Milho: Em Chicago, mercado inicia pregão desta 2ª feira em alta e se aproxima do patamar de US$ 4,30/bushel
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta segunda-feira (6) em campo positivo. As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 6,75 e 8,75 pontos, por volta das 8h56 (horário de Brasília). O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,26 por bushel e o março/17 a US$ 4,33 por bushel. As cotações da commodity se aproximam do patamar de US$ 4,30 por bushel.
O mercado tenta dar continuidade ao movimento positivo iniciado na semana anterior, na qual, os preços acumularam ganhos de mais de 1%. A demanda aquecida pelo produto norte-americano tem sido um dos principais fatores de sustentação para as cotações. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga novo boletim de embarques semanais.
Além disso, o clima nos Estados Unidos e o desenvolvimento das plantações também seguem no radar dos investidores. Na semana anterior, o departamento norte-americano informou que o plantio estava completo em 94% da área projetada para essa temporada e cerca de 70% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições. No final da tarde de hoje, o órgão atualiza as informações sobre a safra 2016/17 no país.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: De olho na colheita da safrinha, mercado interno ainda permanece firme; no porto, alta de 2,67%
Em meio à apertada relação entre oferta e demanda, as cotações do milho permanecem sustentadas no mercado interno. Ao longo da semana, os preços acumularam valorizações de até 6,40%, registrado em Avaré (SP) onde a saca fechou a sexta-feira (3) a R$ 48,85. Na região de Jataí (GO), a alta ficou em 5%, com a saca do grão a R$ 42,00. Em Ponta Grossa (PR), a saca encerrou a semana a R$ 55,00, com ganho de 3,77%. Já em Panambi (RS), o preço ficou em R$ 47,04 a saca, com alta de 2,22%.
Na contramão desse cenário, o preço da saca caiu 16,67% em Sorriso (MT), com a saca do cereal a R$ 30,00. Ainda no estado, em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, a queda ficou em 8,82%, com a saca a R$ 31,00. No Porto de Paranaguá, a saca do grão para entrega setembro/16 subiu 2,67% na semana, com a saca a R$ 38,50.
Ainda nesta sexta-feira, as cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o pregão do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal recuaram pelo 2º dia consecutivo e exibiram perdas entre 0,44% e 0,77%. O vencimento julho/16 era cotado a R$ 45,35 a saca, já o setembro, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 42,40 a saca.
Os analistas ponderam que o mercado futuro já precifica o início da colheita da segunda safra no Brasil. No maior estado produtor do cereal na segunda safra, o Mato Grosso, a colheita avançou a já alcança 2,81% da área cultivada nesta temporada, conforme dados reportados pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Por enquanto, a região mais adiantada em relação aos trabalhos nos campos é a Oeste, onde 4,12% da área já foi colhida. Em segundo lugar está o Médio-Norte, com 3,33% da área já colhida. Na terceira colocação está o Nordeste, com 2,84% da área colhida. No mesmo período do ano anterior, a colheita estava completa em 1,39% da área semeada.
No Paraná, a colheita já está completa em 1% da área cultivada, de pouco mais de 2,2 milhões de hectares, conforme reportou o Deral (Departamento de Economia Rural). A perspectiva é que sejam colhidas em torno de 12,1 milhões de toneladas do grão nesta temporada. O número representa uma queda de 800 mil toneladas em relação à projeção inicial, de 12,9 milhões de toneladas.
O analista de mercado do departamento, Edmar Gervásio, ressalta que o clima seco, especialmente no Norte do estado comprometeu o desenvolvimento das lavouras. "Os produtores ainda estão atentos ao comportamento do clima, já que as temperaturas estão mais baixas e ainda não está descartada a possibilidade de geada. E, cerca de 50% das lavouras ainda estão suscetíveis ao evento climático", completa.
Na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ao longo do mês de junho deverão ser colhidas 25 milhões de toneladas do cereal. "O que ajudaria a abastecer as indústrias brasileiras e acalmar o mercado. Os preços nos atuais patamares têm inviabilizado a produção de aves e suínos", diz. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtores deverão colher 52,90 milhões de toneladas de milho na safrinha.
Contudo, a perspectiva é que os valores voltem a subir após a pressão da colheita. "Após a pressão da colheita é possível que os preços voltem aos atuais patamares praticados. Não teremos muita folga, esse é um problema que só será resolvido com a safrinha de 2017. E precisaremos de uma boa safra de verão, inclusive, é possível que haja uma recuperação de área na safra de verão, especialmente nos estados do Sul do Brasil, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina", afirma França.
E até o momento, os analistas reforçam que as exportações de milho superam os 7 milhões de toneladas na temporada. "E temos em torno de 13 milhões a 14 milhões de toneladas do grão que foram negociadas no ano anterior. Somando, teríamos algo entre 20 milhões a 21 milhões de toneladas para exportação e a impressão é que dificilmente iremos embarcar mais milho. Não dá para vender milho novo até que o mercado interno se ajuste a paridade de exportação e isso não está próximo de acontecer", explica o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França.
Essa semana, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores do Cereais) informou que os embarques brasileiros deverão somar 23 milhões de toneladas ao longo de 2016. A perspectiva inicial era de que as exportações ultrapassem as 30 milhões de toneladas do milho.
Dólar
Já o dólar fechou o dia a R$ 3,5249 na venda, com queda de 1,74%. A maior queda desde 19 de abril, quando a moeda caiu 1,92%. Na semana, o câmbio registrou queda de 2,38%. O movimento é decorrente dos números das vagas de emprego nos Estados Unidos, que ficaram aquém do esperado no mês de maio, fator que enfraqueceu as expectativas de aumento na taxa de juros no país. O quadro político brasileiro também continua em pauta, conforme dados da agência Reuters.
Bolsa de Chicago
Mais uma vez, as cotações futuras do milho acumularam valorizações ao longo da semana. As principais posições da commodity registraram altas de mais de 1% e se aproximaram do patamar de US$ 4,20 por bushel. Nesta sexta-feira (3), as cotações do cereal ampliaram as altas ao longo dia e fecharam o pregão com ganhos entre 3,00 e 4,00 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,18 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 4,19 por bushel.
De acordo com informações do site internacional Farm Futures, as cotações foram impulsionadas pelos bons números das vendas para exportação. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que até a semana encerrada no dia 26 de maio, as vendas de milho ficaram 1.446, 8 milhão de toneladas. Da safra 2015/16, foram negociadas 1.317,9 milhão de toneladas. Já da temporada 2016/17, o número ficou em 128,9 mil toneladas.
As expectativas dos participantes do mercado giravam entre 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas do cereal. Em comparação com a semana anterior, o número representa uma queda de 5%, porém, em relação ao mesmo período do ano anterior e a média das últimas quatro semanas, a alta é da ordem de 12%.
"As vendas estão melhorando nos Estados Unidos devido à menor produção no Brasil, onde as estimativas continuam menores. Esses compromissos têm dado suporte aos preços e melhoram a perspectiva para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima semana", disse Bob Burgdorfer.
Do mesmo modo, o clima nos Estados Unidos também continua a ser observado pelos investidores. O plantio já está completo em 94% da área prevista para essa temporada já foi cultivada, segundo dados do USDA. E as previsões climáticas ainda indicam chuvas para os próximos dias no Corn Belt. Já as previsões mais alongadas indicam tempo mais seco e temperaturas mais altas, conforme dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
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