perdeu 0,55%. Mais cedo, antes da despencada do dólar, as cotações chegaram a operar entre R$ 95,00 e R$ 98,00 no disponível.
"A leitura do mercado é que haverá pouca interferência no mercado de câmbio quando o Ilan estiver no comando do BC", disse à Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. Na sabatina do Senado, o possível novo presidente da instituição disse que "o preço do dólar não será conduzido. Será flutuante. Ter uma taxa de câmbio flutuante faz com que se consiga equilibrar internamente e externamente a economia brasileira".
A pressão do câmbio chega, como explicam analistas, para limitar o avanço das cotações, porém, as mesmas ainda encontram suporte na oferta brasileira de soja, que segue bastante disputada. E por isso, nos últimos dias, os preços de soja nos portos brasileiros chegaram a alcançar o patamar dos R$ 100,00 por saca e a superá-lo ligeiramente em alguns momentos. Além disso, a referência do Cepea também bateu seu recorde da série histórica ao chegar aos R$ 96,26 por saca. "Esse valor é recorde da série do Cepea, em termos nominais. Em termos reais, o Indicador é o maior desde 24 de setembro de 2012, quando fechou a R$ 98,05 (valor atualizado pelo IGP-DI de abril/16)", informou o Cepea em um de seus alertas.
Termômetro da demanda internacional intensa pela soja brasileira - e que vem disputando com a indústria brasileira - os prêmios também têm registrado ganhos muito forte nos portos. Em Paranaguá, as duas posições mais próximas de entrega - junho e julho/16 - têm, respectivamente, valores de US$ 1,05 e US$ 1,10 por bushel sobre os atuais valores praticados em Chicago. Até mesmo a posição abril/17 ainda conta com prêmios positivos e tem 38 cents de dólar acima da CBOT.
A América do Sul terá uma safra 2015/16 menor do que as estimativas iniciais indicavam e assim já se espera não só um volume menor de grão, mas também dos derivados farelo e óleo. Com isso, a demanda maior pelos três produtos acaba se chocando com essa oferta menor, principalmente no caso do farelo argentino. E a China segue comprando, principalmente soja em grão.
"A demanda interna (chinesa) está aquecida e as margens de lucratividade para os esmagadores, por conta do farelo e do óleo, estão bastante positivas. Então, a China, além de consumir internamente volumes crescentes, ela se tornou uma exportadora para os países vizinhos, abastecendo-os com farelo e óleo. O esmagamento na China tem um custo bem mais baixo do que na América do Sul e Estados Unidos, então continua sendo mais vantajoso levar o grão, esmagar na China e atender os mercados regionais", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
A tendência neste momento, porém, é de que as negociações no Brasil permaneçam travadas, acontecendo apenas de forma pontual e mais regionalizadas, ainda de acordo com o consultor. Com cerca de 80% da safra 2015/16 já comercializada e os preços muito firmes e em patamares recores, os produtores estão retraídos. As exportações perdem um pouco de ritmo, com a indústria local pagando até mais do que a exportação para garantir sua matéria-prima.
"Temos vistos níveis do interior de R$ 2,00 a R$ 3,00 acima do que pode liquidar na exportação, mas no consumo regional, para a produção de óleo e farelo", relata Brandalizze.
Nesta terça, entretanto, o dólar também pesou sobre os preços formados no interior do Brasil. As baixas variaram entre 0,43% e 3,53%, com valores ainda variando entre R$ 80,50 e R$ 92,00 por saca, que é o caso de Ponta Grossa, no Paraná. A exceção fica por conta das praças de Jataí/GO - com R$ 78,50 - e na região Oeste da Bahia, com R$ 79,33 por saca.
Mercado Internacional
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago até chegaram a testar algumas baixas na sessão desta terça-feira, porém, se recuperaram e terminaram o dia em campo positivo. Os ganhos entre as posições mais negociadas encerrara os negócios com altas de 3 a 11 pontos, levando o julho/16 a US$ 11,41 e o novembro/16 a US$ 11,16 por bushel.
As previsões de clima mais quente e seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos têm sido, nesta semana, motivo de atenção para os traders e de suporte para as cotações. "Essas previsões aumentaram a possibilidade do esperado La Niña. E os fenômenos anteriores de La Niña foram todo associados à secas", explicou o analista internacional Bob Burgdorfer do portal Farm Futures.
Por enquanto, o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos tem sido positivo. No final da tarde desta segunda-feira (6), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seu reporte semanal de acompanhamento de safras mostrando que 83% da área de soja já foi plantada no país, contra 78% da última semana e 77% da média dos últimos cinco anos.
O boletim mostra ainda que 65% das lavouras de soja estão emergindo, enquanto na semana passada eram 65% e a média plurianual, para esta época, é de 57%. No caso da oleaginosa, 72% das plantações se encontram em boas e excelentes condições, 24% em situação regular e 4% entre ruim e muito ruim. Em 2015, neste mesmo período, os números eram de 69%, 26% e 5%, respectivamente.
Além disso, o mercado internacional, nesta semana, ainda conta com a chegada de um novo reporte mensal de oferta e demanda do USDA, o que leva os investidores a se posicionarem antes dos novos números.
0 comentário
Soja fecha no vermelho em Chicago nesta 2ª feira, com pressão ainda vinda dos fundamentos e dólar
Sim! Há demanda para toda a soja que o mundo está produzindo na safra 2024/25
Soja segue operando com estabilidade em Chicago nesta 2ª, mas passa para o campo negativo
Soja/Cepea: Clima favorável reforça perspectiva de maior oferta, e preço cai
Aprosoja MT apresenta sugestões ao Governo de MT para regulamentação da Lei da Moratória da Soja
Soja sobe levemente na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira, acompanhando altas entre os derivados